segunda-feira, outubro 24, 2005

ADE PENAMACOR- 2 VITÓRIA DE SERNACHE- 1


ADEP opera reviravolta e segue em frente

Campo Maia Campos, no Teixoso
Árbitro- Rui Dias, auxiliado por Ricardo Fontes e Jorge Fernandes
ADE Penamacor- Manuel Silva, Hélder Correia, Marco, Ângelo, Gonçalo, Renato, Bruno Vieira, Caronho, Pedro Silveiro, Picas e David
Treinador- Tó Real
Vitória de Sernache- Vilela, Carlos, Tomás, Fernando Miguel, Pedro, Dany, Tiago, Rogério, Paulo Lopes, M´Passo e Nuno Alves
Treinador- António Joaquim
Substituições- David por Ruben aos 36, Hélder Correia por José Luís aos 73 e Renato por Hugo Andriaça aos 75; Paulo Lopes por Velho aos 45, Rogério por Filipe Barata aos 58 e Carlos por Artur aos 75
Disciplina- Amarelos a Gonçalo aos 24, Hélder Correia aos 45, Marco aos 71 e Picas aos 78; Carlos aos 44
Marcadores- Picas aos 56 e Marco aos 60; Tomás aos 39

A ADE Penamacor- Dominou mais tempo que o adversário durante os primeiros 45 minutos mas nunca conseguiu transformar essa supremacia em golos ou até mesmo em situações para os marcar. Na segunda parte, a perder, as oportunidades apareceram e em apenas quatro minutos deu a volta ao resultado. Depois foi só controlar as últimas tentativas de empate do adversário.

O Vitória de Sernache- Optou por dar a iniciativa de jogo ao adversário e esperar dentro do seu meio campo para sair em contra-ataque. Aos 25 minutos equilibrou o jogo e aos 39 minutos Tomás adiantou os vitorianos no marcador, resultado com que se foi para o descanso. Na segunda metade tentou segurar a vitória desde muito cedo e acabou por consentir a cambalhota. No último quarto de hora atacou mais com o coração que com a cabeça mas Nuno Alves ainda teve o empate na ponta da bota, mas a trave devolveu o remate do ponta-de-lança.

A jogar em casa emprestada, foi a ADEP que primeiro tomou conta do jogo, instalando-se desde cedo no meio campo adversário. O Sernache optou por uma atitude mais de contenção, refugiando-se no seu meio campo esperando as oportunidades para sair em rápidos contra-ataques. Foram estes os pressupostos com que se jogou até quase à meia hora de jogo e por iniciativa das duas equipas, isto é, tanto Penamacor como Sernache contribuíram para que o jogo decorresse nestes moldes.
Mas apesar do maior domínio da equipa da “casa”, esse maior tempo de posse de bola e esse assentar “arraiais” no meio campo adversário não se traduzia em situações de golo, porque o meio campo defensivo e o último reduto do Vitória ia chegando e sobrando para as encomendas, de tal forma que Vilela nunca foi obrigado a nenhuma intervenção digna de registo. Mais tranquilo ainda estava Manuel Silva, já que o Vitória era inofensivo em termos ofensivos.
Passados os primeiros 25 minutos, os de Sernache começaram a sair mais da “casca”, e a posse de bola passou então a ser mais dividida. E com esse equilíbrio veio o golo dos vitorianos. Tiago marca um livre do lado esquerdo com conta, peso e medida, a defensiva da ADEP esqueceu-se da marcação à subida no terreno de Tomás, e o central nem precisou saltar para empurrar para o fundo das redes de Manuel Silva.
Ainda antes do intervalo assinale-se a lesão de Paulo Lopes que, num lance casual com Hélder Correia, acabou por ser tocado no nariz pela chuteira do adversário. O jogador foi transportado ao Centro Hospitalar da Cova da Beira já que se suspeitava de uma fractura nos ossos do nariz.
A vantagem do Vitória ao intervalo era um prémio para a eficácia.
Na segunda parte a ADEP entrou com a nítida disposição de dar a volta ao resultado e em apenas quatro minutos a cambalhota aconteceu mesmo. Primeiro foi Picas que aos 56 minutos até teve que se baixar para cabecear para o empate e aos 60 foi o central Marco que deu forma à reviravolta.
Daí para a frente o jogo entrou numa fase mais dura onde o Penamacor procurava o golo da tranquilidade e o Vitória de Sernache tentava chegar ao empate. Só que as coisas eram feitas mais com o coração que com a cabeça, até porque ambas as equipas tinham a perfeita noção que estavam a disputar um mata-mata. Nuno Alves ainda teve nos pés a melhor oportunidade do Sernache para empatar, mas os golos continuam a nada querer com ele, desta vez foi a trave que lhe devolveu o remate, num lance em que os penamacorenses protestaram muito com Rui Dias sobre uma falta que o árbitro não assinalou.
O resultado final aceita-se, principalmente pelo que a ADEP fez na primeira metade da segunda parte em que, de facto, jogou claramente para conseguir virar o resultado. O Sernache terá optado por começar a defender muito cedo, o que o penalizou em termos de resultado final.

A arbitragem- Regressou aos distritais mas não atravessa um bom momento. Rui Dias tem condições para fazer muito melhor que o que fez no domingo no Teixoso. É certo que o jogo endureceu na segunda parte, mas também por culpa dele e dos auxiliares que assinalaram faltas e foras de jogo indevidamente e deixaram passar em claro lances que mereciam punição disciplinar. A seu favor tem o facto que não interferir com o resultado.

Discurso directo- Tó Real, técnico da ADE Penamacor- “Estou contente com o resultado e com a exibição porque ganhámos a uma boa equipa. Temos jogado sempre fora, o que é diferente de jogarmos em nossa casa. Ganhámos com todo o merecimento contra uma belíssima equipa que, apesar de não o assumir, é candidata ao título. O árbitro complicou um pouco”.

Discurso directo- António Joaquim, técnico do Vitória de Sernache- “Espero ser repescado e depois ir jogar, se calhar a Espanha. Por aquilo que fizemos merecemos ser repescados. O resultado é o que menos conta. Quero louvar a atitude dos jogadores e lamentar o facto de não termos um director para acompanhar o Paulo Lopes ao Hospital, lamentar o facto de não nos deixarem ganhar e lamentar estas coisas todas do futebol. Eu gosto de criticar construtivamente mas também gosto que as pessoas ouçam as minhas palavras, mesmo sabendo que são polémicas. Tivemos mais situações de golo que o adversário mas não nos deixaram fazer golos. Espero que os árbitros escrevam no relatório o que viram e o que sentiram na pele, principalmente o auxiliar do lado dos bancos. O Sernache não quer subir de divisão! Nós queremos incomodar e hoje provou-se que incomodámos e muito. Isso dá-nos orgulho”.

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