segunda-feira, abril 24, 2006

AD FUNDÃO- 0 BIDOEIRENSE- 0


Desportiva e sorte continuam de costas voltadas

Estádio Municipal do Fundão
Árbitro- Carlos Alexandre, auxiliado por Bruno Silva e Manuel Azeitona (Portalegre)
AD Fundão- Tiago Ramos (3), André Cunha (3), Rui Reis (3), Luciano (3), Carlos Miguel (3), Óscar Menino (3), Nuno Batista (3), Ricardo Ramos (3), Ibrahim Kalló (3), Vaz Alves (3) e João Paulo (2)
Treinador- Joca
Bidoeirense- Nuno Viseu, Kikó, Russo, Beto, Estroga, Luís Cláudio, Nunito, Neves, Zeca, Manú e Morais
Treinador- Rui Gama
Substituições- João Paulo por Bruno Nogueira (2) aos 62, Ibrahim Kalló por Caniço (-) aos 81 e Rui Reis por Pedro Martins (-) aos 85; Neves por Testas aos 55, Morais por Joel aos 60 e Luís Cláudio por Milton aos 68
Disciplina- Amarelos a Rui Reis aos 35 e Carlos Miguel aos 87; Kikó aos 2, Testas aos 66, Zeca aos 73 e Joel aos 75

A figura do jogo- Luciano– Foi um central que tentou, especialmente na 2ª parte, ajudar o meio campo da sua equipa a construir jogo ofensivo. Não comprometeu na sua posição e ainda auxiliou os companheiros mais adiantados.

A AD Fundão- Melhorou muito da 1ª para a 2ª parte. Durante os primeiros 45 minutos a equipa de Joca apenas numa ocasião conseguiu levar perigo real junto da baliza de Nuno Viseu. Na etapa complementar dominou, chegou a empurrar o seu adversário para zonas muito próximas da sua área, criou boas situações, mas continua a não ter sorte na hora de alvejar as redes contrárias.

Era um jogo muito importante para o futuro do Fundão na luta pela permanência, não só porque jogava perante o seu público, mas principalmente porque tinha pela frente um adversário directo que apenas contabilizava mais 3 pontos na tabela classificativa que a equipa fundanense.
Apesar de saber da importância dos 3 pontos em disputa, o Fundão, durante os primeiros 45 minutos, nunca conseguiu tirar proveito da maneira de actuar do Bidoeirense, excessivamente recuado. Talvez por saber que um empate na deslocação ao Fundão até acabava por ser um bom resultado, o técnico Rui Gama apresentou uma equipa com muita concentração de jogadores na zona do meio campo, com o objectivo principal de ganhar aí vantagem sobre o adversário e impedi-lo de começar a construir jogo ofensivo numa zona do terreno onde normalmente os lances começam a ser pensados.
Logo aos 2 minutos o Fundão ainda ameaçou de livre mas só no final da 1ª parte surgiu a primeira grande chance para os pupilos de Joca, quando Vaz Alves não conseguiu dar a melhor direcção à bola quando se encontrava em posição privilegiada.
O nulo ao intervalo aceitava-se porque o Fundão tinha conseguido fazer muito pouco do meio campo para a frente e o Bidoeirense só existia do meio campo para trás.
No reatamento cedo a Desportiva do Fundão deu mostras que era urgente alterar qualquer coisa. A equipa entrou mais rápida, com mais jogo pelos corredores laterais e tentando mais vezes o remate à baliza de Nuno Viseu.
O primeiro lance de perigo aconteceu aos 52 minutos quando Luciano subiu no terreno e conseguiu descobrir Ibrahim Kalló sem marcação dentro da grande área forasteira. Só que o naturalizado francês não conseguiu desfeitear o keeper adversário com um remate cruzado da esquerda.
Aos 67 minutos foi Ricardo Ramos, na sequência de um livre, que permitiu nova excelente intervenção a Nuno Viseu, e 7 minutos depois, num livre estudado, Óscar Menino tocou curto para a zona frontal onde Nuno Batista rematou forte proporcionando outra defesa impossível ao guarda-redes visitante.
Estava mais que visto que Nuno Viseu não foi avisado que a Desportiva do Fundão estava a comemorar o seu 51º aniversário.
O domínio era intenso do Fundão, mas a pecha de outras partidas mantinha-se: marcar golos. É uma verdade que pior é quando uma equipa não consegue criar situações de golo, mas no Fundão isso não acontece. A equipa consegue chegar com perigo até à grande área adversária mas depois…
E no domingo, como se não bastasse a dificuldade dos homens da Cova da Beira em chegar ao golo, ainda esteve na baliza um Nuno Viseu inspiradíssimo que defendeu tudo o que havia para defender. E quando não o fez contou com a colaboração da trave da sua baliza. Foi o que aconteceu ao minuto 92 quando um remate de Óscar Menino foi devolvido pelo ferro da baliza.
Curiosamente nesta segunda parte de domínio integral fundanense, a melhor oportunidade de golo acabou por pertencer ao Bidoeirense na única vez que chegou perto da baliza de Tiago Ramos. Manú isolou-se mas deixou escapar a bola para a linha de fundo, fazendo em desespero de causa um centro para cima da baliza deserta onde não apareceu ninguém para empurrar.
Um empate que serve mais os interesses do Bidoeirense, que assim mantém os 3 pontos de vantagem sobre o Fundão, num jogo em que, à Desportiva só faltou mesmo o tal golito…

A arbitragem- Entrou a medo no jogo mas embalou para um trabalho muito seguro. Também teve a seu favor o facto de não haver nenhum lance duvidoso.
Discurso directo- Joca, técnico da AD Fundão- “O que vimos hoje é o que temos visto em muitos jogos da nossa equipa. Jogamos bem mas não conseguimos marcar. Estou farto de tentar mas um goleador não se inventa. As pessoas que criticam têm que saber ver as coisas desde o início. Não me quero desculpar com nada mas não se podem atirar as culpas todas para cima das costas do treinador. Se dependesse dos sócios que vêm para aqui desestabilizar e mandar bocas de certeza que já não havia futebol de 11 no Fundão”.

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