segunda-feira, outubro 30, 2006

BENFICA CB- 0 CARANGUEJEIRA- 1


Assim não!

Estádio Municipal de Castelo Branco
Árbitro- Luís Agostinho, auxiliado por João Martinho e Ricardo Lourenço (Portalegre)
Benfica CB- Hélder Cruz (3), Miguel Vaz (2), João Peixe (3), Ricardo Viola (2), Trindade (2), Renato (2), Milton (1), Prata (2), Telmo (2), Ricardo António (2) e Alex (2)
Treinador- António Marques
Caranguejeira- Róis, Lagoa, Chico Macedo, Estroga, Ricardo Cardoso, Marco Aurélio, Nunito, Marco Ferreira, Edgar, Rachida e André
Treinador- Carlos Manuel
Substituições- Milton por Cascavél (2) aos 45, Prata por Zé Luís (3) aos 62 e Renato por João Paulo (-) aos 85; André por Ricardo Silva aos 65, Nunito por Moreira aos 77 e Marco Ferreira por Nuno Sousa aos 90+2
Disciplina- Amarelos a Miguel Vaz aos 43 e Trindade aos 90+3; Edgar aos 22 e Ricardo Silva aos 90+6

A figura do jogo- Zé Luís – Apesar de apenas ter entrado aos 62 minutos foi o menos mau em campo. Lutou muito nos poucos minutos que esteve em campo e foi dos pés dele que saíram alguns dos lances de maior perigo que o Benfica e Castelo Branco criou ao longo de todo o jogo.

O Benfica CB- Esta deve ter sido a pior exibição da época nos jogos que disputou no Municipal. Apesar de dominar o jogo praticamente do primeiro ao último minuto, revelou muitas dificuldades para jogar no último terço do terreno e consequentemente criar oportunidades de golo. Tem muitos jogadores em sub-rendimento de quem se esperava muito mais. Para se marcarem golos e ganhar jogos, primeiro é preciso criar oportunidades de golo, e foi nesse capítulo que as coisas estiveram pior. Esta equipa tem que valer muito mais que o que mostrou frente a um adversário claramente mais fraco.

É o jogo típico que prova que dominar de ponta a ponta não é suficiente para ganhar. Será sempre meio caminho andado, mas para isso é necessário acompanhar o domínio e a pressão sobre o adversário com oportunidades de golo e, se forem escassas, com eficácia. E foi isso que não aconteceu.
O Benfica e Castelo Branco cedo mostrou que é claramente melhor que a equipa da Caranguejeira, mas o simples facto de dominar e de se instalar a tempo inteiro dentro do meio campo do opositor de pouco ou nada vale, como acabou por se comprovar no final.
Com um onze inicial onde se estranhou a ausência de Cascavél e com alguns jogadores a actuarem em posições diferentes do que é habitual, o Benfica tentou surpreender mas acabou surpreendido. Miguel Vaz, por exemplo, deixou o flanco esquerdo para aparecer numa posição mais central, provocando o adiantamento de Milton para zonas mais ofensivas. A defesa, com Alex e Ricardo António no centro, Prata na direita e Trindade na esquerda nunca ajudou a provocar desequilíbrios na estrutura do adversário. Contra uma equipa tão encolhida no terreno, os laterais estavam quase que obrigados a subir para ajudar a criar superioridade numérica, mas isso poucas vezes aconteceu.
Além disso, os albicastrenses têm nesta altura do campeonato jogadores em claro sub-rendimento. Seria escusado falar em nomes, porque a equipa, no seu conjunto, tem que valer mais que 7 pontos em 7 jogos mas, por exemplo Ricardo Viola, Miguel Vaz e Milton são jogadores de quem se esperava muito mais. E claro que com tanta falta de forma acaba por se ressentir toda a equipa, que nos primeiros 45 minutos apenas conseguiu criar duas situações de perigo real para a baliza de Róis. Aos 14 minutos Renato rematou forte para defesa do guarda-redes adversário e à passagem da meia hora foi Telmo que com um remate à meia volta obrigou Róis à defesa da tarde. Muito pouco para uma equipa que joga em casa.
Na segunda metade a história não foi a mesma mas acabou por ser quase igual. A única diferença é que as oportunidades dos encarnados foram três, uma logo aos 47 minutos em que João Peixe atirou de cabeça às malhas laterais depois de um canto na esquerda de Miguel Vaz, outra dois minutos depois em que o próprio Miguel rematou forte obrigando Róis a defesa apertada para a frente onde apareceu João Peixe em posição irregular, e a última aos 69 minutos com um centro remate de Zé Luís da direita que quase acabava no fundo das malhas. A outra grande diferença é que o Caranguejeira, na primeira vez que chegou à área encarnada acabou por marcar. A isto chama-se eficácia e vale pontos. Faltavam 12 minutos para o final quando toda a defesa encarnada, agora constituída por Ricardo António, Alex e Trindade, se esqueceu de Ricardo Cardoso no lado esquerdo do ataque visitante que recebeu uma bola açucarada e só teve que desviar Hélder Cruz da baliza para depois atirar para os 3 pontos.
Foi um balde de água demasiado fria que deixou o Benfica completamente fora do jogo e da luta pelo resultado. Os encarnados acusaram, e de que maneira, o golo e não mais conseguiram inspiração para tentar alterar o rumo dos acontecimentos.
Até final ainda foi ao Caranguejeira que pertenceram as melhores ocasiões para ampliar, porque a vitória, essa, estava visto que foi conquistada ao minuto 78.
Um resultado que penaliza o Benfica, que foi mais dominador, mas que obriga os próprios jogadores a repensar naquele que é o seu real valor e naquilo que estão a mostrar nestas primeiras jornadas do campeonato.

A arbitragem- Não foi pelo árbitro que o jogo não correu bem aos encarnados. Apesar das queixas de António Marques, o juiz alentejano esteve quase sempre bem, apitou o que devia e sai de Castelo Branco com um bom trabalho.
Discurso directo- António Marques, treinador do Benfica CB- “Assistimos a um jogo em que uma equipa só atacou e outra só defendeu e fez muito anti-jogo. Eu, se tivesse pago bilhete para ver este jogo, no final ia pedir para ser reembolsado. Por estranho que pareça foram assinaladas 30 faltas à minha equipa… Mas isto não é desculpa para nada. Fomos dominadores e este é um resultado extremamente injusto porque, pelo que fizemos, merecíamos a vitória, mas hoje não foi o nosso dia. Quanto à minha situação, o meu lugar está sempre à disposição da direcção desde o início do campeonato”.

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