segunda-feira, janeiro 14, 2008

BENFICA CB- 2 TORREENSE- 1


Melhor jogo em casa vale 3 pontos

Estádio Municipal de Castelo Branco
Árbitro- Hélder Lamas, auxiliado por Luís Castainça e Sérgio Sousa, do Porto
Benfica CB- Hélder Cruz (3), Ivo Vale (3), Nuno Marques (4), Miguel Vaz (4), Ricardo Viola (4), Trindade (4), Tiago Marques (4), Bá (4), Ricardo António (4), Célio (4) e Piojo (3)
Treinador- António Jesus
Torreense- Dário, André Santos, João Afonso, Élio, Passos, Catarino, Lionn, Paulinho, Coça, Marlon e Miguel Paixão
Treinador- Henrique Gregório
Substituições- Ivo Vale por Milton (3) aos 62, Piojo por Cristophe (3) aos 62 e Tiago Marques por Joni (2) aos 70; Passos por Castro aos 31, Miguel Paixão por Pedro Neves aos 65 e Élio por Flávio Júnior aos 81
Disciplina- Amarelos a Piojo aos 34; Paulinho aos 38 e 76 e Pedro Neves aos 84. Vermelho por acumulação de amarelos a Paulinho aos 76
Marcadores- Célio aos 3 e Miguel Vaz aos 77; Catarino aos 42

A figura do jogo- Nuno Marques – Num jogo em que a equipa esteve globalmente bem, Nuno Marques destacou-se pela força e garra até ao último segundo. Vastas vezes mostrou que é um lateral com muito pendor ofensivo e que combinou muito bem quer com Viola quer com Tiago Marques, ou mesmo com Célio. Exibição muito convincente, ainda por cima com o terreno muito pesado.

O Benfica CB- Fez o melhor jogo da época no Municipal, especialmente nos segundos 45 minutos, e não é por ter ganho que o escrevemos. Mesmo que os três pontos não ficassem em Castelo Branco esta seria sempre a melhor exibição. Pena é que não consiga manter regularidade no nível exibicional.

Foi numa tarde fria e chuvosa de Inverno que o Benfica e Castelo Branco arrancou a sua melhor exibição da temporada em jogos no Municipal. Com algumas alterações no onze inicial, por comparação com o domingo anterior, António Jesus programou de forma perfeita a recepção ao Torreense, merecendo especial destaque a aparição do capitão Ricardo António a jogar como trinco, colocando-se entre a defesa e o meio campo.
Depois da vitória conseguida na 1ª volta em Torres Vedras e da inesperada derrota em casa frente ao Anadia, o Benfica e Castelo Branco estava praticamente obrigado a somar os três pontos, não só para não perder de vista a luta pelo 6º lugar, mas também para não cair em posições demasiado afundadas na classificação.
Também se sabia que o valor dos visitantes era de longe superior ao do Anadia, e daí que o grau de dificuldade deste jogo fosse elevado. António Jesus preparou o jogo para entrar com um 4x2x3x1, com Ricardo António fixo como trinco, mas com Miguel Vaz mais volante a fazer deslizar a estrutura por diversas vezes para um 4x1x4x1, que tornava a equipa mais compacta no meio campo e lhe dava mais possibilidades nas transições para o ataque.
A forma como o Torreense se apresentou em Castelo Branco, mesmo que com um meio campo muito reforçado, também permitiu ao Benfica jogar de outra forma, porque uma coisa é jogar contra equipas que se trancam no seu meio campo, outra é enfrentar conjuntos que também gostam de correr alguns riscos para correrem atrás dos 3 pontos. Sabendo-se que os encarnados não têm unidades com capacidade para poder assumir o jogo e jogar em ataque continuado, estava pois montado o esquema ideal para explorar os ataques rápidos.
Logo aos 3 minutos uma bomba relógio de Célio, com um pontapé colocadíssimo de mais de 30 metros, estourou nas redes de Dário. Este golo madrugador ainda mais obrigou o Torreense a correr e a deixar espaços nas costas. A toada era equilibrada mas aos 26 minutos Piojo responde de cabeça com um remate que apanhou o guarda-redes em movimento contrário e levou a bola a passar ao lado da baliza, mas pouco antes do intervalo foi o Torreense que empatou na primeira vez que conseguiu levar a bola com efectivo perigo à área encarnada. O cruzamento foi feito da direita e Catarino, nas alturas, atirou sem hipóteses para Hélder Cruz. Na fotografia do empate ficou pior Ivo Vale que acabou por permitir a cabeçada do adversário não conseguindo nem estorvar o veterano ponta de lança do oeste.
Este golo ao cair do pano podia ser sentido pelos albicastrenses mas, curiosamente, acabou por servir de vitamina para uma excelente 2ª parte.
O jogo na segunda parte foi quase que integralmente dominado pelo Benfica, mas a bola andou sempre de forma muito rápida de um lado para o outro do campo.
Os lances de perigo aconteciam sempre muito mais perto da baliza de Dário, até porque Hélder Cruz acabou por ter uma tarde tranquila, já que sofreu um golo mas não fez uma única defesa apertada…
E aos 72 minutos parecia começar um filme já visto em jogos anteriores… Cristophe é claramente agarrado dentro da área. Hélder Lamas manda jogar mas ficou uma grande penalidade por assinalar. Sorte para ele que cinco minutos depois teve mesmo que marcar um castigo máximo que Miguel Vaz converteu e que acabou por valer 3 pontos justíssimos e que permitem continuar a acalentar esperanças de vir a lutar pelo 6º lugar. A este Benfica falta claramente conseguir manter este nível exibicional, já que a equipa é muito inconstante, tanto sai de um jogo mau para depois fazer um bom, como o inverso também acontece. Agora é preciso manter esta bitola para poder sonhar…

A arbitragem- Tem qualidade, é jovem mas, como todos, comete erros. Acaba por não ter interferência no resultado final porque os encarnados ganharam porque, minutos antes do penalty que assinalou, deixou passar em claro uma falta nítida sobre Cristophe, dentro da área do Torreense e que também valia uma grande penalidade.

Discurso directo- António Jesus, treinador do Benfica CB- “Conseguimos uma exibição consistente, especialmente na 2ª parte. Depois de uma primeira parte mais equilibrada, em que se viu que o Torreense tem muita qualidade, conseguimos fazer uma das melhores segundas partes deste campeonato e ganhamos com justiça. Este jogo era muito importante para nós para não deixarmos alargar o fosso. Sabemos que é difícil chegar ao 6º lugar mas o próximo jogo em Abrantes pode ser determinante. Poderemos jogar aí a cartada decisiva em relação ao nosso futuro e, por isso vamos ver o Abrantes jogar em Paços de Ferreira no próximo fim-de-semana. Esta pausa não vem em boa altura, mas já estava prevista… O árbitro, excepção feita ao penalty que deixou por marcar, pareceu-me ser um bom árbitro, jovem, que subiu na última época, mas que demonstrou capacidades”.

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