terça-feira, maio 30, 2006

DEMISSÃO DE LUÍS MEIRA PROVOCA NOVAS ELEIÇÕES


Demissão surpresa deixa Benfica CB sem presidente

A demissão de Luís Meira na última quarta-feira chegou de surpresa e deixou o Benfica e Castelo Branco sem presidente, situação que obrigou o líder da Assembleia-geral a convocar uma reunião magna com objectivo único de eleger novos corpos sociais para o emblema albicastrense.
Segundo apurámos junto do presidente demissionário, “a decisão prende-se com motivos pessoais que me vão obrigar a estar de forma permanente em Lisboa e a não poder dar a devida atenção ao Benfica e Castelo Branco”. Luís Meira, contactado por Tribuna Desportiva ao final da tarde de sexta-feira, não foi muito além desta informação, mas quando questionado sobre que motivo tão forte que o terá levado a deixar um projecto que tinha começado há pouco mais de um mês, esclareceu que “tenho que acompanhar um familiar directo que está doente e que não posso deixar de estar a seu lado”. Quando falámos com o ex-presidente o seu familiar estava ainda internado no Hospital de Viseu mas iria ser transferido para Lisboa.
Questionado sobre as relações entre ele próprio e o agente FIFA Alexandre Pereira, que se diziam tensas, Luís Meira nega e adianta que “eu falava com o Alexandre todos os dias e tudo estava a decorrer normalmente. Todos sabíamos que o Alexandre não iria poder estar todos os dias em Castelo Branco, por isso ele me indicou para presidente”. Sobre esta questão tentámos também ouvir Alexandre Pereira, até para saber se há vontade de manter o projecto sem Luís Meira, mas as nossas tentativas de contacto telefónico foram infrutíferas porque, na sexta-feira, Alexandre Pereira não se encontrava em Portugal.
Sobre a questão dos ordenados em atraso ao plantel de futebol e algumas dívidas a fornecedores, Luís Meira esclarece que “no dia em que me demiti faltava pagar os ordenados de Março, Abril e Maio e também havia pequenas dívidas a fornecedores, mas o dinheiro que estava para entrar na tesouraria do clube chegava para cumprir estas obrigações. A situação aconteceu apenas por uma questão de timing, uma vez que o dinheiro para saldar as dívidas iria entrar à posteriori”. Questionado se houve ou não surpresa quando surgiram estas dívidas Luís Meira não adianta grandes comentários mas refere que “o sr José Manuel Vaz trabalhou muito em prol do Benfica, apesar das suas limitações de tempo”. Sobre este tema recorde-se que o anterior presidente, José Manuel Vaz, tinha referido em AG no dia 7 do passado mês de Abril que “o dinheiro a entrar até final da época serão 50 mil euros enquanto que há para pagar cerca de 45 mil”.
Sobre José Leal, se vai ou não continuar como técnico do Benfica e Castelo Branco, o ex-líder adianta nada saber e quanto à questão da constituição do plantel para a próxima temporada afirma que “havia compromissos verbais com vários atletas para continuarem no plantel, mas depois da minha saída não sei como ficaram as coisas”. Tribuna Desportiva também tentou ouvir o ex-internacional português para saber se vai ou não continuar a trabalhar no Benfica e Castelo Branco, mas o telefone chamava mas ninguém respondia do outro lado.
Questionado sobre se vai marcar presença na Assembleia-geral marcada para a próxima sexta-feira (dia 2), Luís Meira adiantou que “vou tentar estar presente, até para poder explicar às pessoas o porquê da minha demissão, mas não posso prometer porque isso ainda depende da evolução do estado de saúde do meu familiar”.
Já o responsável pelo futebol profissional do clube na direcção de Luís Meira, António Domingues, não se alongou muito em comentários mas sempre foi referindo que “o Benfica e Castelo Branco tem que ter um projecto à sua dimensão e não à dimensão daquilo que determinadas pessoas querem que o clube tenha”. Uma crítica a alguém? E continuou o seu raciocínio “o clube tem que saber chamar a cidade para o apoiar, coisa que não tem acontecido nos últimos anos”.
Sobre os assuntos que tem em mãos, e que passam pela preparação da época que arranca em Agosto, António Domingues revela que “tenho falado com o Leal, parece-me haver vontade da parte dele em continuar, e tenho estado a tratar, e continuarei a trabalhar nesse sentido, de todos os assuntos que dizem respeito ao futebol”.
João Paulo Nunes, secretário da direcção demissionária, também foi ouvido por nós. Parco em palavras, e sem adiantar muito em relação à situação que o clube vive actualmente, João Paulo apenas se referiu ao futuro: “estamos a tentar arranjar uma pessoa para encabeçar a direcção, mas fica a certeza que o problema directivo do Benfica e Castelo Branco vai ficar resolvido já na sexta-feira, uma vez que, mesmo que não consigamos uma pessoa para liderar a direcção, um dos elementos que compunha a anterior vai avançar para a presidência”. Desta forma é possível extrair a conclusão que, se não houver presidente exterior à anterior lista, o próprio João Paulo Nunes, Domingos Farinha ou Luís Rocha, um deles será o novo presidente que irá a votos na sexta-feira. Estará assim posto de parte o projecto de Alexandre Pereira.Na próxima sexta-feira haverá com certeza mais novidades em mais este capítulo da história do Benfica. Do programa apresentado aos sócios há pouco mais de um mês para trás ficou já a organização da Gala do Sindicato do Jogadores Profissionais de Futebol e o Jogo das Estrelas que estava já protocolado com uma agência de organização de eventos para decorrer em Castelo Branco.

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