segunda-feira, setembro 25, 2006

TEIXOSENSE- 1 VITÓRIA DE SERNACHE- 1


Ninguém merecia mais

Campo Maia Campos, Teixoso
Árbitro- Ricardo Alexandre (3), auxiliado por Paulo Antunes e Délio Rolo
Teixosense- Hugo Pereira (3), Ricardo Sousa (3), Roque (3), Samuel (3), Ricardo Casteleiro (3), Cunha (3), João Bruno (3), João Real (2), Luís Pedro (3), Hélder Morais (3) e Flávio Cruz (3)
Treinador- Vítor Palmeirão
Vitória de Sernache- António Joaquim (3), Maçaroco (3), Tomás (3), Fernando Miguel (3), Pedro Figueiredo (3), Velho (3), Filipe Barata (3), Dany (3), M´Passo (2), Miguel Farinha (3) e Bruno Bastinho (3)
Treinador- António Joaquim
Substituições- João Real por Geraldes (3) aos 45 e João Real por Vítor (3) aos 72; António Joaquim por Vilela (2) aos 45, Miguel por Fredy (2) aos 72 e M´Passo por Dário (-) aos 90+1
Disciplina- Amarelos a Flávio Cruz aos 39, Geraldes aos 54, Cunha aos 66, João Bruno aos 75, Hélder Morais aos 75 e Vítor aos 89; Miguel aos 43, Pedro aos 56, Vilela aos 74, Tomás aos 76 e Maçaroco aos 77
Marcadores- Vítor aos 90+4; Miguel aos 39

A figura do jogo- Roque (Teixosense)- Um central que cumpre na sua posição e que, devido à qualidade do seu pé esquerdo é chamado a marcar os livres cruzados para a área e os cantos do lado direito. No final, quando o Teixosense buscava desesperadamente o empate ainda subiu no terreno para ajudar na frente. Para além disso, tirou o pão da boca a Bruno Bastinho logo aos 10 minutos quando este se aprestava para ficar isolado.

O Teixosense- Pelo que lutou, particularmente na 2ª parte, mereceu ser feliz no derradeiro minuto. A equipa não jogou bom futebol, sempre com a bola mais pelo ar do que rente ao solo, mas acabou por ser pressionante o suficiente para justificar o resultado.

A Vitória de Sernache- Entrou melhor, com mais tempo de posse de bola mas sem criar grandes situações de golo. Marcou o golo num livre estudado e na segunda parte quase que aguentava a vitória até ao final. Custa muito sofrer o empate já perto do último apito mas a verdade é que os vitorianos não têm razão nos protestos no golo do adversário. Vilela foi levemente tocado pelo adversário mas nessa altura já tinha falhado o alívio da bola. Na 2ª metade os contra-ataques nunca saíram como era desejo de António Joaquim.

Teixosense e Vitória de Sernache não foram capazes de proporcionar um bom espectáculo de futebol, porque apesar da boa qualidade de alguns dos seus jogadores, a bola acabou sempre por passar mais tempo no ar do que no chão.
Apesar de entrar mais dominador e a controlar o seu adversário o Vitória não conseguiu traduzir em muitas oportunidades, quanto mais em golos, esses primeiros 15 minutos em que mandou no jogo e esteve quase sempre instalado dentro do meio campo adversário. Aos 10 minutos tudo indicava que Bruno Bastinho ia dispor da primeira oportunidade para desfazer o nulo, mas em antecipação Roque cortou para canto ainda antes do avançado vitoriano se isolar. E cinco minutos depois o mesmo Bastinho obrigou Hugo Pereira a excelente defesa. Foi tudo o que a equipa do Pinhal conseguiu fazer durante o seu período de ascendente.
Depois dos minutos de sentido único o jogo tornou-se equilibrado, repartido e com os lances a serem muito discutidos a meio campo, o que se traduziu num jogo que, apesar de muito disputado, se tornou muito monótono com total ausência de perigo junto das duas balizas. Até ao intervalo só deu para registar 3 apontamentos. Aos 20 minutos António Joaquim saiu em falso da baliza e proporcionou ao Teixosense uma boa oportunidade e aos 40 minutos Hélder Morais falha de forma escandalosa já depois de ultrapassado o keeper de Sernache. Antes disso, exactamente um minuto antes, aconteceu o golo dos visitantes. Num livre quase em cima da linha de grande área, ligeiramente descaído para a direita, e com toda a equipa do Teixosense à espera do remate directo, Dany levantou para o segundo poste onde Miguel Farinha só teve o trabalho de encostar. A vantagem no descanso era um prémio para a eficácia.
Na segunda metade, e já com Vilela na baliza do Vitória em substituição de António Joaquim que saiu lesionado, o Teixosense partiu praticamente desde o início em busca do empate. O domínio era dos da casa mas, mesmo assim, o Vitória nunca perdeu o controlo do jogo, e mesmo jogando muito atrás e estando numa tarde em que o contra-ataque nunca saiu bem, a estrutura estava bem montada e ia chegando para o jogo mais com o coração que com a cabeça da equipa de Vítor Palmeirão.
Tudo se conjugava para que os três pontos caminhassem mesmo para Sernache de Bonjardim, mas uma saída de entre os postes mal sucedida de Vilela acabou por originar o empate. Apesar dos protestos da equipa de António Joaquim aqui, Ricardo Alexandre decidiu bem, já que o suplente do Vitória apenas teve contacto com o homem da casa já depois de ter falhado a intercepção da bola. Já antes, aos 54 minutos, o árbitro teve a única decisão errada do jogo. Geraldes foi carregado por Pedro Figueiredo quando estava em posição de se isolar frente a Vilela. Justificava-se o vermelho ao lateral esquerdo do Sernache e o respectivo livre e não o amarelo ao 15 da casa por, na opinião do árbitro, ter simulado uma falta.
Em resumo, num mau jogo de futebol, e tal como se escreve no título, o resultado é o mais justo porque nem Teixosense nem Vitória de Sernache fizeram por merecer mais que o pontinho.

A arbitragem- Ricardo Alexandre teve um trabalho quase perfeito, mas um minuto bastou para fazer cair a sua nota. Aos 54 minutos Geraldes foi agarrado por Pedro Figueiredo quando podia ficar isolado. Considerou que o homem do Teixosense o tentou iludir e exibiu-lhe o amarelo. O correcto, e porque houve mesmo falta, seria, para além de mandar marcar livre à entrada da área em posição frontal, mostrar o vermelho ao infractor vitoriano. De resto esteve bem, mesmo na validação do golo do Teixosense.

Discurso directo- Vítor Palmeirão, técnico do Teixosense- “No último minuto fez-se um pouco de justiça no resultado porque, na minha perspectiva estivemos 75 minutos em cima do Sernache, que tem uma boa equipa. Na 2ª parte o jogo só teve um sentido, marcámos um golo, e com mais calma poderíamos ter feito mais um ou outro. Há alguma injustiça no resultado mas temos que o aceitar. O Ricardo Alexandre é capaz de fazer melhor, de ser mais isento e de ser mais árbitro. Desiludiu-me”.
Discurso directo- António Joaquim, técnico do Vitória de Sernache- “Custa muito sofrer o empate no último minuto, ainda por cima nas circunstâncias em que foi. Toda a gente viu que o nosso guarda-redes foi tocado dentro da área e isso não pode acontecer. Não quero com isto dizer que o Teixosense, pelo que fez na 2ª parte, não merecesse o golo, mas pela nossa entrega e pela magnífica 1ª parte que fizemos penso que merecíamos os 3 pontos. Fomos espoliados, mas são situações que já são habituais contra o Sernache. O árbitro, mesmo pressionado como estava, vinha a fazer um trabalho aceitável. Viu o que quis, ouviu o que quis e só para um lado, e penalizou-nos no lance que dá o empate. Se calhar eu já sabia que isto ia acontecer. Quando fui ver as nomeações no site da AFCB eu já sabia que estas coisas iam acontecer. Anda alguém constantemente a perseguir-nos… continuem!”.

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