segunda-feira, outubro 02, 2006

CD ALCAINS- 1 PROENÇA-A-NOVA- 1


Que desperdício!

Estádio Trigueiros de Aragão, Alcains
Árbitro- Marco Lopes (4), auxiliado por André Nunes e Nuno Farinha
CD Alcains- Rui Eanes (3), Ricardo Trindade (3), Toni (3), Cerdeira (2), Óscar (3), David José (3), Luís Amaro (3), João Paulo (3), Rui Paulo (4), David André (4) e Luís Ramalho (2)
Treinador- João Daniel
Proença-a-Nova- Almeida (3), Filipe Nunes (3), Pedro Bernardo (3), Big (3), Marco (3), Marco (3), Hugo Dias (2), Esteves (4), Rafael (2), Carlos Rodrigues (3), Zé Tó (3) e Pequito (3)
Treinador- José Esteves
Substituições- Cerdeira por Jorge Serralheiro (3) aos 45, Luís Ramalho por Nuno Vicente (3) aos 57 e João Paulo por Pedro Figueiredo (2) aos 72; Rafael por Fábio Martins (3) aos 45, Filipe Nunes por Jorge Ribeiro (1) aos 66 e Pequito por Norberto aos 90
Disciplina- Amarelos a Luís Amaro aos 19, Óscar aos 34, Toni aos 75, David André aos 80, Nuno Vicente aos 83 e Rui Paulo aos 90+2; Hugo Dias aos 69 e 77 e Pedro Bernardo aos 90+3. Vermelho por acumulação a Hugo Dias aos 77
Marcadores- Rui Paulo aos 8; Esteves aos 68

A figura do jogo- Rui Paulo (CD Alcains)- Para além de ter sido ele que marcou o golo da sua equipa foi o que mais lutou na frente da ataque da sua equipa e, apesar de muitas vezes desacompanhado, deu muito que fazer à defensiva do Proença. Teve passes de morte que David André e João Paulo não concluíram com êxito.

O CD Alcains- Marcou muito cedo e isso talvez tenha contribuído para uma exibição menos conseguida. À procura da primeira vitória no campeonato a equipa de João Daniel, apesar de dispor das melhores ocasiões de golo, só pegou realmente no jogo depois de sofrer o empate. Em contra-ataque foi perigosa mas desperdiçou muitas ocasiões.

O Proença-a-Nova- Dominou, teve mais tempo de posse de bola mas mostrou algumas dificuldades no último terço do terreno de jogo. Não acusou o golo que sofreu muito cedo mas, apesar de quase sempre no meio campo adversário, não dispôs de muitas situações de golo. Na segunda parte tentou a meia distância mas seria de cabeça que chegaria ao empate. A expulsão de Hugo Dias condicionou a equipa na recta final.

Num jogo que tinha todos os condimentos para se tornar num bom espectáculo, o golo que Rui Paulo marcou logo aos 8 minutos acabou por marcar todo o jogo que estava ainda pela frente.
O Proença-a-Nova é uma equipa que gosta de jogar organizado, com trocas de bola entre os diversos sectores e com várias combinações até chegar à zona de finalização. Pela lógica, e pelo que se viu do Desportivo de Alcains na primeira jornada no Orvalho frente ao Oleiros, a equipa da casa também gosta dessa forma de actuar, mas no domingo o golo de Rui Paulo acabou por inexplicavelmente mudar a maneira de actuar dos da casa.
Depois do golo o Proença pegou no jogo e passou a dominá-lo e a dispor de muito mais tempo de posse de bola. Mas a bola circulava em carrossel só até ao último terço do terreno, porque aí as coisas complicavam-se e o Proença mostrava muitas dificuldades em conseguir fazer chegar a bola de forma perigosa à baliza de Rui Eanes.
Do outro lado estava uma equipa que aceitou o domínio do adversário mas nunca perdeu o controlo do jogo, mesmo jogando por vezes excessivamente recuado para a qualidade dos jogadores que dispõe particularmente do meio campo para a frente.
Apesar de tudo foram os canarinhos que desfrutaram das melhores oportunidades para chegar novamente ao golo. A melhor saiu de uma combinação de Rui Paulo com David André com este último a atirar ao poste direito da baliza de Almeida.
No futebol a eficácia, como se sabe, conta muito, por isso ao intervalo a vantagem dos alcainenses era um resultado que se aceitava.
Para a segunda metade João Daniel trocou Cerdeira por Jorge Serralheiro, numa tentativa de fechar melhor o centro da defesa e José Esteves foi forçado a tirar o lesionado Rafael e lançar Fábio Martins. Duas alterações que não trouxeram novidades ao jogo. O Proença continuava a mostrar que a posse de bola não é suficiente para marcar golos e o Alcains, em rápidos contra-ataques continuou a dispor das melhores oportunidades para marcar. Logo a abrir João Paulo tirou tinta do poste da baliza de Almeida, perdendo a oportunidade de quase matar o jogo e aos 68 o jovem Esteves, de cabeça, restabeleceu a igualdade. Pela perseverança os do Pinhal conseguiam um golo que já mereciam. Até final o empate ainda podia ter sido desfeito já que as duas equipas ainda tiveram oportunidade de falhar golos quase feitos, alguns deles quase escandalosos. Pelos canarinhos David André aos 72, de cabeça, e depois aos 87 e aos 90+4 com o pé direito fez quase o impossível e aos 79 foi Big, pelo Proença que, de cabeça, e de cima para baixo, fez a bola passar ligeiramente por cima da baliza.
Resultado justo num jogo em que ambas as equipas podiam ter feito mais golos, assim a pontaria tivesse mais afinada.

A arbitragem- Esteve quase perfeito no capítulo técnico, muito bem na lei da vantagem, bom entendimento com os auxiliares mas não utilizou sempre o mesmo critério disciplinar, e isso baralhou os jogadores. Começou exigente, passou para um critério mais largo, o mais correcto na nossa perspectiva, e terminou tal como começou, rigoroso. O caminho que escolhe no início tem que ser levado até ao fim.

Discurso directo- João Daniel, técnico do CD Alcains- “Foi um jogo complicado porque nós deixámos que isso acontecesse. Temos que melhorar e treinar vários aspectos. Quanto ao árbitro, acho que todos devemos contribuir para que as coisas melhorem. Se nos dizem determinadas coisas no início, que não pactuam com perdas de tempo e outras coisas, não compreendo que não o façam para os dois lados igual.”.
Discurso directo- José Esteves, técnico do Proença-a-Nova- “Utilizar o contra-ataque não é a nossa maneira de jogar, gostamos de um futebol apoiado, pressionamos desde princípio e o Alcains acabou por aproveitar um deslize nosso. Depois foi complicado, batalhámos, foi praticamente vir a trás e ir à frente sempre com a bola nos pés e conseguimos o empate. Em termos de posse de bola merecíamos ganhar mas o empate nem é muito injusto. Não culpo o árbitro por não termos ganho o jogo mas penso que nalguns lances poderia ter estado melhor. Quanto a mim o Hugo foi mal expulso”.

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