segunda-feira, novembro 20, 2006

JOAQUIM SALGUEIRO E CATARINA NUNES HOMENAGEADOS


Albicastrenses de prata

A prata foi conquistada em Maidenhaid, na Inglaterra, há cerca de 15 dias, a homenagem foi feita pela Associação Recreativa da Boa Esperança no último sábado.
Joaquim Salgueiro e Catarina Nunes foram o centro de todas as atenções no final da tarde de sábado na cerimónia organizada pelo clube que representam. Uma maneira simpática de recordar o feito histórico para Castelo Branco da conquista de duas medalhas de prata nos europeus de Karaté Wado-Kai na prova de Kumite (combate).
Na homenagem, estiveram presentes, para além de representações da Boa Esperança de todas as modalidades e categorias e dos seus órgãos sociais, o presidente da Câmara Municipal de Castelo Branco, Joaquim Morão, João Henriques, do departamento de selecções da Federação Nacional de Karaté Portugal, entre outras entidades convidadas.
Na ocasião, César Amaro, presidente da Direcção da Associação Recreativa da Boa Esperança, referiu que “homenagear estes dois atletas é uma alegria e uma satisfação muito grande que não tem palavras que a descrevam. Nós não podemos, e nem devemos, embandeirar em arco mas, com modéstia, chegámos aqui e é este o caminho que considero ser o correcto. Hoje estamos aqui a assinalar um feito histórico desportivo”.
Joaquim Morão, parabenizou os dois atletas em particular, “porque é justo homenagear quem se distinguiu pela nossa terra no estrangeiro”, mas também felicitou “a Associação da Boa Esperança e todos os seus atletas pelo trabalho desenvolvido”, e acrescentou que “contamos convosco para continuar a engrandecer a cidade de Castelo Branco”.

Joaquim Salgueiro, vice-campeão europeu de karaté (menos de 75 kg)

“É o ponto alto da minha carreira”

Tribuna Desportiva- Como é que, sem se competir há alguns anos, se consegue uma medalha de prata num europeu?
Joaquim Salgueiro- É um bocado complicado de explicar isso. Acho que também tive sorte. É verdade que treinei bastante para esta prova, tive os devidos apoios, e quando assim é torna-se tudo muito mais fácil. Na competição, é importante ganhar o primeiro combate, eu consegui ganhá-lo e depois começa-se a ganhar ânimo e acaba por ser mais fácil.
TD- Em relação à competitividade do campeonato, foi exigente?
JS- Para mim foi porque eu, para aí há seis anos que não fazia competição a sério. Eu estava muito nervoso e, na final, se eu fizesse dois combates, se calhar até fazia melhor, só que, quando cheguei à final, sabia que ia ser, pelo menos vice-campeão e por isso comecei o combate feliz e acabei-o igualmente feliz. Naquela altura já era secundário ganhar aquele combate porque já era vice-campeão. Como diz o meu Mestre, o que conta é o que fica na história, e o que lá fica é que eu sou vice-campeão europeu.
TD- Não ter nada a perder era uma vantagem…
JS- Eu não tinha nada a perder mas tinha qualquer coisa… não sei se era para provar. Nesta prova tive apoios, ao contrário do que aconteceu até aqui. Ao apoio da Associação juntaram-se outros e foi como que unir o útil ao agradável. A verdade é que nós mudámos de casa e mudou tudo! Este é sem dúvida o ponto mais alto da minha carreira a dedico-o a todos aqueles que nunca apostaram em nós.

Catarina Nunes, vice-campeã europeia de karaté (menos de 60 kg)

“É uma prata com sabor a ouro”

Tribuna Desportiva- O que é que representa este resultado?
Catarina Nunes- Foi muito bom. É sempre muito complicado ir a um campeonato deste género, porque a competitividade é muito elevada, há lá muito boas atletas mas é muito importante o primeiro combate. Esse correu bem e depois ganha-se mais genica. Foi muito difícil, mas foi muito bom.
TD- É uma prata com sabor a ouro?
CN- Para mim é, claro que sim. É preciso uma motivação muito grande, é sempre bom ir lá fora e conseguir estes resultados mas agora o importante são os campeonatos nacionais, porque agora temos que provar cá dentro que somos capazes de fazer bons resultados.
TD- Agora o que persegue é o título nacional…CN- Claramente. Não é fácil porque o karaté é o meu hobby, não é o meu emprego, nem sempre é possível treinarmos com alguém que tem objectivos mais elevados, com treinos bi-diários. Não é possível, por vezes, conciliar isto tudo, mas dentro dos possíveis vou fazer o meu melhor, dedicar-me ao máximo, e não vou tirar os pezinhos da terra, estou consciente, mas vou-me esforçar ao máximo.

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