terça-feira, janeiro 17, 2006

OLEIROS- 1 PEDRÓGÃO SP- 3

Papéis invertem-se ao intervalo

Estádio Municipal de Oleiros
Árbitro- Izaldo Barata (2), auxiliado por Hugo Clara e Roberto Morgado
Oleiros- João Luís (3), Norberto (3), Chico Lopes (3), Tiago (3), Carlitos (3), Quim Garcia (3), Trindade (3), João André (3), Sena (2), Canário (2) e José Bernardo (2)
Treinador- Chico Lopes e Hélio
Pedrógão SP- Canário (3), Pedro Costa (3), Ricardo Silva (3), Vasco Guerra (4), Flávio Cruz (3), Gonçalo (3), Flávio Cunha (3), Mateus (3), Brígida (2), Capinha (3) e Ricardo Constantino (4)
Treinador- Xana
Substituições- José Bernardo por Naves (2) aos 60, Tiago por David (1) aos 67 e Sena por Ramos (1) aos 70; Brígida por Mário Pina (2) aos 59, Flávio Cruz por Filipe (1) aos 76 e Mateus por Chico (-) aos 85
Disciplina- Amarelos a Canário aos 22, Quim Garcia aos 25 e Tiago aos 36; Ricardo Constantino aos 9, Mateus aos 55 e Flávio Cunha aos 80
Marcadores- Carlitos aos 14; Mateus aos 55, Ricardo Constantino aos 58 e Capinha aos 63

A figura do jogo- Ricardo Constantino (Pedrógão SP)- Uma assistência e um golo fazem com que o esquerdino da equipa de Xana mereça esta distinção. Marcou o livre que deu origem ao primeiro golo com um centro milimétrico para a cabeça de Vasco Guerra e, 3 minutos depois, deu forma à reviravolta com um livre directo superiormente executado. Decisivo.

O Oleiros- Dominou toda a 1ª parte, marcou um golo, e teve mais duas ou três situações em que podia ter aumentado o marcador. Na segunda parte praticamente se ausentou do jogo e em apenas 8 minutos deixou cair uma situação de vantagem para um 3-1 já irrecuperável. Os golos que deixou por marcar nos primeiros 45 minutos e a apatia generalizada do 2º tempo foram penalizados com uma derrota.

O Pedrógão SP- Mudou da noite para o dia a sua prestação depois do descanso. Na primeira parte limitou-se a ver jogar, não criou um único lance de perigo e pode dar-se por feliz por chegar ao intervalo a perder por apenas 1-0. Mas no segundo tempo até parecia outra equipa. Entrou muito forte, pressionante, rápido na recuperação de bolas e até foi com alguma facilidade que deu a volta ao jogo. Para quando 90 minutos ao mesmo ritmo?

Foi um jogo com duas partes perfeitamente distintas. Nos primeiros 45 minutos o domínio foi integralmente dos donos da casa, enquanto que na 2ª parte o Pedrógão apareceu mais mandão e, com uma excelente reacção acabou por embalar para uma exibição agradável que culminou com a conquista dos 3 pontos.
Mas ninguém diria que, depois do que se viu na 1ª parte, as coisas iriam terminar assim. Durante 45 minutos o Pedrógão de São Pedro não conseguiu criar um único lance de perigo junto das redes de João Luís, fechando-se muito timidamente dentro do seu meio campo e passando todo o tempo a ver o adversário trocar a bola, dominar, e criar uma boa mão cheia de situações perigosas para a sua baliza.
Tudo começou logo aos 30 segundos quando Norberto, ainda de fora da área, rematou forte levando a bola a embater na trave da baliza de Canário. O Pedrógão teve um susto inicial que acabou por marcar a exibição da equipa até ao intervalo.
Por isso foi com naturalidade que surgiu o golo do Oleiros aos 14 minutos. O capitão Carlitos, em lance individual, ultrapassa 3 adversários e atira sem hipóteses para o keeper adversário. Era o corolário lógico do melhor jogo do Oleiros que ainda dispôs até ao intervalo de três ou quatro situações em que podia, e até merecia, ter dilatado a vantagem.
Pelo que o Oleiros fez e o Pedrógão não fez, o 1-0 era escasso para o caudal ofensivo que os oleirenses tinham demonstrado.
E por isso mesmo estávamos longe de pensar que as coisas se pudessem alterar tanto a partir do momento que Izaldo Barata deu início à segunda metade. O Oleiros apareceu com uma equipa acomodada, mais lenta, muito retraída que contrastava a olhos vistos com as melhorias significativas na equipa de Xana.
O meio campo defensivo do Oleiros passou a ser, quase em exclusividade, o palco do jogo e em apenas 8 minutos viram-se 3 golos, e todos para a única equipa que os procurava.
Aos 55 minutos Ricardo Constantino marca um livre teleguiado da direita para a cabeça de Vasco Guerra que coloca na boca do golo onde aparece Mateus a empurrar, ainda de cabeça. Três minutos depois foi o próprio Ricardo Constantino que, com o pé esquerdo, bateu de forma superior um livre directo, este em posição frontal às redes adversárias. E aos 63 minutos foi Capinha que furou por entre os centrais e rematou sem hipóteses para João Luís.
Com a reviravolta operada o Pedrógão tirou o pé do acelerador, porque competia agora ao Oleiros tentar fazer alguma coisa. Só que a equipa de Chico Lopes e Hélio ficou muito atordoada com o que lhe tinha acontecido em tão curto espaço de tempo e nunca mostrou capacidade de reacção. Com uns contentes com o que tinham feito e outros sem conseguir fazer aquilo que pretendiam chegou-se ao final de um jogo que acabou por ter duas partes diametralmente opostas e um vencedor justo.

A arbitragem- Izaldo Barata esteve bem tecnicamente e muito exagerado no capítulo disciplinar. Mas a sua pontuação é muito penalizada pela tarde negativa do auxiliar Hugo Clara. Na primeira parte tirou 3 foras de jogo inexistentes ao ataque do Oleiros e na segunda parte também teve algumas dificuldades em acertar com o off side. Neste capítulo tem mais razões de queixa o Oleiros embora não tenha sido pelo árbitro que aconteceu este resultado final.

Discurso directo- Chico Lopes, técnico do Oleiros- “Estivemos muito apáticos nos segundos 45 minutos e deixámos o adversário cair-nos em cima. Em dois lances de bola parada eles mudaram o rumo dos acontecimentos e tornou-se muito complicado. Podíamos ter saído para o intervalo com uma vantagem maior, porque criámos muitas situações de golo, mas não conseguimos. O árbitro erra para os dois lados e por isso não devemos criticar”.
Discurso directo- Xana, técnico do Pedrógão SP- “Mais uma vez a equipa não esteve bem durante os primeiros 45 minutos, mas penso que melhorámos em relação ao último jogo. Viemos sempre em crescendo e, na 2ª parte, já vimos a equipa a praticar um bom futebol e conseguimos dar a volta ao resultado. Eu penso que não há razões para contestar o árbitro porque também não houve jogadas polémicas. O árbitro esteve exemplar e não teve influência no jogo e no resultado”.

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