segunda-feira, setembro 18, 2006

OLEIROS- 0 CD ALCAINS- 0


Um castigo para a falta de pontaria

Campo Américo dos Santos, Orvalho
Árbitro- Ricardo Fernandes (4), auxiliado por Gonçalo Carreira e Tiago Gonçalves
Oleiros- Rui Ferreira (3), Fiel (3), Andriaça (4), Martinho (3), Tiago Paulo (3), Quim Garcia (3), Cunha (3), Tabarra (3), Carlitos (3), João André (3) e Norberto (3)
Treinador- José Ramalho
CD Alcains- Rui Eanes (3), Ricardo Trindade (3), Toni (3), Jorge Serralheiro (3), Óscar (3), David José (3), Luís Amaro (3), Ivo Gonçalves (3), Rui Paulo (3), David André (4) e Nuno Carreiro (3)
Treinador- João Daniel
Substituições- João André por Hélio (2) aos 65, Tabarra por Zé Bernardo (1) aos 72 e Cunha por Naves (1) aos 84; Rui Paulo por Luís Ramalho (-) aos 83 e Ivo Gonçalves por Cláudio Santos (-) aos 90+4
Disciplina- Amarelos a Tiago Paulo aos 25 e Quim Garcia aos 80; Ivo Gonçalves aos 90+4
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A figura do jogo- David André (CD Alcains)- Foi o mais dinâmico na zona ofensiva do Desportivo de Alcains e também um dos que teve mais oportunidades para desfazer o nulo. Não esteve feliz na finalização mas também deu muito jogo aos seus companheiros.

O Oleiros- Em início de época, o Oleiros deu mostras de ainda não estar a 100% no capítulo físico. Numa primeira parte em que o equilíbrio foi a tónica dominante, dispôs das duas melhores ocasiões nesse período, uma desperdiçada por Norberto aos 10’ e outra em que o mesmo jogador obrigou o keeper adversário a defesa apertada aos 44’. Na segunda parte o físico traiu os jogadores que, apesar de continuarem a mostrar vontade de manter o mesmo ritmo, acabaram por não o conseguir.

O CD Alcains- Uma estreia muito positiva dos canarinhos no Distrital. A equipa de João Daniel bateu-se de igual para igual com o Oleiros e, na segunda metade, até teve períodos em que conseguiu ser melhor que o adversário e rematar mais vezes à baliza, só que a pontaria está manifestamente desafinada.

A primeira parte chegou a prometer muito e até a surpreender pela rapidez e qualidade do futebol apresentado pelas duas equipas, especialmente se tivermos em atenção que ainda agora começou a época.
Durante os primeiros 45 minutos as equipas equivaleram-se quase sempre, jogando o jogo pelo jogo e pensando única e exclusivamente nos 3 pontos, sabendo de antemão que, jogando bem, normalmente é mais fácil marcar.
E logo aos 10 minutos Norberto, aproveitando um desentendimento entre os centrais Toni e Jorge Serralheiro, quase inaugurava o marcador, não fosse a mira estar virada para a lua.
Bola cá, bola lá, com os jogadores mais tecnicistas de ambas as equipas a sobressaírem, apesar do pelado não ser o piso ideal para grandes malabarismos, e o perigo andou sempre muito perto de ambas as balizas. Do lado do Alcains Ivo Gonçalves também tentou visar a baliza adversária em duas ocasiões, mas também ele não conseguiu acertar entre os postes. Quim Garcia de longe tentou surpreender mas a bola saiu muito alta e Rui Paulo e David André, o grande dinamizador do ataque do Alcains, também testaram a atenção de Rui Ferreira.
Estava visto que não era a tarde dos golos, mas havia sempre a esperança que, caso o nível do jogo fosse mantido na segunda parte, num lance individual ou numa bola parada uma das equipas pudesse desfazer a igualdade, uma vez que era impossível dizer para que lado ia cair o resultado, já que o equilíbrio foi sempre a tónica dominante.
Mas pouco depois do início da etapa complementar logo se viu que as coisas não iam correr da mesma forma.
Gradualmente o espectáculo foi perdendo qualidade, o Oleiros não conseguia mostrar a dinâmica evidenciada nos primeiros 45 minutos e o Alcains não chegou a perceber que podia mesmo levar os 3 pontos.
Logo aos 2 minutos um cruzamento açucarado de Ricardo Trindade do lado direito não foi aproveitado por David André, que mesmo assim tem o mérito de estar no sítio certo, e aos 62 minutos foi novamente a figura do jogo que cabeceou por cima da baliza de Rui Ferreira depois de um cruzamento de Luís Amaro. Mesmo dominando mais e tendo mais pendor ofensivo o Alcains nunca chegou verdadeiramente a assustar a linha defensiva do Oleiros, sector comandado por Hugo Andriaça que ia chegando e sobrando para as encomendas.
Já na recta final foi Hélio, que entrou na 2ª parte para o lugar de João André, que testou Rui Eanes. Na sequência de um livre directo em posição frontal o pé esquerdo do brasileiro obrigou o guarda-redes canarinho a ceder canto.
Pelo que se viu, podemos arriscar a escrever que estivemos perante duas equipas que vão fazer um campeonato muito positivo. Tanto Oleiros como Alcains preferem o futebol bem jogado, de pé para pé, do que aquele de pontapé para a frente que em tempos vingou no nosso distrital. Duas equipas para seguir com atenção mas com um factor que tem que ser o mais rapidamente possível corrigido: a finalização.

A arbitragem- Os jogadores não lhe criaram problemas, ele não os inventou, e também não teve lances duvidosos para decidir. Pequenos lapsos não chegam para manchar um bom trabalho.

Discurso directo- José Ramalho, técnico do Oleiros- “Apanhámos um adversário que não é uma equipa qualquer, mas controlámos o jogo na 1ª parte e acabámos por ter mais oportunidades que o Alcains na 2ª parte. Penso que o Alcains fez um ou dois remates à nossa baliza na 2ª parte. Não estou contente pelo resultado mas gostei dos meus jogadores, apesar de alguns ainda apresentarem um défice físico. Os jogadores ajudaram e o árbitro esteve bem”.
Discurso directo- João Daniel, técnico do CD Alcains- “Foi um jogo em que houve uma 1ª parte equilibrada, com oportunidades para as duas equipas, mas, pelo que fizemos na 2ª metade, e pelas oportunidades que tivemos, merecíamos claramente sair daqui com a vitória. Nenhuma das equipas se pode queixar de nada relativamente à arbitragem”.

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