segunda-feira, junho 26, 2006

ENTREVISTA JORGE NUNES, PRESIDENTE DO CONSELHO DE ARBITRAGEM DA ASSOCIAÇÃO DE FUTEBOL DE CASTELO BRANCO


“O árbitro é sempre o elo mais fraco”

É a grande entrevista do presidente do Conselho de Arbitragem da Associação de Futebol de Castelo Branco. Em jeito de balanço da temporada que agora foi encerrada, Jorge Nunes fala sobre os temas quentes da arbitragem, não só no plano distrital mas também num âmbito mais alargado. Para dentro deixa o conselho aos árbitros que “têm que trabalhar sempre mais”, e para fora transmite as dificuldades que é estar por dentro do mundo dos senhores do apito.

“Os árbitros têm que trabalhar, estudar e têm que se empenhar”

Tribuna Desportiva- Qual é o balanço que faz da temporada que agora terminou, em termos distritais?
Jorge Nunes- Tendo em conta as condições de que nós dispomos e a exigência que esta actividade transporta o balanço é extremamente positivo.
TD- A nível nacional as coisas não correram assim tão bem, e os resultados finais foram maus, especialmente no futsal…
JN- Sim… No futsal tivemos a surpresa pela negativa, porque os árbitros de 2ª categoria desceram à 3ª e o único elemento que nós tínhamos de 3ª desceu ao distrital. No futebol de 11 tivemos a descida do Bruno Nave, que foi compensada pela subida do João Brás, da mesma forma que, no futsal subiu o Izaldo Barata. A nível nacional as exigências são maiores e daí a nossa mensagem de uma forma insistente para que o trabalho seja maior. A questão das bonificações nas reciclagens é a constatação de que, quem bonifica nas reciclagens, ou seja, quem faz mais de 90 pontos no teste escrito, tem bonificação de .15, quer dizer que quem bonifica duas vezes tem .30 acumulados no fim da época em termos de média classificativa. A experiência que nós temos, e o que é uma realidade é que uma variação de .15 ou .30 implica directamente na classificação, em termos médios, ou 10 ou 20 lugares. Quer dizer que os árbitros têm que se começar a preparar nas reciclagens antes de começarem os campeonatos. Qualquer árbitro que bonifique fica, à partida, 10 lugares acima daquele árbitro que não bonifica. E a mesma coisa se passa na 2ª reciclagem. O que nós dizemos de uma forma continuada aos árbitros é que eles têm que trabalhar. Têm que estudar, têm que se empenhar e têm que pôr em prática as condições que nós lhes pomos à disposição.
TD- Como é que entende as palavras do sr Luciano de Almeida quando ele diz que os árbitros não correspondem ao esforço feito pelo Conselho de Arbitragem?
JN- Essa crítica do sr Luciano entronca naquilo que é uma realidade. O Conselho de Arbitragem tem tido sempre à disposição todas as condições que pede à Direcção da Associação. E a Direcção sabe o trabalho que nós desenvolvemos, sabe do empenhamento e sabe aquilo que nós lutamos para que os árbitros, tanto a nível distrital como nacional, tenham o melhor desempenho possível. É natural que tanto a Direcção da AFCB como o Conselho de Arbitragem fiquem tristes com os resultados finais das classificações, porque, se um árbitro de Portalegre, de Évora, de Viseu ou da Guarda consegue bonificar os nossos também têm que atingir esses patamares. Daí por vezes alguma desilusão quando olhamos para as classificações. Mas eu penso que a crítica tem que ser encarada pela positiva.

“Por vezes, as classificações dos árbitros dependem
do critério largo ou apertado dos observadores”

TD- Porque é que não aparecem outros Carlos Xistra no nosso distrito?
JN- Nós, há três anos tínhamos 7 árbitros na Federação, neste momento temos 10. Eu contava este ano ter ficado com 12. Não é fácil chegar à Liga como árbitro e também não é tão fácil como parece subir de divisão, da 3ª para a 2ª categoria. Para a 1ª categoria sobem 3 ou 4 árbitros, em função de alguma saída por limite de idade ou por algum pedido de licenciamento e da 3ª para a 2ª categoria só sobem 10 num universo de 140. Temos que ter consciência que há árbitros melhores, mas também temos que ter consciência que às vezes há algumas injustiças nas classificações. Não quero dizer que não haja transparência mas o critério dos observadores, por vezes não é uniforme. Nós temos observadores que têm um critério mais apertado, outros mais largo, e a classificação do próprio árbitro pode variar segundo esse critério.
TD- No plano distrital, porque é que acha que o jovem árbitro Tiago Gomes fez as declarações conhecidas na última semana?
JN- Penso que só ele é que poderá pronunciar-se sobre o intuito e o conteúdo da entrevista. O conteúdo não é agradável, merece ser analisado, merece ir ao órgão competente para ser julgado em termos de justiça desportiva, mas penso que ele manifesta com alguma fragilidade a opinião dele e, aquilo que nós temos que fazer, é criar as condições para ele, concretizar a opinião que tem, e a pessoa ou pessoas implicadas poder-se defender também daquilo que de alguma forma possa ser acusado. Mas nisto, como em todas as profissões, uns reagem de uma maneira, outros reagem doutra, mas nós vivemos num estado de liberdade e todas as pessoas têm o direito de manifestar as suas opiniões e depois sujeitar-se às consequências.
TD- Mas ele acaba por elogiar o presidente do CA, mas diz que está mal acompanhado…
JN- A opinião que ele tem eu respeito. A minha opinião não é essa. O fenómeno da arbitragem é, por vezes, pouco compreendido, e tão menos compreendido pelos intervenientes directos, que é o caso do Tiago Gomes.
TD- Ele diz também que desconhecia que existia uma 2ª categoria nos árbitros de futsal e que não teve classificação porque nunca foi observado. Será que as coisas foram mal explicadas aos árbitros?
JN- Não foram nem bem nem mal explicadas. Nunca houve na vertente futsal 1ª e 2ª categorias. A exigência da Federação, quando nos pede árbitros para irem prestar provas, é que se reporta à admissão à 1ª categoria. Nós achamos que chegou a altura de classificar os árbitros de futsal a partir deste ano. Por isso chamámos os árbitros que só actuam no futsal para fazerem exames de acesso à 1ª categoria.
TD- Nesse aspecto desmente que o Tiago Gomes não tinha conhecimento dessa situação…
JN- O conhecimento é relativo. Até agora nunca tinha havido árbitros de 1ª e 2ª categoria de futsal, a partir deste ano entendemos que devia haver e foi por isso que os chamámos para fazer exames de acesso à 1ª categoria.

“Vamos reunir condições para reintegrar árbitros que,
por um motivo ou por outro, se afastaram nos últimos dois anos”

TD- Um dos problemas que afectou este ano a arbitragem, não só a distrital, mas também a nacional, foi a questão das fiscalidade. Como é que esse problema está a ser acompanhado pelo Conselho de Arbitragem?
JN- Eu penso que o problema da fiscalidade vai entroncar na Lei de Bases. É uma questão em que não há outra alternativa a não se quer que se criem algumas facilidades aos árbitros jovens ou à formação, porque este problema acontece, sobretudo, para os árbitros que ainda não têm uma profissão e para aqueles que são estudantes. Eu penso que nós temos condições, também por aquilo que aí vem em termos de legislação, de poder alterar as coisas para que não continuemos a perder árbitros que têm valor para continuar na arbitragem.
TD- E de alguma maneira podem voltar a chamar esses árbitros que se têm afastado?
JN- Eu penso que, para além do recrutamento normal de novos valores, uma das questões é fazer com que árbitros que já actuaram, e que não o fazem há um ano ou dois, voltem ao Conselho de Arbitragem, porque, à partida, estão melhor preparados do que aqueles que possamos formar agora, porque têm uma experiência maior. Penso que vamos reunir condições para reintegrar árbitros que deixaram de actuar por alguma razão, como por exemplo devido à fiscalidade.
TD- Referiu que é cada vez mais difícil captar novos árbitros. Porque é que isso acontece?
JN- É difícil porque a própria sociedade põe à disposição dos jovens outras atracções. É a prática desportiva, a vida académica também, mas eu penso que ser árbitro é uma questão de vocação e todo um conjunto de situações. Por vezes quem não é um bom praticante de futebol pode ter na arbitragem uma possibilidade de continuar a estar por dentro do fenómeno do futebol.

“Não podemos deixar que os árbitros adormeçam em relação ao trabalho”

TD- Acha que hoje em dia os árbitros ainda são vistos como os maus da fita dentro do teatro do futebol?
JN- Eu penso que, em certa medida, o árbitro é sempre o elo mais fraco. Isso vê-se tanto a nível distrital como a nível nacional. A nossa vontade é contrariar essa opinião porque aquilo que nós gostamos é que os árbitros sejam pessoas normais, nunca perdendo a ideia de que são árbitros, mas que, pelo facto de serem árbitros, têm que continuar a ter amigos. O que nós pedimos aos árbitros é que, quando são nomeados e quando cheguam aos campos que falem com as pessoas, cumprimentem os atletas e que estejam livres de qualquer sobrecarga pelo facto de irem apitar um jogo de futebol. O próprio árbitro tem obrigação de saber cativar os intervenientes no jogo.
TD- O seu trabalho como presidente do CA tem sido, de uma maneira geral elogiado. Está contente com o seu desempenho?
JN- Eu, em certa medida, estou contente com o trabalho. Mas também reconheço que os elogios que me são dirigidos, não só a mim mas ao Conselho de Arbitragem e à Associação, são o reconhecimento de um trabalho que se tem feito, mas temos que continuar a ser exigentes connosco próprios. Achamos que temos condições para fazer melhor porque damos aos árbitros condições para isso. Nós não podemos deixar que os árbitros, de uma forma normal, adormeçam em relação à questão do trabalho.
TD- Dirigiu-se à Comunicação Social fazendo o pedido para não ser tão critica em relação ao trabalho dos árbitros e para ser mais condescendente. Acha que a crítica também tem influência num bom ou mau trabalho de um árbitro?
JN- Eu acho que todo o árbitro tem que estar preparado para a crítica a que possa ser sujeitos. Aquilo que me parece é que, por vezes, a própria Comunicação Social, de uma forma naturalmente desinteressada, faz crítica justas ou injustas e isso faz com que, no próximo jogo, as pessoas intervenientes nesse jogo refiram sempre as críticas dirigidas ao árbitro na semana anterior. Queremos evitar que uma crítica seja transportada para o jogo seguinte. Daí o nosso pedido de uma forma sensível e objectiva e sem nenhum interesse, porque nós achamos que a Comunicação Social também tem um papel importante na melhoria da arbitragem e, sobretudo na transparência. Tem é que ser compreensível em relação a alguns erros que possam acontecer num campo de futebol.

Jorge Nunes na entrevista que põe ponto final à época 2005/06. O presidente do Conselho de Arbitragem do nosso distrito está contente com o desempenho do órgão a que preside mas também deixa a ideia de que é sempre possível fazer mais e melhor no capítulo do apito.

FESTA DE ENCERRAMENTO CONSELHO ARBITRAGEM AFCB


O último apito da época

O concelho de Proença-a-Nova foi o escolhido para encerrar a temporada 2005/06 pelo Conselho de Arbitragem da Associação de Futebol de Castelo Branco. Com muitos árbitros e respectivas famílias presentes, bem como vários elementos ligados à estrutura da arbitragem do nosso distrito, o almoço de confraternização decorreu na Sobreira Formosa depois de um jogo de futebol de convívio no campo de futebol Senhora das Neves.
Na mesa de honra estiveram, para além do presidente do Conselho de Arbitragem, Jorge Nunes, alguns convidados que, de uma forma ou de outra estão ligados ao mundo dos árbitros. Ilídio Gonçalves, do CA da Federação Portuguesa de Futebol, Francisco Parrinha, árbitro internacional de futsal que esteve em representação da APAF, Vítor Tomás, presidente do CA da AF Évora, Luciano de Almeida, secretário-geral da AFCB e Abílio Henriques, do Conselho Técnico da AFCB, foram alguns dos presentes, isto para além dos representantes das Câmaras Municipais de Proença-a-Nova, João Manso, do Fundão, Rui Quelhas e de Vila de Rei, Paulo César.
Este almoço de encerramento foi aproveitado pelo Conselho de Arbitragem do nosso distrito para fazer a entrega de diplomas dos últimos cursos de árbitros e ainda para distinguir com uma lembrança alguns juízes, ou pessoas ou entidades que, de uma forma ou de outra estão ligadas aos homens do apito. Neste capítulo, Tribuna Desportiva foi um dos três órgãos de Comunicação Social distinguidos, depois de uma votação entre os próprios árbitros.
Mas a temporada que agora terminou, acabou por não ser muito positiva para a representação distrital em provas nacionais, particularmente no futsal. Jorge Nunes, o presidente do CA referiu que “não é por muito madrugar que o sol nasce mais cedo. Não é árbitro quem quer ser árbitro. É preciso muito trabalho e mais quantidade para que se possa ter mais qualidade, mas cada vez há mais dificuldades em captar novos árbitros. Calculamos que, se não aparecerem novos árbitros, daqui por 3 anos não temos árbitros para indicar à Federação Portuguesa de Futebol”.
Mas ao nível distrital as coisas até correram bem, já que dos 1200 jogos organizados pela AFCB apenas houve uma reclamação, isto apesar das dificuldades para as nomeações dentro de um quadro que integra 75 árbitros, 15 deles estagiários e 15 afectos à Federação.
Jorge Nunes, referindo-se a outros problemas que afectam o sector, destacou “a fiscalidade, que é um problema de difícil resolução”. Neste capítulo está tudo dependente da Nova Lei de Bases do Sistema Desportivo.
Num olhar sobre a próxima época, o presidente do CA da AFCB revelou que “vai haver 3 reciclagens com testes físicos e escritos e, no intervalo de cada uma delas, haverá reciclagens que integrarão testes escritos e debates”.
Uma das novidades para a temporada 2006/07 será as nomeações por SMS, com os árbitros a terem que fazer a confirmação até ao dia seguinte.
Ilídio Gonçalves, que representou o Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol, na sua intervenção, destacou os custos da interioridade. “Castelo Branco está no interior e está em desigualdade, mas tudo tem que ser feito para vencer essa desigualdade”. Ilídio Gonçalves enalteceu ainda “o trabalho exemplar que vem sendo feito pelo Conselho de Arbitragem da Associação de Futebol de Castelo Branco”.
Já Francisco Parrinha, árbitro internacional de futsal e que representou a Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol, optou por dar relevo à nova Lei de Bases do Sistema Desportivo: “vamos esperar que tudo o que foi prometido e acordado entre a APAF e a Secretaria de Estado seja cumprido”, mas de seguida revelou que “a APAF está um pouco de pé atrás em relação ao que aí vem”.
Luciano de Almeida, secretário-geral da AFCB, acabou por ser o mais crítico em relação aos árbitros, dizendo mesmo que “o esforço que é feito pelo Conselho de Arbitragem não é correspondido por alguns árbitros. O CA não merece algumas coisas que acontecem, principalmente por parte dos árbitros que integram os quadros nacionais”.A época 2005/06 está assim encerrada, agora todos esperamos que a próxima seja melhor que a que agora fechou, principalmente por parte dos juízes que vão representar o distrito em provas nacionais.

FESTA DE ENCERRAMENTO DESPORTIVO CB


Encerrou o ano dos 3 títulos

Foi um sábado em cheio para todos os atletas, directores e amigos do Desportivo de Castelo Branco. Desde as 10 horas até ao cair do dia, o Complexo Desportivo da Zona de Lazer de Castelo Branco esteve por conta do Desportivo. Durante todo o dia em que foi assinalado o final da época desportiva 2005/06 jogou-se futebol, malha, sueca e os miúdos das camadas mais jovens tiveram oportunidade de correr, brincar e confraternizar.
Esta acabou por ser uma temporada excelente para o Desportivo, não só no plano meramente desportivo mas também no plano financeiro, já que o passivo acumulado acabou por ser reduzido de uma forma mais significativa que o próprio presidente previa no início da temporada.
Dentro das quatro linhas, o Desportivo de Castelo Branco sagrou-se campeão distrital de escolas, infantis e juvenis o que para o presidente José Bernardino se traduz “numa época espectacular”. Para além dos 3 títulos alcançados José Bernardino destaca ainda “a boa prestação de todas as equipas que passaram todas à 2ª fase, à excepção da equipa C de escolas, por causa da idade, mas mesmo assim, na Taça que disputaram ficaram em 4º lugar numa prova que tinha, por exemplo, a Estação e outras equipas com jogadores mais velhos”.
Mas se os feitos desportivos já foram amplamente divulgados e destacados passa a ser o capítulo financeiro a ter uma importância extrema. Também aqui o presidente refere que “foi uma época que ultrapassou todas as nossas expectativas. Nós pensamos reduzir o passivo em 20 mil euros durante esta época e, apesar das contas ainda não estarem totalmente fechadas, calculamos que no final deste mês o passivo esteja reduzido em 30 mil euros ou seja, mais 50% que o que se pensava no início”. Para que esta vitória financeira tenha sido alcançada, José Bernardino destaca “o apoio das entidades oficiais, porque sem esse apoio não é possível neste momento fazer qualquer trabalho. As entidades particulares, as empresas e a cidade de Castelo Branco não apoiam e mais valor tem por termos conseguido o que conseguimos. Houve uma grande contenção nas despesas, os pais dos atletas colaboraram bastante e vai ter que ser assim. Têm que ser os pais dos atletas a contribuírem para que eles possam praticar futebol”.
O passivo não vai ser ainda limpo durante este mandato de José Bernardino, que termina em Dezembro próximo, principalmente porque vem aí um nacional de juvenis que faz crescer as despesas, mas num próximo mandato tudo é possível.
Sobre uma eventual continuidade à frente dos destinos do Desportivo albicastrense, José Bernardino refere que “se tiver disponibilidade e saúde poderei continuar”. Mas, se tivesse que decidir agora, “apesar da alegria de ver tanta gente reunida em volta do Desportivo, se fosse hoje estava desmotivado, porque eu já estou a trabalhar com vista à próxima época e vejo que as pessoas e as empresas não se interessam. Nós não pedimos muito, pedimos coisas praticamente insignificantes mas, mesmo assim há dificuldades. As empresas também estão mal e não se consegue trabalhar desta forma”.
Na próxima temporada os objectivos passam por manter a equipa de juvenis no nacional e continuar a trabalhar nos outros escalões que os títulos virão por acréscimo. Uma das novidades para a época 2006/07 deverá ser o aparecimento de uma equipa D de escolas.

FESTA DE ENCERRAMENTO ARCB VALONGO


Valongo em movimento

A Associação Recreativa e Cultural do Bairro do Valongo fez a festa de encerramento da época no Polivalente que inaugurou no mesmo dia e que contou com a presença do presidente da Câmara Municipal de Castelo Branco, Joaquim Morão.
Esta nova infra-estrutura vem permitir à colectividade albicastrense mais e melhores condições que até aqui não existiam. Passa a haver um local com todas as condições para a organização de festas e outros eventos, havendo também a possibilidade de ceder o novo espaço para que outras entidades o utilizem.
Joaquim Neto, presidente da ARCB Valongo, fez um balanço “muito positivo em termos gerais, embora nós sejamos ambiciosos e pretendamos sempre fazer melhor”. O futebol é uma das modalidades em destaque no Valongo, e neste capítulo o balanço interno já foi feito “e também foi positivo. Ficamos em 2º lugar em dois escalões, noutro ficámos em 3º, mas acabou por faltar o título”. Para que o título distrital não tivesse sido alcançado em nenhum dos escalões em que a Associação do Valongo tem representações vários factores contribuíram: “há o factor sorte e a forma como os campeonatos foram organizados também não ajudou”. Neste capítulo Joaquim Neto diz que “já foi apresentada uma proposta à Associação de Futebol de Castelo Branco, porque nós entendemos que nos campeonatos com 2ª fase as equipas devem partir da estaca zero e não transitarem com 50% dos pontos da 1ª fase. Nestes escalões há influências de diversos tipos, desde 2 ou 3 miúdos estarem doentes, que pode fazer diferença num jogo que decide o título”.
Mas há já alguns anos que a Associação do Bairro do Valongo ultrapassou as fronteiras do próprio Bairro e se tornou num clube da cidade e com expressão no próprio Concelho de Castelo Branco. E também por isso este emblema não se resume apenas e só ao futebol. “Este clube divide as energias e os meios com muitas outras actividades. Comandar toda esta máquina é complicado e não tem nada a ver com uma colectividade que tem apenas futebol, ou em que o futebol é a sua modalidade principal, em que tudo é canalizado para o futebol”.
A ARCB Valongo tem neste momento, para além do futebol, atletismo, ténis e aeromodelismo. Isto no plano desportivo porque como faz questão de frisar o presidente, “nós somos uma colectividade recreativa, cultural e desportiva que procuramos diversificar e fazer coisas que vão desde uma festa anual a torneios de malha, de sueca, bordados de Castelo Branco, isto para além da máquina desportiva”.
Quanto ao futuro, Joaquim Neto afirma que “nós temos que ter um crescimento consolidado e sustentado. Nós não podemos dar um passo maior do que a perna”.Apesar das dificuldades que o país atravessa e que se reflectem necessariamente no trabalho destas colectividades, a ARCB Valongo é já um emblema da cidade de Castelo Branco. A época 2005/06 fechou mas outras se seguem. Continuem!

1º TORNEIO DE ANDEBOL DA CASA DO BENFICA CB


Meninas da Casa ficam com 2º lugar

No seguimento da sua política desportiva e da aposta na formação, a Casa do Benfica em Castelo Branco levou a efeito no último sábado no Pavilhão Municipal de Castelo Branco a 1ª edição do seu torneio de andebol feminino destinado à categoria de iniciadas.
Depois do êxito do Festand realizado na semana anterior, desta vez o sucesso da iniciativa repetiu-se e, o clube organizador tem mesmo por objectivo “transformar esta 1ª edição num primeiro passo para um torneio de referência”. Nesse sentido, Paula Espírito Santo acrescenta que “sabemos que isso requer muito tempo, mas é intenção da Casa do Benfica em Castelo Branco avançar já na próxima época, e dentro desta mesma data, com um torneio com mais equipas participantes e de maior duração”.
Na edição inaugural participaram, para além da equipa organizadora, o Juventude, Convívio e Amizade de Alcanena, Clube de Caçadores de Ansião, Empregados do Comércio de Santarém e, outra equipa do nosso distrito, o Águias do Canhoso.
Num sistema de todos contra todos, foram realizados 10 jogos, divididos entre a manhã e tarde e de onde acabou por sair vencedora a equipa de Alcanena. O 2º lugar ficou para a equipa organizadora, a Casa do Benfica em Castelo Branco, e o último lugar do pódio foi para o Clube de Caçadores de Ansião. A 4ª e 5ª posições foram ocupadas, respectivamente pela equipa que viajou de Santarém e pelo Águias do Canhoso.
No balanço desta iniciativa, Paula Espírito Santo referiu que “o torneio foi altamente positivo, já que a nossa principal intenção foi a de dar a possibilidade de competir à nossa formação. É nesse sentido que pretendemos prosseguir”.

terça-feira, junho 20, 2006

5º TORNEIO INTERNACIONAL DE SUB-14 DE IDANHA-A-NOVA


Três vezes Atlético Madrid!!!

Atlético de Madrid, Sporting CP, FC Porto, Boavista, Vitória de Guimarães e Desportivo de Castelo Branco disputaram no último fim-de-semana, no Complexo Desportivo das Termas de Monfortinho e no Estádio Municipal de Idanha-a-Nova, a 5ª Edição do Torneio Internacional de Idanha-a-Nova na categoria de iniciados.
Na sexta-feira o Desportivo de Castelo Branco disputou os seus dois jogos referentes ao grupo em que estava inserido. Frente ao Sporting Clube de Portugal, equipa que este ano se sagrou campeã nacional de iniciados, os albicastrenses perderam por 6-1 mas ficam com a consolação de terem sido a primeira equipa a marcar no jogo. Já frente ao Futebol Clube do Porto, o Desportivo foi derrotado por 8-0. No jogo que decidia o apuramento para a final os dragões foram mais fortes e derrotaram, sem dificuldades, os leõezinhos por 4-0.
No outro grupo foi o Atlético de Madrid que somou vitórias nos dois jogos que disputou, isto apesar dos números terem sido sempre mais equilibrados que no outro grupo. Os madrilistas derrotaram o Vitória de Guimarães por 2-1 e o Boavista por 3-2. No jogo que acabou por decidir quem iria disputar o 3º e 4º lugar os axadrezados ganharam aos vimaranenses por 3-1.
Ainda no sábado Vitória de Guimarães e Desportivo de Castelo Branco encontraram-se para decidir quem iria ocupar a 5ª e 6ª posição. Mais um jogo com pouca história, já que os vitorianos bateram sem dificuldade a equipa que representou neste torneio a nossa região por 6-0.
No domingo, dia de todas as decisões, a manhã desportiva começou com o apuramento do 3º e 4º classificado, onde o Boavista venceu a formação do Sporting CP por 5-0, alcançando assim o último lugar do pódio, relegando os verde e brancos para o 4º lugar. Um jogo em que os números acabam por falar por si e que demonstram bem a superioridade axadrezada.

Estádio Municipal de Idanha-a-Nova
Árbitro- Bruno Nave, auxiliado por Ricardo Fernandes e Pedro Ribeiro, de Castelo Branco
Boavista FC- Andrew Silva, Adriano Costa, Fábio Costa, Fábio Pinto, Bruno Soares, Emanuel Reis, Gonçalo Alves, Nuno Correia, Esmael Gonçalves, Rui Carvalho e Nélson Pereira
Foram ainda utilizados neste torneio- Manuel Pinto, Pedro Lourenço, Pedro Ferreira, Lucas Teixeira e Hugo Silva
Treinador- Moinhos
Sporting CP- João Figueiredo, João Araújo, Josué Sá, João Freitas, João Ferro, Mickael Pereira, Tiago Rodrigues, Ariclene Oliveira, Peter Caraballo, André Cardoso e Rodolfo Lourenço
Foram ainda utilizados neste torneio- Tiago Zurga, Gonçalo Rodrigues, Fábio Fortes, Sandro Almeida, Bertino Barbosa, Tiago Ferreira e David Silva
Treinador- Pedro Gonçalves
Marcadores- Rui Carvalho aos 10 e 58, Nélson Pereira aos 20, Esmael Gonçalves aos 21 e Hugo Silva aos 63

No jogo do título, esteve prestes a ser necessário recorrer, tal como no ano passado, ao desempate através de pontapés da marca de grande penalidade. Atlético de Madrid e Futebol Clube do Porto proporcionaram ao muito público presente um espectáculo muito agradável, equilibrado, mas com os portistas a terem sempre a frente no marcador. Rui Caetano deu vantagem aos azuis e brancos logo no minuto 10, e a emoção dos golos só voltaria ao Municipal idanhense no último quarto de hora do jogo. Jona empatou aos 57, mas cinco minutos depois Rui Caetano fez o seu segundo golo e voltou a adiantar o Porto no placard. Mas o volte-face definitivo estava reservado para o período de compensações concedido por Carlos Xistra. Com os dragões a acusarem o cansaço provocado por uma temperatura muito elevada, Ruiz empatou no último minuto e, quando já todos aguardavam a decisão nas grandes penalidades eis que surge, de novo, Jona, para dar a vitória à sua equipa no 3º e último minuto dos acréscimos.
Neste Torneio foram ainda distinguidos Rui Caetano, do Futebol Clube do Porto, como o melhor jogador, Gonzalo Contreras, do Atlético de Madrid, como o melhor guarda-redes e Rui Carvalho, do Boavista, como o melhor marcador ao apontar 5 golos.
O Desportivo de Castelo Branco recebeu o Troféu Disciplina.

Estádio Municipal de Idanha-a-Nova
Árbitro- Carlos Xistra, auxiliado por Pedro Ribeiro e Ricardo Fernandes, de Castelo Branco
Atlético de Madrid- Gonzalo Contreras, Nacho, Heras, Rebollo, Linares, Keko, Rafa, Vidal, Carlos, Jona e Candil
Foram ainda utilizados neste torneio- Molon, Cristian, Jonny, Cerrajero, Santos, Ruiz e Montes
Treinador- Armando De Las Morenas
FC Porto- Rafael Albuquerque, João Garcia, José Pedro, Eduardo Fontes, Ramon Cardenas, Ricardo Cardoso, Alexandre, Filipe Espinho, Rui Caetano, Rui Santos e Paulo Mota
Foram ainda utilizados neste torneio- Fernando Alves, Pedro Branco, Diogo Jerónimo, André Jesus, João Silva, Bruno Gomes e Sérgio Carneiro
Treinador- Álvaro Santos SilvaMarcadores- Jona aos 57 e 70+3 e Ruiz aos 70; Rui Caetano aos 10 e 62

III TORNEIO DE FUTEBOL DE 7 DA ARCB VALONGO


Valongo faz a dobradinha

Foi um dia em cheio para o futebol juvenil da Associação Recreativa e Cultural do Bairro do Valongo.
A III edição do torneio de futebol de 7 para escolas e infantis organizado pelo clube albicastrense foi um sucesso, tanto a nível organizativo como desportivo.
O dia começou bem cedo com um jogo amigável entre a equipa de escolas C e os pré-competitivos da casa, encontro que acabou com vitória dos mais velhinhos, e prosseguiu com as partidas já integradas no quadro competitivo.
No escalão de escolas, a equipa A do Valongo bateu sem dificuldade a B por esclarecedores 6-0. O Desportivo de Castelo Branco teve um jogo mais complicado mas, apesar de tudo, conseguiu também o apuramento para o jogo decisivo ao derrotar o Abrantes e Benfica por 2-1.
Nos infantis, e tal como nos mais novos, a equipa A da casa também bateu a B por números que não deixam dúvidas: 7-1. Já no segundo encontro o resultado voltou a ser bem mais equilibrado. Num jogo entre equipas convidadas, a Escola de Futebol de Tomar venceu pela margem mínima, outro 2-1, o União de Almeirim.
Desta forma estavam escalonados os encontros decisivos que decorreram já durante a tarde de um sábado com uma temperatura agradável para a prática do futebol, apesar da chuva ser praticamente uma constante, o que não impediu que se registasse uma boa moldura humana nas bancadas do Complexo Desportivo do Bairro do Valongo.
Nas escolas, no apuramento do 3º e 4º classificado, o Valongo B derrotou o Abrantes e Benfica por 3-1, alcançando assim o último lugar do pódio.
E no jogo decisivo foi o Valongo A que bateu o Desportivo de Castelo Branco por 6-2, num jogo que podia ter sido bem mais equilibrado se o Desportivo tivesse participado com a sua equipa que acabou de se sagrar campeã distrital da categoria. Com uma mescla de jogadores da equipa de escolas A e B o Desportivo albicastrense acabou por não ter andamento para contrariar a superioridade da equipa da casa.

Complexo Desportivo do Bairro do Valongo
Árbitro- Cláudio Santos e Carlos Santos
ARCB Valongo A- Roberto, Ruben Valente, Leandro Raposo, David Belchior, Guilherme Jorge, Afonso, Bernardo Carreiro, Elienai Guedes, Gonçalo Nunes, Eduardo Lourenço, Kiko, João Luís e Diogo
Treinador- José Carlos Marques
Desportivo CB- Renato Martins, Tiago Almeida, David Roque, João Bargão, Rui Vicente, Tiago Ildefonso, Pedro Fonseca, José Ricardo, Diogo Natário, Francisco Goulão, Rodrigo Pombo e Rafael Afonso
Treinador- Filipe Roque

Nos infantis, a equipa B da casa acabou por conseguir também o 3º lugar, ao bater sem grandes dificuldades o União de Almeirim por 4-0.
Na grande final esteve muito difícil de se chegar ao vencedor. Depois de uma hora de jogo em que as equipas se equivaleram e marcaram um golo cada uma, nas grandes penalidades, e depois de um empate a 2 na primeira série de 3 penalidades para cada lado, acabou por ser mais feliz a equipa A do Valongo que venceu por 5-4 na transformação de pontapés da marca de grande penalidade.

Complexo Desportivo do Bairro do Valongo
Árbitro- Paulo Antunes e Cláudio Santos
ARCB Valongo A- André Rocha, Nuno Silva, Carrilho, Sérgio, Daniel Santos, Max, André Silva, Nélson Santos, João Antunes, Daniel Lourenço, João Coelho, Rui Cordeiro e Gonçalo Gonçalves
Treinador- Luís Duarte
EF Tomar- Bruno Silva, Hugo Martins, André Antunes, Pedro Reis, Mickael Alcobia, Ricardo Natividade, Renato Gonçalves, António Vilarinho, João Conde, Luís Pinto, Hélio Cartaxo, Fernando Pastor e Eduardo Pinheiro
Treinador- Lino Freitas

No próximo sábado a Associação Recreativa e Cultural do Bairro do Valongo vai inaugurar a sua mais recente infra-estrutura. Um polidesportivo coberto que vem colmatar uma lacuna que existia e que permite assim a realização de actividades quando não é possível decorrerem em locais sem cobertura.

Luís Duarte, coordenador futebol juvenil da ARCB Valongo

“Pode surgir daqui um torneio internacional”
“Foi um torneio que correu bem, uma vez que conquistámos o primeiro lugar com as equipas A nas duas categorias e o 3º lugar, tanto em escolas como em infantis, com as equipas B. Esta já é a 3ª edição deste torneio, o público aderiu em massa e vamos tentar sempre melhorar cada vez mais. Quem sabe se daqui a uns anos não conseguimos que seja um torneio internacional”.

APRESENTAÇÃO ACAMPAMENTO TRANSFRONTEIRIÇO DA JUVENTUDE / FEIRA TRANSFRONTEIÇA DO ASSOCIATIVISMO JUVENIL


Mais de 500 jovens ibéricos vão acampar em Alpedrinha

O recinto do Anjo da Guarda em Alpedrinha vai receber nos próximos dias 21, 22 e 23 de Julho o Acampamento Transfronteiriço da Juventude ao mesmo tempo que decorre na vila a Feira Transfronteiriça do Associativismo Juvenil.
Na apresentação deste evento, que decorreu na sede da Liga dos Amigos de Alpedrinha, estiveram presentes Miguel Nascimento, Delegado Regional do IPJ de Castelo Branco, Francisco Barata Roxo, Presidente da Junta de Freguesia de Alpedrinha, Paulo Fernandes, Vereador do Pelouro da Juventude na Câmara Municipal do Fundão, Carlos Ventura, Presidente da Liga dos Amigos de Alpedrinha e João Salvado, Presidente do Teatro Clube de Alpedrinha.
Segundo as entidades organizadoras, estes eventos vão decorrer à imagem da Festa dos Chocalhos, que anualmente decorrem em Alpedrinha, visto tratar-se de uma iniciativa de reconhecido sucesso. Francisco Barata Roxo, referiu a este propósito que “se conseguirmos que a juventude participante adira estamos dispostos a agarrar esta oportunidade, mantê-la anualmente e assim garantir mais um evento para Alpedrinha. Tudo o que seja para promover a vila nós estamos sempre dispostos a receber e apoiar”.
Neste projecto incluído no programa do COJUTRA, que é financiado pelo INTERREG III-A, vão ser gastos “nunca mais de 25 mil euros”, esclarece Miguel Nascimento. E sobre as actividades de um projecto que esteve em vias de se perder, o Delegado Regional do IPJ revela que “neste momento estamos a meio do ano e está concluído 50% do projecto. Isto é importante porque, se se viesse a perder este apoio estavam em causa 200 mil euros, entre as delegações da Guarda e Castelo Branco”.
Miguel Nascimento adiantou ainda que conta que, “no fim-de-semana de 21 a 23 de Julho estejam presentes o Director Geral da Juventude de Castilla y Léon bem como o nosso Secretário de Estado da Juventude”.
Desvendando um pouco mais do que vão ser estes três dias em que se esperam mais de 500 jovens campistas, entre eles cerca de 70 espanhóis, o responsável do IPJ dá conta das várias instituições que “estão de corpo e alma com esta iniciativa. A Fundação das Novas Tecnologias de Informação vai ter aqui o seu camião onde vai estar disponível acesso permanente à Internet, a Federação Nacional das Associações Juvenis também vai estar presente, o MoviJovem, que é a entidade que gere o cartão-jovem e as Pousadas das Juventude também vai ter a sua divulgação e o Instituto Português de Desporto virá expor aqui todos os seus produtos”.
Desta forma, Miguel Nascimento pensa estarem “reunidas todas as condições e todos os ingredientes para um fim-de-semana intenso e atractivo”. E se tudo correr pelo melhor, o Delegado do IPJ revela mesmo que “iremos fazer todos os esforços para que a iniciativa se mantenha com ou sem apoios comunitários”.
Quanto ao programa, dia 21 às 18 horas a abertura da feira será assinalada com um desfile do Grupo de Zabumbas (bombos) de Alpedrinha, para uma hora depois abrir oficialmente o acampamento que, como já referimos, vai decorrer no recinto do Anjo da Guarda. Durante os três dias vai haver muita animação de rua, actuações de bandas musicais destinadas aos mais jovens, teatro, com a peça “Auto da Barca do Inferno” e discoteca ao ar livre nos dias 21 e 22 no Chafariz D. João V a partir das 00.30.Mais uma iniciativa no âmbito da cooperação transfronteiriça, promovida pelo COJUTRA, Cooperação Juvenil Transfronteiriço. As inscrições estão abertas em todas as entidades promotoras do evento.

BENFICA E CASTELO BRANCO PREPARA TEMPORADA

António Marques é o novo treinador do Benfica CB

A Comissão Administrativa do Sport Benfica e Castelo Branco, que está prestes a constituir uma Direcção, já escolheu o treinador para a temporada 2006/07. António Marques, que nas últimas épocas trabalhou como preparador físico e treinador adjunto da equipa encarnada foi o nome escolhido para orientar a equipa na 3ª divisão, faltando agora definir a restante equipa técnica, estando em cima da mesa dois ou três nomes para a função de treinador adjunto.
Segundo apurámos, o plantel também já está numa fase avançada de formação e vai incluir vários jogadores que representaram o clube na última temporada, excepção feita a Carlos Soares e Daniel Fernandes que se transferiram para o União Idanhense, Daniel Matos que rumou ao Sporting da Covilhã, Cláudio que informou o clube encarnado que tem uma boa proposta de um clube da Madeira mas que é dado como certo no Unhais da Serra, Martinho e Tiago Paulo que vão representar o Oleiros e Ricardo Pinto que termina a sua carreira como jogador. Quanto a entradas, estão já confirmados os nomes de Hélder Cruz, guarda-redes ex-Idanhense, Milton que representou na última temporada os leões da serra, Alex, um central de 22 anos ex-Elvas mas que fez as camadas jovens no Sport Lisboa e Benfica, Tiago Mota outro central que deixa o Águias do Moradal e João Paulo que depois de uma breve passagem pela Desportiva do Fundão vai regressar ao Benfica albicastrense. Carrasco, Quinzinho e Alves são três juniores que sobem a sénior e Nuno Martins, José Luís, Edgar, Tiago Marques, Micael, Cascavél, Miguel Vaz, Ricardo António, Trindade, Telmo, Prata e Bruno Cardoso vão continuar de encarnado.No que respeita à Assembleia-geral para a realização do acto eleitoral, nada está ainda decidido mas, se tudo decorrer como o previsto na última AG, ela deverá ser marcada, para o final da próxima semana.

quarta-feira, junho 14, 2006

ENTREVISTA A ANTÓNIO JOAQUIM, TREINADOR DO VITÓRIA DE SERNACHE


“Não pode ser só o treinador a ter vontade de subir”

Mesmo terminando em 2º lugar, ou o primeiro dos últimos, como muitos preferem, António Joaquim ficou contente com a época do Vitória de Sernache. O técnico vitoriano faz a análise da temporada, fala das muitas dificuldades com que se debateu ao longo do ano mas ainda se refere muito pouco ao futuro.

“Dadas as nossas limitações o 2º lugar é bastante bom”

Tribuna Desportiva- Quando começou a temporada disse-nos que o objectivo era ficar no pódio, isso foi conseguido com um 2º lugar, se bem que há quem diga que o 2º é o primeiro dos últimos…
António Joaquim- O objectivo era fazer o melhor possível. É claro que sabíamos as nossas capacidades, o plantel que tínhamos e sabíamos que poderíamos ficar entre os 3 primeiros. Penso que da maneira que decorreu o campeonato, dadas as limitações que tivemos ao longo da prova, o 2º lugar é bastante bom para o clube, para os jogadores, e para o treinador também é bom.
TD- O Sernache foi várias vezes apontado como favorito mas você queixou-se ao longo do campeonato de um plantel muito curto. Esse foi o principal problema?
AJ- Nós tínhamos um bom 11 mas faltava o resto. Nós sabíamos isso e até o dissemos antes de começar o campeonato. A questão de colocarem o Vitória como favorito é normal, porque é um clube com pergaminhos no distrital, é um clube digno e é sempre um clube que tem que ser respeitado. Tínhamos um plantel muito curto e ainda tivemos muitas limitações com o decorrer do campeonato. Tínhamos jogadores no 11 que não podiam dar o seu contributo nos treinos e é claro que uma equipa que quer mais do que aquilo que nós conseguimos não pode ter estas limitações. Tem que ter um plantel com mais quantidade, tem que ter uma retaguarda mais forte que a nossa, não pode ser só o treinador a ter vontade de subir de divisão. De qualquer forma a direcção também nunca nos pediu mais…
TD- E havia essa vontade de subir do treinador?
AJ- Há sempre. Uma vontade muito grande principalmente no Vitória de Sernache que é um clube que tem feito muito por mim e pelo qual eu também tenho feito muito, um clube que eu gosto e que é o clube da minha terra. Há sempre essa ambição. Não pode é ser só a ambição do treinador. Tem que ser também a ambição de todos os jogadores e não só de alguns. De qualquer das formas o 2º lugar não nos deu nada mas foi bastante bom. Mesmo sendo o primeiro dos últimos há muita gente que gostaria de ficar no nosso lugar. Dos 4 primeiros classificados o nosso plantel seria o mais curto mas com alguma qualidade, apesar dos outros, se calhar, até terem qualidade superior. Acabámos por ser mais regulares, apesar do grande número de contra-tempos ao longo da época. Tivemos sempre pouca gente nos treinos e outras situações que eu não contava. Tivemos jogadores que telefonavam à sexta-feira a dizer que não podiam ir ao jogo porque tinham que estudar, outros faltavam para ir a baptizados, outros porque se lembravam que o regulamento que tinha que ser cumprido era o do jogador e não o do clube e batiam com a porta… são situações que são da responsabilidade única e exclusiva do treinador e ele foi o único que teve que as resolver porque mais ninguém se prestou para isso. Isto no desenrolar de uma época custa pontos. Mas acabámos por fazer um campeonato brilhante, fora de casa perdemos apenas uma vez, e não fomos inferiores ao adversário mas fomos inferiores a quem decidiu o jogo.

“Jogámos constantemente com três jogadores
que não treinavam regularmente”

TD- O tal plantel em quantidade que não teve foi a grande diferença para o Penamacor?
AJ- O Penamacor tinha um plantel mais equilibrado, com mais quantidade, se calhar a ADEP teve sempre um número constante de jogadores nos treinos, tudo isso é essencial. Nós tivemos 3 jogadores que eram titulares e que não treinavam regularmente. Fizemos 118 treinos durante a época e eu tenho jogadores que foram titulares que fizeram 31 treinos… Antes de começar o campeonato pedi mais jogadores mas não foi possível. O importante foi cumprir-se sempre aquilo que foi acordado.
TD- Qual foi o jogo em que viu que o Penamacor já era inalcansável?
AJ- Nós andamos bastante tempo no comando da classificação e depois a orgânica deste campeonato também não permite manter um ritmo competitivo constante porque joga-se de 15 em 15 dias e às vezes de 3 em 3 semanas. Nós nunca nos preocupamos com a distância em relação aos outros. Preocupámo-nos em fazer o nosso campeonato. Creio que o treinador do Sernache manteve sempre, ao longo do campeonato, um discurso sério, e analisámos sempre as coisas jogo a jogo. Depois da época terminar posso dizer que houve dois jogos que mexeram com a moral da equipa, que foi o jogo de Oleiros em que criámos situações de golo suficientes para ganhar e acabámos por empatar e depois o jogo depois da paragem de Natal e Ano Novo em que tivemos o azar de não conseguir ganhar ao Unhais da Serra. Desperdiçamos uma grande penalidade, algumas situações de golo… Depois devido à inexperiência de alguns jogadores terão começado a pensar que o campeonato estava decidido porque ou se luta para ser primeiro ou então a ambição não existe. Nós nunca se quer assumimos o 2º lugar mas, a partir do momento que fomos a Penamacor, eu tive que dizer aos jogadores, até para criar alguma ambição dentro do plantel, que íamos lutar pelo segundo lugar. Não nos dava nada mas era uma questão de nos motivar dentro do grupo. Fomos uma equipa diferente de algumas das outras porque praticámos um futebol bonito, apoiado e que dava gosto ver jogar.

“Se os jogadores saírem penso que não será pelo treinador”

TD- Ao longo da temporada deixou algumas críticas aos árbitros. Houve alguma evolução positiva nesse capítulo?
AJ- Este ano foi um ano em que tivemos o lote de árbitros praticamente todo disponível no Distrital, porque eles tinham descido quase todos no ano anterior. Eu critiquei os árbitros mesmo quando ganhava. Não sei se havia alguma coisa, não contra o clube, mas contra o treinador, porque era uma pessoa séria e directa e nunca optou pelo discurso do elogio quando ganhou e da crítica quando perdeu. Tive sempre um discurso realista e analisei as situações sempre de uma forma rigorosa e séria. Senti que havia decisões, talvez por estar dentro do campo, que eram sempre contra o Sernache. Situações de falar para as pessoas e elas demonstrarem uma certa arrogância quando para o outro lado mostravam mais abertura ao diálogo. Isso terá sido uma questão mais pessoal, mas eu continuo a dizer que há bons árbitros em Castelo Branco, tive boas arbitragens mas também tive jogos em que tive mais dificuldades em ganhar porque só o valor da equipa não dava para disputar o jogo. Era preciso ter mais qualquer coisa que não tivemos e que o adversário teve.
TD- E a prova de reconhecimento pelo valor do plantel do Vitória é a procura que eles estão a ter nesta altura…
AJ- Não sei de nada do futuro. Eu já ouvi que há uma debandada de alguns jogadores, mas é claro que isso não me compete a mim falar. Neste momento eu estou disponível para todos os clubes, não sei nada do futuro. O que se ouve, ouve, mas eu não queria comentar isso. Se for verdade é o reconhecer do trabalho que foi desenvolvido no Vitória de Sernache ao longo destes três anos. Eu cheguei ao Sernache há 3 anos, encontrei uma equipa de juniores, fomos organizando a equipa, fazendo boas exibições por esse distrito e creio que na última época, devido ao esforço que fiz, fui recompensado com a vinda de alguns jogadores e, acima de tudo com a vinda de alguns amigos para o plantel do Vitória. Se eles saírem eu penso que não será pelo treinador mas cada um terá que pensar no que será melhor para si. Mas são aspectos que dizem respeito à direcção e não ao treinador.
A palavra do técnico segundo classificado da Divisão maior do futebol Distrital. António Joaquim diz-se, neste momento, “disponível para qualquer clube”. A saída de um grande número de atletas parece estar a acontecer no Vitória mas o técnico diz que “isso é um problema da direcção”.

AD ALBICASTRENSE- 29 LICEU CAMÕES- 29


Manutenção chegou nos últimos segundos

Pavilhão da Escola EB2/3 de Nisa
Árbitros- Jorge Manuel e Nuno Francisco (Madeira)
AD Albicastrense- José Pereira e Pedro Mendes, Martin Gomes (1), Luís Gama (4), Luís Robalo (1), Jonatas Valente (2), Sérgio Silva, João Fialho (9), Bruno Roberto (4), Maximiano Ribeiro (3), Filipe Félix (3), João Romão (2) e Luís Leitão
Treinador- José Curto
Liceu Camões- Luís Gonçalves e José Marques, Marco Silva (3), José Rua (7), Pedro Simões (4), Francisco Fogaça (2), Hugo Costa (1), Tiago Silva, José Gomes, Rodrigo Lopes (2), Eduardo Costa (2) e Hugo Dias (8)
Treinador- José Caeiro
Marcador ao intervalo- 12-13

Foi arrancada a ferros a permanência da Albicastrense no Nacional da 1ª divisão de andebol! Depois de uma época com muitos altos e baixos, e também depois de lhe ver retirado o ponto referente à derrota no jogo com o Vela de Tavira, a ADA chegava à última jornada a ter que jogar em terreno neutro, porque estava obrigada a jogar fora do distrito de Castelo Branco devido aos incidentes no jogo com o Vela, e a depender do resultado do jogo entre o 1º de Dezembro e o Juve Lis, isto para além de estar proibida de perder frente ao Liceu Camões. Mas a conjugação de todos estes factores acabaram por ser favoráveis à turma albicastrense. O Juve Lis ganhou na deslocação a Queijas e estava tudo nas mãos da equipa azul, a quem o empate chegava, e chegou, para assegurar a permanência. Mas não se julgue que foi fácil! Até porque o adversário dependia exactamente dos mesmos factores…
A equipa de José Curto entrou melhor no jogo e cedo tomou a liderança do marcador, só que essa frente no placard acabou por ser sol de pouca dura… Depois do empate a 7 sensivelmente a meio da primeira parte, a ADA não mais conseguiu estar na frente, e o melhor que conseguiu, quase a chegar ao intervalo, foi novo empate, desta vez a 12, mas permitiu ainda assim que o Camões fosse para o descanso com a vantagem mínima.
Notava-se que a equipa de Castelo Branco estava tensa e a acusar por vezes em demasia a extrema responsabilidade do jogo. E nem foi por falta de apoio, porque a grande maioria do público que se desloca habitualmente ao Municipal de Castelo Branco também acompanhou a equipa na deslocação forçada até ao Alto Alentejo.
E o início da 2ª parte quase deitava tudo a perder. A certa altura pareceu que já nem os próprios jogadores acreditavam que ainda era possível. O Liceu Camões entrou muito forte e rapidamente chegou aos 4 golos de vantagem (12-16), mas depois disto, e beneficiando também de um ligeiro relaxamento dos visitantes, a ADA encetou uma excelente recuperação até conseguir recolocar o resultado num empate a 17. Eram minutos dramáticos disputados entre duas equipas que sabiam que uma delas iria baixar de escalão. Mas apesar de tudo pareceu sempre em melhor posição o Camões que chegou aos últimos minutos a vencer por 24-26. Nesta altura faltavam pouco mais de 3 minutos para o final e chegava ao pavilhão a informação que o Juve Lis tinha ganho ao 1º Dezembro. Os jogadores passavam então a saber que estavam a um empate da manutenção e que agora já só dependiam deles próprios. E num assomo de dignidade a Albicastrense embalou para uma ponta final quase diabólica em que foi de extrema importância o bom trabalho de José Pereira entre os postes. Com 29-29 no marcador, e já depois de soar o último gong, o Liceu Camões dispunha ainda de um livre que teria que ser marcado directamente para a baliza de José Pereira e com toda a equipa azul de braços levantados a fazer barreira… A bola não passou… E o empate chegou para ser alcançada uma manutenção que todo o grupo de trabalho mereceu.
A arbitragem cometeu alguns erros mas não influenciou o resultado final.
Discurso directo- José Curto, treinador da ADA- “Nunca pensei que chegássemos a este ponto de decidir toda uma época em apenas um jogo. De qualquer maneira, nós já sabíamos que uma equipa que não treina tem sempre dificuldades. Oscilámos entre o melhor e o pior. A equipa tem qualidade, até porque, tanto na 1ª fase como nesta 2ª fomos ganhar ao terreno do 1º classificado”.

DESPORTIVO CB A- 8 SPORTING DA COVILHÃ- 1


Desportivo renova título dos mais novos

Complexo Desportivo da Zona de Lazer, Castelo Branco
Árbitros- João Martinho
Desportivo CB A- Renato, Tiago Almeida, Miguel Ângelo, Miguel Garcia, José Roxo, Pedro Fonseca, Rui Vicente, João Bargão, Daniel Grácio, André Mesquita, João Rente e Tiago Ildefonso
Treinador- Filipe Roque
Sporting da Covilhã- Danny, Alexandre, Miguel, Fábio, Pedro Ramos, Tiago, Filipe, Igor, Pedro, Rubinho, Gerson e André
Treinador- Agostinho
Disciplina- Nada a registar
Marcadores- José Roxo aos 6, 16 e 33, João Bargão aos 19, Miguel Garcia aos 30, 40 e 44 e Rui Vicente aos 46; Pedro aos 20

Terminou o campeonato mais equilibrado da temporada. À entrada para a última jornada o Desportivo de Castelo Branco estava na 2ª posição com menos 2 pontos que a ARCB Valongo, mas tinha a vantagem dos seus adversários directos folgarem na derradeira ronda. Assim, a equipa de Filipe Roque estava obrigada a ganhar para ultrapassar o Valongo e revalidar o título da categoria.
E a verdade é que o Desportivo não o fez por menos e acabou por golear o Sporting da Covilhã por 8-1.
A chuva de golos começou logo aos 6 minutos com José Roxo a abrir a contagem, ampliando-a 10 minutos mais tarde.
Os serranos, que até tinham entrado melhor no jogo, reduziram por Pedro à passagem dos 20 minutos que conseguiu assim transmitir um pouco mais de emoção ao jogo, mas aos poucos, os leõezinhos foram perdendo força e a maior valia dos albicastrenses veio ao de cima.
Ao intervalo registava-se um 3-1 merecido, mas a segunda parte foi avassaladora por parte dos donos da casa. Dos cinco golos que o Desportivo marcou nos segundos 25 minutos Miguel Garcia e José Roxo tiveram oportunidade de completar hat-tricks e diga-se que o muito público que esteve presente no Complexo Desportivo da Zona de Lazer teve oportunidade de ver grandes golos. Com o jogo e o campeonato mais do que decidido o futebol tornou-se mais fluido e as jogadas envolventes e os grandes remates começaram a surgir e viram-se então bons momentos de futebol praticados por jovens que ainda estão a dar os primeiros passos no futebol.
Assinalou-se assim o terceiro título distrital nesta temporada para o Desportivo de Castelo Branco num campeonato equilibradíssimo, ficando a ARCB Valongo com o título de vice a apenas um ponto dos novos campeões.
João Martinho assinou um trabalho regular e sem qualquer influência no resultado final, também porque os jogadores de ambas as equipas tudo fizeram para não lhe complicar a tarefa.
Discurso directo- Filipe Roque, treinador do Desportivo CB- “Foram muitos meses de trabalho, penso que o fizemos bem. Em 24 jogos apenas perdemos um e, por isso, acabámos por ser uns justos campeões. Quero aproveitar para dar os parabéns à Associação de Futebol por ter organizado um campeonato de escolas com tantas equipas e a todos os clubes que participaram”.

ENTREVISTA FRANCISCO SANCHES, EX-PRESIDENTE DO ESCALOS DE BAIXO


“Quem criticou que apareça agora!”

Francisco Sanches assume que não vai continuar na presidência do Escalos de Baixo e, assim, está em vias de parar mais outro clube habitual participante nos distritais de Castelo Branco. A última época correu muito mal no capítulo desportivo e o ex-presidente fala dos momentos atribulados e do futuro que parece não existir.

“O treinador prometeu-nos certos jogadores
mas apareceu com uma equipa só de miúdos”

Tribuna Desportiva- O que é que se passou para que esta época corresse tão mal para a equipa dos Escalos de Baixo?
Francisco Sanches- Desportivamente foi uma época para esquecer porque nos correu bastante mal. Um dos motivos é a grande falta de apoios que nós sentimos. Nós pensamos, no início da época, reduzir um pouco o orçamento em relação ao outro ano, e as coisas não nos correram de feição. Nós tínhamos feito duas Assembleias-gerais, e não havia ninguém e depois, mesmo à última da hora, decidimos entrar uma vez que tínhamos a Taça de Portugal. Depois tornou-se difícil porque as verbas são poucas, os jogadores na 1ª Distrital já exigem algumas condições que nós não tínhamos para dar. Fizemos 3 tentativas para arranjar treinador e não conseguimos. Acabamos por escolher a última opção, com um treinador que nos prometeu que tinha certos jogadores e depois, à última da hora só tinha miúdos. Apareceu-nos com uma equipa de miúdos para a 1ª divisão e isso tornou-se muito complicado. E os outros jogadores com alguma tarimba fomos nós que os arranjámos, mas a equipa ficou muito fraca o que tornou tudo muito complicado.
TD- Mas foi só o corte no orçamento que provocou estas diferenças de uma época para a outra? É que o Escalos passou, provavelmente, da melhor época da sua história para a pior, em termos desportivos…
FS- Há dois anos fizemos uma época espectacular, o que é muito difícil com os nossos orçamentos. Ganhámos a Taça de Honra mas os apoios foram muito fracos e nós ficámos um bocado desiludidos porque acabámos a época de uma forma muito complicada financeiramente. Vimos que não tínhamos capacidade para fazer outra época com esse orçamento e optámos por um orçamento mais baixo. E com o orçamento que tínhamos era muito complicado manter na 1ª divisão.
TD- E porque é que acha que faltaram os apoios, até porque o Escalos de Baixo vinham de uma época muito boa?
FS- Como lhe disse fizemos uma época muito boa mas já nesse ano tivemos poucos apoios. Na 1ª distrital é preciso ter bastantes apoios e nós não os conseguimos ter. Não sei… as pessoas nos Escalos preferem criticar do que apoiar e irem ao campo. Criticar é fácil… e eu peço que, quem criticou que apareça agora e que tome conta do clube para verem as dificuldades que se atravessam numa época. Nos Escalos não há bairrismo. Pensam que as pessoas estão lá para ganhar alguma coisa… Nós só prejudicamos a nossa vida e lutamos até à exaustão para conseguir alguma coisa.
TD- No capítulo dos apoios acha que a proximidade com Castelo Branco é prejudicial?
FS- Talvez… Mas nem deveria ser, porque estamos perto de uma cidade e até poderia ser uma vantagem, mas não… é muito difícil.

“Houve jogadores que abandonaram
o clube depois de dois ou três maus resultados”

TD- Ainda tentaram fazer alguns acertos durante o campeonato, entraram alguns jogadores, trocaram o Manaca pelo João Andrade mas, definitivamente não havia hipótese…
FS- Nós a partir de uma certa altura vimos que ia ser muito difícil até porque o treinador Manaca não trabalhou muito bem, mesmo os miúdos a nível de preparação física as coisas estavam muito complicadas…
TD- Dá-me ideia que confiaram em demasia nos jogadores que o Manaca disse que levava para o clube…
FS- Sim, porque ele prometeu-nos uma equipa mais ou menos preparada e ele até foi das pessoas que se fartou de me ligar quando soube que nós andávamos à procura de treinador. Disse-me para acreditar nele que tinha uma equipa já mais ou menos preparada, e derivado às nossas dificuldades decidimos avançar para isso, só que realmente ele apareceu só com miúdos. É certo que havia lá miúdos com valor mas, trabalhar numa 1ª divisão é diferente de trabalhar na formação ou na 2ª distrital. Depois a preparação foi muito fraca. Havia jogadores que à 5ª ou 6ª jornada já só se arrastavam na 2ª parte. Tentámos dar uma volta ao sistema para ver se fazíamos mais alguma coisa. Optámos pelo João Andrade, mas as coisas não nos correram bem. Não culpo o treinador nem ninguém, até porque ele sabia das dificuldades que nós tínhamos. Ainda inscrevemos alguns jogadores mas esses também nos falharam porque estiveram lá 3 semanas a trabalhar e depois também abandonaram…
TD- Acabaram por gastar dinheiro em inscrições de jogadores que depois desistiram…
FS- Desistiram devido a 2 ou 3 maus resultados. Mas a equipa depois até estava mais ou menos equilibrada e até podíamos fazer um final de época diferente. Mas aí ficámos de rastos e tivemos muitas dificuldades para conseguir acabar a época. Houve jogos em que tínhamos 11 jogadores… é triste e de lamentar.


“Não vale a pena andarmos a prejudicar as nossas vidas”

TD- A sua mensagem agora é “quem criticou que tome conta do clube”…
FS- Sim, porque criticar é sempre fácil. As pessoas preferem ficar nos cafés a criticar do que ir lá em cima ao campo a apoiar-nos. Até mesmo nas Assembleias-gerais não há ninguém… aparece lá um sócio ou dois. Eu gostava que, quem nos critica, que aparecesse nas Assembleias para nós explicarmos o porquê de todas as situações. Mas as pessoas nem aí aparecem e, perante isto, não vale a pena andarmos a prejudicar as nossas vidas. Está na altura de sair.
TD- Neste momento, definitivamente, você não continua na presidência dos Escalos…
FS- Não. Eu já há 3 meses que eu alertei a direcção que ia abandonar no final do mandato.
TD- Onde vai parar este Escalos de Baixo?
FS- Não sei… vai ser muito complicado. Fizemos as coisas para que não dissessem que não havia tempo para arranjar uma direcção, mas já se fizeram 3 Assembleias-gerais e não apareceu ninguém. Mas eu já disse definitivamente que acabou.
TD- Nesta altura parece irreversível que os Escalos de Baixo não vão participar no próximo distrital…
FS- Acho muito difícil. Eu gostava bastante que aparecesse alguém e que houvesse futebol nos Escalos, mas não me parece.
TD- Nessa situação, e se aparecer alguém, estaria disposto a ajudar?
FS- Ajudar sim, mas não com compromissos porque eu estou mesmo desiludido com certas coisas.
TD- Fica no entanto ligado à página mais bonita da história dos Escalos de Baixo que foi a conquista da Taça de Honra e a presença inédita na Taça de Portugal…
FS- Sim… eu e todos os membros da direcção. Nós fomos sempre um grupo de trabalho. Quer se queira quer não, nestes oito anos, fizeram-se muitas infra-estruturas nos Escalos de Baixo. Estamos perto de Castelo Branco e, se calhar muita gente nem conhecia os Escalos. No parque desportivo fizeram-se muitas obras. É uma pena acabar agora com as infra-estruturas que lá temos…
A palavra de Francisco Sanches, o último presidente dos Escalos de Baixo que sente pena de ver o clube onde esteve durante 8 anos prestes a parar. Garante que não vai continuar e desafia os que só souberam criticar ao longo dos tempos.

BENFICA CB- 0 MARINHENSE- 3


Finalmente chegou ao fim…

Estádio Municipal de Castelo Branco
Árbitro- João Henriques, auxiliado por Luís Henriques e Mário Reis (Coimbra)
Benfica CB- Sérgio, Mateus, Gelson, Jorge, Tomás, Jójó, Torres, Fixe, Quinzinho, Chiquinho e Vasco
Treinador- Setúbal
Marinhense- Cláudio, Huguinho, Fábio Gomes, Batista, Videira, Tito, Mesquita, Moita, Iuroslav, Fabinho e Vida Boa
Treinador- Tiago Vicente
Substituições- Jójó por Silva aos 66 e Jorge por Daniel aos 76; Fabinho por Lisboa aos 58, Videira por Neto aos 74 e Iuroslav por Nandinho aos 74
Disciplina- Nada a registar
Marcadores- Fabinho aos 35, Iuroslav aos 53 e Moita aos 87

Terminou com mais uma derrota a participação do Benfica e Castelo Branco no campeonato nacional de juniores. A equipa albicastrense, que há muito tinha o seu destino traçado, recebeu o Marinhense na última jornada da prova e saiu derrotada por 3-0.
Com uma equipa de recurso, onde estava incluído Fixe, um jovem jogador ainda com idade juvenil e com apenas dois suplentes desse mesmo escalão, Setúbal teve muitas dificuldades para construir um onze que pudesse, pelo menos isso, dignificar a camisola do Benfica e Castelo Branco.
E o conjunto da casa correu, lutou, enfim, fez o que pôde frente a uma equipa que já tinha garantido a manutenção há muitas jornadas e que, tal como na primeira fase em que também ganhou em Castelo Branco, se mostrou superior em todos os capítulos de jogo.
Sem criar muitas situações de golo, o Marinhense dominou praticamente durante os 90 minutos, até porque o Benfica, tal como na grande maioria dos jogos frente a equipas de nível superior, mostrava muitas dificuldades em sair com a bola jogável para zonas ofensivas. Este problema, que foi um dos maiores da equipa de Castelo Branco ao longo da temporada, foi naturalmente agravado pelo facto dos jogadores já saberem que no próximo ano vão regressar ao distrital e também porque este 11 nunca foi o habitual na equipa de Setúbal.
Nos primeiros 45 minutos o Marinhense apenas fez um golo, e diga-se em abono da verdade que também não dispôs de grandes chances para chegar a um resultado mais gordo.
Nos segundos 45 minutos, e com os problemas físicos a atingirem alguns jogadores encarnados, as dificuldades foram gradualmente aumentando, aproveitando o Marinhense para marcar em mais duas ocasiões. Refira-se no entanto que o Benfica terminou o jogo com 3 juvenis em campo. Silva e Daniel entraram na segunda metade e juntaram-se a Fixe que jogou os 90 minutos.
Agora é preciso pensar na próxima temporada e no regresso ao escalão distrital.
Curiosamente, no jogo de sábado, vimos um dos melhores trabalhos das equipas de arbitragem que este ano se deslocaram a Castelo Branco. Não queremos, de forma nenhuma, dizer com isto que o Benfica desceu por causa das arbitragens, mas a verdade é que, a certa altura, também nós já estávamos fartos de ver árbitros de Portalegre. E o problema nem é serem de Portalegre. É que a maioria deles não mostraram o mínimo de qualidade para dirigir jogos de um escalão nacional.
Discurso directo- Setúbal, treinador do Benfica CB- “Quando eu entrei ainda houve um ligeiro abanão, só que depois houve o caso do jogo da Naval. Os jogadores estavam mentalizados que iam ficar com os 3 pontos devido à falta de comparência do adversário, mas acabaram por ter que disputar esse jogo. Depois vimos que estávamos muito longe dos lugares da manutenção e tornou-se praticamente impossível conseguir a permanência”.

III TORNEIO DE FUTEBOL DE 7 DA ARCB VALONGO


Escolas e Infantis competem no Valongo

A Associação Recreativa e Cultural do Bairro do Valongo organiza no próximo sábado, dia 17, o seu torneio de futebol de 7 destinado a escolas e infantis.
Esta 3ª edição conta com as participações, para além das equipas da casa, do Desportivo de Castelo Branco, Sport Abrantes e Benfica, União de Almeirim e Escola de Futebol de Tomar.
O programa tem início às 9 horas com um amigável entre a equipa C de escolas do Valongo e os pré-competitivos da mesma Associação. Às 10 horas tem o pontapé de saída a competição de escolas com o jogo entre as equipas A e B do Valongo e às 11.15 encontram-se o Desportivo de Castelo Branco e o Sport Abrantes e Benfica. No escalão de infantis, às 10 horas jogam igualmente as formações A e B do Valongo, sendo que às 11.15 se defrontam o União de Almeirim e a Escola de Futebol de Tomar.
À tarde, a partir das 16 horas apuram-se os 3ºs e 4ºs classificados entre os derrotados da manhã, e às 17.15 tem início o programa das finais que vão opor os vencedores da parte da manhã nos respectivos escalões.O programa deste torneio que conta com a colaboração da Junta de Freguesia de Castelo Branco termina às 19.30 com um jantar convívio e com a cerimónia de entrega de prémios.

quarta-feira, junho 07, 2006

ENTREVISTA A JOSÉ MANUEL VAZ, EX-PRESIDENTE DO BENFICA CB


“A minha direcção fez um grande trabalho no Benfica CB”

José Manuel Vaz faz o devido balanço da sua gestão, fala das peripécias acontecidas no clube nas últimas semanas e rejeita todas as críticas que lhe foram dirigidas. O ex-presidente diz que “é muito fácil quando não se conseguem resolver os problemas sacudir a água do capote para cima da minha direcção”. Uma conversa que se impunha num momento complicado da vida do Benfica e Castelo Branco.

“Deixei meios financeiros no Benfica CB para a casa estar em ordem”

Tribuna Desportiva- Como é que tem acompanhado todos estes episódios que envolveram o Benfica e Castelo Branco?
José Manuel Vaz- Com alguma preocupação. Eu tentei dar as melhores informações possíveis para que não houvessem dúvidas no que diz respeito à colectividade e ao futebol sénior. As pessoas entenderam que não me deviam procurar para saber informações, pensaram que já sabiam tudo e, quando não foram capazes de resolver os problemas dentro de casa, resolveram sacudir a água do capote e a melhor solução foi atingir a anterior direcção. A anterior direcção esteve praticamente durante 10 anos no Benfica e Castelo Branco. E não eram 3 ou 4 pessoas! Eram 30 e tal pessoas… Essas pessoas que entraram para essa direcção não tinham conhecimento de nada disto porque eles fizeram-se sócios um dia antes, para entrarem na direcção…
TD- Isso em termos estatutários é possível?
JMV- Naquela altura o presidente da Assembleia-geral disse que sim. No entanto, eu não estou contra as pessoas terem assumido. Sinto-me desconfortável, eu e os anteriores elementos da direcção, ao dizerem que há cá problemas dentro e que foi a direcção anterior que os deixou. A direcção anterior fez um grande trabalho no Benfica. Ninguém imagina! E ficaram cá meios financeiros para a casa estar em ordem. Se as pessoas não têm credibilidade bancária ou perante patrocinadores, isso já é um problema deles. Se eu cá estivesse de certeza que não se falava de ordenados em atraso, porque eu já tinha resolvido isso. Estas pessoas ainda não estão bem por dentro dos assuntos da instituição, mas também não querem ser aconselhados. Se não querem ser aconselhados que sigam o caminho deles e quando me vierem pedir apoio eu cá estarei para dar o melhor apoio possível. Vamos esperar que as coisas corram pelo melhor.
TD- Sente-se de alguma maneira atingido pelas críticas que se ouviram e que diziam que o sr. José Manuel quis ver-se livre do “menino que tinha nas mãos” e empurrou a direcção do clube para as mãos erradas?
JMV- Não. Eu não empurrei nada para ninguém. A mim pediram-me informações sobre o que era o Benfica e Castelo Branco, e formaram uma direcção entre pessoas de Castelo Branco e empresários. Quando eu vi que havia pessoas de Castelo Branco… quem era eu para estar a impedir o que quer que fosse? Nunca ninguém me ouviu dizer numa Assembleia que estavam aqui as pessoas indicadas para tomarem conta do Benfica! Eu fiz o papel de dirigente e presidente na altura. Apareceu uma direcção que assumiu, e acho que não tenho responsabilidades nenhumas neste processo. Se eles não aparecessem naquela altura era claro que eu continuava a gerir o clube até ao fim do campeonato. Mas toda a gente viu a pressão que esses senhores faziam para que fossem eleitos.
TD- E porque é que acha que, com a mesma pressa que entraram acabaram por sair?
JMV- Não sei o que estavam a tentar, nem quais eram os projectos que tinham em mãos. Alguns projectos, como sabemos, acabaram por não se concretizar. Talvez os homens se sentissem defraudados com as expectativas que criaram às pessoas.

“A anterior direcção estava a fazer um orçamento megalómano”

TD- Como sócio também deve ter uma opinião sobre aquele projecto megalómano que foi apresentado…
JMV- Se fosse concretizado 50% do que lá vinha já seria óptimo! Sabia perfeitamente que aquilo não era atingível. Eles são empresários que trabalham no mundo do futebol, só que o Benfica e Castelo Branco não pode ser presidido por alguém que pense que o clube é a equipa de futebol sénior. O Benfica é, primeiro uma instituição, e depois vamos ter o que pudermos. Vamos ter seniores, juniores… mas só o que pudermos. Cada um é que sabe o orçamento a fazer de acordo com o que conseguir arranjar no exterior. Eu enquanto cá estive dei o máximo para conseguir patrocinadores. Eles estavam a fazer um orçamento megalómano mas deviam saber que tinham que ir buscar dinheiro. Aqui não chove dinheiro! Durante este mês e pouco que cá estiveram não fizeram nada disso. Só gastaram! E o que se gastou agora também é capaz de estar a fazer um bocadinho de falta, porque aqui fazem-se contas ao cêntimo. Fizeram um estágio com a equipa, abriram as portas para o último jogo, o presidente gasta mil e tal euros de gasóleo… Só neste espaço de tempo, o que gastaram e deixaram de pagar foram 5 mil euros. Cinco mil euros para o Benfica é muito dinheiro! E que eu saiba não angariaram nem um cêntimo!
TD- Você disse numa AG que até final da época iriam entrar 50 mil euros e iriam ser gastos 45 mil. Mantém esses números?
JMV- Sim. Têm é que ir receber aquilo que está por receber. Tentaram passar uma imagem da direcção anterior que nós deixámos montes de dívidas. Não é nada disso! Agora dizem que estão a bater a muitas portas mas que elas estão fechadas. Isso aconteceu porque, pessoas que patrocinavam o Benfica, e que eram meus amigos, também se sentiram defraudados, porque eles sabiam que estavam a ajudar um amigo que estava na direcção e agora não gostam de ouvir essas tontices que essa gente diz por aí. O maior problema que aconteceu com a direcção anterior é que não conheciam a realidade do Benfica e Castelo Branco.
TD- E acha que esse problema se pode manter agora com esta Comissão Administrativa e futura direcção?
JMV- Não. Eles disseram na AG que faziam falta 30 a 35 mil euros urgentemente e que não tinham hipótese de resolver porque não tinham dinheiro para lá pôr. Passados cinco minutos fazem uma Comissão Administrativa. Então é porque há lá números para pagarem o que devem. Tomaram muitos clubes estarem na situação em que o Benfica e Castelo Branco está.
TD- Isto será uma questão de timing? O dinheiro que está para entrar não entra na data em que é necessário para efectuar pagamentos…
JMV- É porque não fizeram o esforço necessário para receber de patrocinadores e subsídios que ainda há por receber. Toda a gente sabe que, se uma pessoa chegar ao banco, e se tiver crédito, transforma um cheque em dinheiro! Tem é que avalizar isso perante o banco. Se não resolveram isso até agora é porque as pessoas não têm crédito perante a banca. Isso já não é problema meu.

“O andebol feminino ficava caro ao Benfica e Castelo Branco”

TD- Durante estes anos que teve no Benfica e Castelo Branco o episódio mais negativo terá sido a perda do andebol feminino?
JMV- Não… Eu continuo a pensar que o Benfica e Castelo Branco só pode ter as modalidades que tem. Por isso é que eu digo que as direcções têm que pensar primeiro na instituição Benfica. O clube tem que ver onde tem as verbas para as várias modalidades.
TD- Mas o andebol feminino era uma modalidade que ficava cara ao Benfica?
JMV- Ficava.
TD- Não era auto-suficiente?
JMV- Não.
TD- Há umas semanas foi anunciado que o Joaquim Peres seria o adjunto do Leal e envolveu-se o seu nome alegadamente por não aceitar, na qualidade de patrocinador do clube, o nome do Peres. Isto tem algum fundo de verdade?
JMV- Não. Eu comuniquei às pessoas da direcção que o Benfica e Castelo Branco, na minha opinião, tem que ter pessoas credíveis, com bom nome, e que não tenham outros defeitos que a gente sabe, porque só assim é que a instituição pode ser credibilizada. Foi isso que eu tentei transmitir e que havia certas pessoas que denegriam a imagem das direcções e automaticamente do Benfica. E eu disse-lhes o nome de algumas pessoas…
TD- E o Joaquim Peres era uma dessas pessoas?
JMV- Não vou dizer porque eu nunca ouvi falar no nome desse senhor.
TD- E se o Joaquim Peres for o treinador da próxima época, continua disposto a ajudar o Benfica?
JMV- O problema é deles!
José Manuel Vaz comenta a actual situação do Benfica e Castelo Branco, faz o balanço da sua gestão e deixa, simultaneamente algumas críticas. Um ex-presidente que continua a acompanhar de perto a vida do emblema albicastrense.

ASSEMBLEIA GERAL DO BENFICA CB


Comissão Administrativa para um mês

O Benfica e Castelo Branco vai ser gerido por uma Comissão Administrativa durante as próximas semanas. Esta foi a decisão saída da Assembleia-geral da última sexta-feira e que tinha como único objectivo ultrapassar a crise directiva que se abriu com a demissão do presidente Luiz Meira que tinha tomado posse em meados de Abril. A CA é composta por 3 elementos, todos eles integrantes da direcção do presidente demissionário. Domingos Farinha é o presidente, Luís Rocha o vice e João Paulo Nunes o tesoureiro.
Mas antes de se chegar a esta solução o grande assunto que marcou a reunião magna do clube encarnado foi, naturalmente, a gestão do presidente cessante, os planos do agente FIFA Alexandre Pereira e todos os aspectos que acabaram por levar ao pedido de demissão de Luiz Meira. O porta-voz da direcção foi quase sempre Domingos Farinha, e foi ele que teve oportunidade de informar a meia centena de sócios presentes do que se passou nas últimas semanas: “eu sempre disse que seria o primeiro a informar o presidente da AG se algo de anormal se passasse. Nesse sentido, aconteceram muitas coisas, desde gastos a outras coisas que não vale a pena agora referir, e por isso, nós o três, eu o Luís e o João Paulo chegámos à conclusão que, ou pedíamos nós a demissão ou então teria que a pedir o sr. Luiz Meira, porque o clube não podia suportar mais o que estava a acontecer. E depois de alguma resistência acabou por ser o presidente a pedir a demissão”.
Estas palavras iniciais praticamente resumiram o que se estava a passar dentro do clube, e depois do presidente da AG Lopes Marcelo ter acrescentado que “o presidente gastou muito combustível em nome do Benfica e Castelo Branco. A sua gestão implicava muitas deslocações… Além disso o presidente estava a trabalhar com um orçamento que era o dobro do da última temporada”, o caminho ficou aberto para as primeiras críticas vindas dos sócios. Na sala estavam presentes 3 ex-presidentes do clube, Mário Lopes, José Biqueira e José Manuel Vaz, e foi Mário Lopes um dos mais interventivos: “não podemos ser objecto de oportunistas que usaram o nome do Benfica e da própria cidade”.
Pouco a pouco iam-se conhecendo pormenores da gestão da direcção de Luiz Meira e sobre a deslocação a Nelas no dia anterior ao jogo, Domingos Farinha referiu que “o presidente propôs a situação garantindo que não traria despesas para o clube, nem deslocação, nem dormidas, nem alimentação, mas depois acabaram por aparecer as despesas de alimentação para o Benfica pagar…”.
Voltando ao presente, “as necessidades urgentes do Benfica são cerca de 30 a 35 mil euros para pagar ordenados em atraso e também para pagar a inscrição dos jogadores na Associação de Futebol de Castelo Branco da última temporada”, esclareceu Luís Rocha.
Neste ponto, José Manuel Vaz, presidente que antecedeu Luiz Meira esclareceu que “quando as pessoas não conseguem resolver os problemas a negociar com instituições bancárias é porque não têm credibilidade. Não atirem as culpas para cima da minha direcção!”.
Numa tentativa de esclarecer o imbróglio das contas Domingos Farinha referiu que “se conseguisse receber o que temos a receber as coisas estavam equilibradas. Mas os dados que tenho não são nada animadores. Nós temos batido a muitas portas mas elas vão-se fechando”.
Apesar de se mostrar pessimista a verdade é que Domingos Farinha acabou por liderar uma Comissão Administrativa que foi eleita com 30 votos favoráveis, 3 contra e 15 nulos/brancos. Os três elementos que agora integram esta CA estão já a trabalhar na próxima época e foi referido que o clube tem já compromisso com 15 jogadores embora trabalhando com um orçamento muito reduzido.
Mas esta Comissão tem por objectivo transformar-se em direcção dentro de sensivelmente um mês. Aí formar-se-á uma estrutura mais completa e mais sólida onde volta a entrar o Conselho Fiscal e a Assembleia-geral. No início do próximo mês de Julho os sócios do emblema da águia deverão voltar a ser chamados para eleger os novos corpos sociais do Benfica e Castelo Branco.

Domingos Farinha, presidente da CA do Benfica e Castelo Branco

“Já temos jogadores e estamos
em conversações com o treinador”

Tribuna Desportiva- A formação de uma Comissão Administrativa é uma solução de recurso que contam vir a transformar numa Direcção a curto prazo…
Domigos Farinha- Sim. Já encetámos contactos, já há alguns certos, outros ainda não, mas na nossa perspectiva dentro de um mês teremos uma direcção pronta para avançarmos para eleições.
TD- Neste momento têm a preparação da época em curso e, desta forma, têm mais um mês para trabalhar…
DF- A época já está minimamente preparada, já temos jogadores, a equipa técnica não está, mas estamos em conversações. Isso será objecto de apreciação pelos elementos da Comissão Administrativa e, logo que haja certezas será público.
TD- O Leal pode ser o treinador?
DF- O Leal era do outro projecto. Não vou dizer que não vem o Leal, porque até poderá vir, mas a Direcção cessante tinha números muito elevados para as posses do clube. Temos que ser realistas. Só podemos ter o que a cidade pode dar. A cidade não pode chegar ao que o anterior presidente pretendia.
TD- Pode confirmar se o contrato do Leal envolvia verbas de 2000 euros mensais?
DF- Não confirmo nem desminto.
TD- Mas ele tinha contrato assinado com o clube?
DF- Não tinha nenhum contrato assinado, pelo menos que eu tenha conhecimento.
TD- Mas se houver contrato assinado? Como vai resolver esse problema?
DF- Esse problema está resolvido à partida, porque, se foi assinado, foi sem o nosso conhecimento. Um contrato não é assinado só pelo presidente da direcção. Tem que ter pelo menos 2 assinaturas.
TD- Os 30 a 35 mil euros que fizeram referência que é urgente arranjar… têm solução para esse problema?DF- Para responder com sinceridade, de momento não. Mas estou convencido que, com os contactos que já fizemos, que vamos resolver esse problema.

ENTREVISTA A NUNO FONSECA, TREINADOR DO IDANHENSE


“Cheguei a pensar que era possível manter o 1º lugar…”

Nuno Fonseca alcançou na última temporada a melhor classificação de sempre do União Idanhense na 3ª Divisão. Uma época com altos e baixos em que os raianos até comandaram a sua série durante cinco jornadas. Por ter sido positiva e tanto a direcção como o treinador estarem contentes a aposta vai ser na continuidade. A conversa de balanço de temporada com o técnico que se vai manter pela vila de Idanha.

“Sem o Maniche e o Cristophe o nosso lado esquerdo desapareceu”

Tribuna Desportiva- O balanço desta temporada do Idanhense, apesar de alguns altos e baixos, terá necessariamente que ser positivo…
Nuno Fonseca- Claro que só pode ser positivo. Conseguimos a melhor classificação de sempre do Idanhense, um brilhante 6º lugar, e estivemos durante 5 jornadas em 1º lugar o que beneficiou muito o clube porque foi comentado e falado por isso mesmo.
TD- As jornadas que o Idanhense andou no comando da classificação coincidiram com o final da 1ª volta. Alguma vez pensou que era possível manter aquela posição até final?
NF- Se ao final de 16 jornadas uma equipa está em primeiro lugar, logicamente que é possível também estar lá ao fim de 32. Mas sabíamos que era difícil, apesar de termos sempre uma esperança. Nós temos sempre a esperança de fazer melhor e de manter as coisas boas. Agora verificou-se que isso não foi possível. Mas esse foi um pensamento que passou pela cabeça de muita gente.
TD- Depois, a queda na classificação no início da 2ª volta deveu-se a quê? A um plantel curto, a lesões ou a uma normal quebra de rendimento?
NF- Um pouco por tudo isso. Nós tínhamos um plantel muito curto, com 20 jogadores, e tivemos ali um período difícil. O Maniche, por exemplo, deixou de jogar a partir dessa altura, teve uma pequena lesão e depois de voltar aos treinos teve uma lesão grave da qual ainda hoje recupera. O Cristophe descobriu-se a hérnia discal e também deixou de jogar, e assim a nossa ala esquerda desapareceu. O Tó Jorge foi trabalhar como professor para Oliveira do Bairro, só vinha às sextas-feiras, foi outro elemento, e isto aliado à baixa de forma da equipa, em termos gerais, e às contingências aconteceu uma quebra. Na 1ª volta não tivemos lesões nem castigos e tudo correu muito bem, e portanto foi fácil de gerir.
TD- As cinco equipas que ficaram à frente do Idanhense na classificação foram de facto as melhores desta série?
NF- Quase toda a gente, no final do ano, só se lembra do que podia ter acontecido de melhor. Dizem, podíamos ter ficado em 3º ou em 4º… Eu acho que os números falam sempre verdade. E a realidade do plantel da Idanha, em comparação com a realidade do plantel das outras equipas, mostrou que nós fomos a sexta melhor e que as outras cinco foram melhores que nós.

“O próximo campeonato vai ser mais competitivo e mais difícil”

TD- No início alguns puseram algumas reticências quando foi apresentado no Idanhense. Isso está totalmente ultrapassado, uma vez que vai haver continuidade…
NF- As reticências não as conheço… Agora logicamente há sempre quem opine favoravelmente e quem esteja contra. Isso é normal no futebol. As coisas nem sempre correm bem e nem sempre correm mal. Muitas vezes não é o treinador em si que é responsável pelo bom ou mau trabalho. Há um conjunto de circunstâncias numa equipa de futebol em que muita gente tem participação activa, e em que o treinador é uma dessas pessoas. Eu nunca senti reticências, o trabalho correu bem, e vamos continuar mais um ano.
TD- No próximo ano vamos ter um Idanhense à imagem do da última época, a lutar pelo primeiro terço da classificação?
NF- Isso é o que nós desejamos, mas também sabemos que o campeonato vai ser mais competitivo. Devido ao menor número de equipas em cada escalão, algumas vão descendo cada vez mais, e equipas habituais na 2ª divisão, para o ano vão estar na 3ª. São equipas com uma estrutura diferente o que leva a que o campeonato seja mais difícil que o deste ano. Mas ambicionamos, como todas as equipas ambicionam, ficar no primeiro terço.
TD- Em relação a plantel, já se pode adiantar alguma coisa do que vai ser o Idanhense no próximo ano?
NF- Pode-se falar num ou noutro caso mas em termos de plantel deixaremos para uma altura mais oportuna. Nós temos os jogadores identificados, contactados, mas não quero ainda tornar públicas determinadas situações do nosso plantel. Posso dizer que o Hélder Cruz saiu e que o Carlos Soares já assinou por nós e que tudo está a ser tratado. Dos 20 jogadores do plantel do ano passado vão ficar 12. Infelizmente nós queríamos ficar com mais alguns mas por motivos vários não pudemos. As coisas são como são e temos que partir da realidade.

“Há equipas do Distrital que fazem concorrência às dos nacionais”

TD- Na próxima época volta a haver um derby Idanhense-Benfica e Castelo Branco…
NF- Quanto mais derbys melhor. Não há dúvida que quando surgem derbys é quando há mais tensão, entre aspas, nas equipas, é quando há mais interesse dos espectadores e é quando há mais gente nos estádios. Os derbys são sempre bons, tirando a carga negativa que por vezes acontece em alguns lances por excesso de rivalidade que existe.
TD- Voltando ao plantel, acha que neste momento há clubes do distrital que fazem concorrência aos clubes do distrito que participam nos nacionais, em termos de valores oferecidos aos jogadores?
NF- Isso não tenho dúvidas. No futebol muitas vezes fala-se de certos valores que não correspondem à realidade. Podemos ouvir falar em muitas especulações, agora quando se ouve a mesma informação vinda de vários lados, é porque deve haver algum fundo de verdade. Há certas equipas do distrital que fazem as suas apostas, e se as fazem é porque podem, e o Idanhense faz as suas apostas de acordo com a disponibilidade que tem. Mas é claro que há equipas do distrital que fazem concorrência às equipas do nacional.
TD- Para terminar, temos um União Idanhense definitivamente com estatuto de 3ª divisão…
NF- Está a adquirir esse estatuto e a cimentá-lo cada vez mais. É óptimo para as pessoas de Idanha e para o concelho que assim continue. Por isso o objectivo é lutar por um lugar no primeiro terço da classificação.
Nuno Fonseca faz um balanço muito positivo da temporada que terminou e já deixa algumas dicas relativamente à época 2006/07. Depois do ano em que o Idanhense alcançou a sua melhor classificação de sempre na 3ª divisão o objectivo continua a ser um lugar no primeiro terço da tabela pontual.

ARCB VALONGO A- 8 ATALAIA DO CAMPO- 0


Valongo fica à espera do Desportivo

Complexo Desportivo do Valongo, Castelo Branco
Árbitros- Délio Rolo
ARCB Valongo A- Roberto, Ruben, António, David, Guilherme, Leandro, Bernardo, Elienai, Afonso, Diogo e João Luís
Treinador- José Carlos
Atalaia do Campo- Paulinho, Diogo Domingos, Rodrigo, Eduardo, João Matos, Francisco, Miguel e Diogo Oliveira
Treinador- Fábio Oliveira
Disciplina- Nada a registar
Marcadores- Ruben aos 10, Elienai aos 20, 23, 24, 28, 40 e 50 e Guilherme aos 46

A equipa de escolas A da Associação Recreativa e Cultural do Bairro do Valongo cumpriu a sua missão no jogo que tinha em atraso no campeonato. Sabendo que vai folgar na última jornada da prova, a disputar no próximo sábado, e com um ponto a menos que o Desportivo de Castelo Branco, a equipa de José Carlos só tinha que vencer para ultrapassar o seu adversário na tabela classificativa, mesmo sabendo que, caso o Desportivo vença o Sporting da Covilhã na derradeira ronda a festa do título será feita pela outra equipa de Castelo Branco.
Na manhã de sábado o duelo entre Valongo e Atalaia do Campo teve pouca história, ou melhor, a história do jogo acaba por se resumir aos 8 golos que o Valongo marcou e a outros que deixou por marcar.
As diferenças entre as duas equipas foram sempre evidentes, e a que mais saltava à vista, para além da maior valia dos putos da casa, era a diferença abismal no capítulo físico. O Valongo é uma equipa mais pesada, com mais centímetros, factores que acabam por ser determinantes em jogos com atletas muito jovens. Apesar de tudo tem que se ressalvar a forma abnegada como os visitantes se bateram, e na Atalaia o grande destaque vai para o seu guarda-redes. Paulinho sofreu oito golos mas acabou por evitar muitos outros com intervenções de bom nível.
De resto, o jogo foi disputado a tempo inteiro dentro do meio campo defensivo da Atalaia, com o Valongo a criar situações de golo em série e a conseguir marcar 4 golos em cada uma das partes de 25 minutos. O destaque vai para um miúdo que marcou “só” 6 golos. Chama-se Elienai e é um nome a fixar.
Uma vitória justa e natural que transporta a emoção da decisão do título distrital de escolas para a manhã do próximo sábado no Complexo Desportivo da Zona de Lazer de Castelo Branco, quando se encontrarem Desportivo albicastrense e Sporting da Covilhã. Uma vitória do Desportivo vale o campeonato, se acontecer outro resultado será o Valongo a fazer a festa.Délio Rolo dirigiu o jogo sem qualquer problema.