quarta-feira, outubro 12, 2005

ENTREVISTA HENRIQUE TOMÉ, PRESIDENTE DO RETAXO


“O regresso estava dependente das obras no nosso pavilhão”

O Retaxo é um dos históricos do futsal distrital que, depois de alguns anos de interregno, regressa esta temporada à competição. Henrique Tomé é o presidente dos retaxenses e fala do retorno com satisfação e mostra vontade de, quem sabe um dia mais tarde, pôr o clube da sua terra nos campeonatos nacionais.

“Este é um regresso que mexe com todos, especialmente os mais jovens”

Tribuna Desportiva- Este é um ano histórico para o clube e para a aldeia porque é assinalado com o regresso ao distrital de futsal…
Henrique Tomé- Exactamente. Estávamos parados há vários anos e agora decidimos entrar este ano com duas equipas. Estamos agora na fase inicial da preparação.
TD- O Retaxo, mesmo estando ausente nos últimos anos, é já um histórico do futsal do distrito de Castelo Branco, como é que surgiu esta oportunidade de voltar à competição?
JV- Esta oportunidade surgiu porque conseguimos que as obras no pavilhão avançassem, pois o pavilhão estava completamente degradado. Estamos neste momento no início das obras, temos praticamente o telhado concluído que foi completamente substituído, e estamos agora na fase final. Aquilo ainda era em telha lusalite, uma coisa muito antiquada, que metia água, e havia necessidade de ser substituído por telha dupla. Depois vêm as obras de construção civil, canalizações, parte eléctrica e pintura. O pavilhão vai ser todo remodelado para ficar funcional. Actualmente já estamos a treinar, mas não no nosso pavilhão. Estamos a utilizar o dos Cebolais de Cima que nos é emprestado até que as obras no nosso estejam concluídas. Os jogos também vão decorrer na aldeia vizinha dos Cebolais.
TD- Este é um regresso que também mexe com toda a aldeia…
HT- Com toda a população e especialmente com a malta jovem. Felizmente nós temos muita gente jovem na freguesia do Retaxo.
TD- Com que objectivos partem para esta temporada?
HT- Esta temporada é o reinício e será uma fase difícil, porque partimos praticamente do nada. As verbas são pequenas e nós não temos praticamente orçamento. Temos subsídios e estamos à espera de outros para podermos arrancar. Orçamento não podemos dizer porque nós decidimos arrancar porque se não nunca mais arrancava.
TD- Os atletas responderam positivamente à chamada?
HT- Responderam, especialmente os juvenis, porque nós vamos entrar com uma equipa de juvenis e outra de seniores. Claro que nós informámos os jogadores da situação do clube e eles concordaram, porque não havia hipóteses de haver pagamentos para ninguém.
TD- A aposta nos juvenis é a pensar já nos seniores daqui por 2 ou 3 anos?
HT- Sim. Aliás, nós éramos só para entrar com os seniores mas decidimos depois participar também com os juvenis, até por influência deles mesmo, porque há muita vontade jogar.
TD- Há quanto tempo está em funções esta direcção?
HT- Isto nem é praticamente uma direcção, é uma Comissão Administrativa. Aquilo parou completamente durante a última direcção, já que não havia equipas, não havia nada, e eu e mais um grupo de jovens de lá fomos a única lista apresentada e estamos lá há três anos.

“Já recebemos apoio da Junta e estamos à espera da Câmara”

TD- E quando entrou, há três anos, este era um dos objectivos?
HT- O objectivo era apresentar um projecto para recuperação do pavilhão, e assim que o pavilhão estivesse pronto arrancaríamos com as equipas. Metemos o primeiro projecto, na altura que o governo mudou do PS para o PSD os projectos tiveram que ser remodelados, metemos outro, e isto tudo demorou mais que o previsto. O segundo projecto está aprovado, já recebemos alguma comparticipação da Câmara Municipal e agora estamos à espera da comparticipação do estado.
TD- Porque é que, na sua opinião, houve este interregno tão grande na participação do Retaxo no Distrital?
HT- Porque não tínhamos condições. Nós nunca entraríamos nisto sem o arranque das obras. Nós para funcionar temos que ter o pavilhão, instalações e espaço físico. Uma vez que as obras avançaram e há disponibilidade da Câmara e do Governo, já temos uma base para começar.
TD- E o apoio dado pela Associação de Futebol de Castelo Branco na última semana também vem no momento certo…
HT- Cai que nem ginjas, como se costuma dizer. É positivo porque nós não temos praticamente nada. Já recebemos um apoio da Junta de Freguesia, estamos à espera também da Câmara, do Governo Civil e outros que vou tentar.
TD- Tem ambição de ver o Retaxo numa 3ª divisão daqui por uns anos?
HT- Gostaria imenso. O tempo o dirá.
TD- Também tem consciência que estão a entrar em competição numa altura em que muitos estão a abandonar, ou seja, numa altura de vacas magras…
HT- Nós já sabemos que estamos a atravessar um período crítico no país, mas esperamos que dias melhoras venham. Eu vejo sempre as coisas pela positiva e não pela negativa.

É um dos regressos à competição que se saúda. O Retaxo fazia falta no futsal distrital. Agora que as obras vão de vento em popa já se preparam as equipas de juvenis e seniores para a participação nos respectivos distritais.

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