terça-feira, fevereiro 14, 2006

TORNEIO INTERNACIONAL SUB-18 AFCB


Bélgica empurra Portugal para terceiro

Acabou por sair um vencedor surpresa no Torneio Internacional sub-18 de Castelo Branco. Portugal, Dinamarca, Bélgica e Roménia estiveram na última semana em Castelo Branco onde disputaram um Torneio amigável organizado pela Associação de Futebol de Castelo Branco, com o apoio da Câmara Municipal de Castelo Branco e com a supervisão da Federação Portuguesa de Futebol.
Pelos diversos campos utilizados nos 3 dias de prova passaram vários jogadores que estão nesta altura a aparecer no panorama futebolístico e que são já o garante do dia de amanhã. O que ninguém esperaria era que o vencedor deste quadrangular acabasse por ser… a Bélgica. A surpresa deu o primeiro sinal logo no jogo de abertura, quando Portugal enfrentou os Belgas no Complexo Desportivo do Valongo e acabou por perder já em tempo de compensações. No jogo de quinta-feira Portugal rubricou uma exibição pobre, muito abaixo do seu real valor, e disso se aproveitaram os belgas para, com alguma sorte baterem a equipa das quinas por 2-1. No mesmo dia e à mesma hora Dinamarca e Roménia empatavam sem golos no Municipal de Castelo Branco.

Complexo Desportivo do Bairro do Valongo, Castelo Branco
Árbitros- Pavel Cristian Balaj (Roménia), auxiliado por Vítor Silva e Sérgio Pedro (Portugal)
Portugal- Rui Patrício, André Santos, Daniel Carriço, Carlos Alves, André Castro, Rui Pedro, Pereirinha, Jorge Monteiro, Marcelo Santiago, Lino Gonçalves e Yago Fernandez
Treinador- Edgar Borges
Bélgica- Simon Mignolet, Cedric De Troetsel, Bart Biemans, Jelle De Bock, Bastiaan Gheysen, Yanis Papassarantis, Vittorio Villano, Elio Balbi, Ritchie Kitoko, David Pollet e Jelle Cherlet
Treinador- Mark Van Geersom
Substituições- Lino Gonçalves por Daniel Candeias aos 44, Jorge Monteiro por Fábio Paim aos 46, Carlos Alves por João Martins aos 62, Rui Pedro por Fábio Pereira aos 81 e Marcelo Santiago por Carlos Freitas aos 87; David Pollet por Joachim Mununga aos 46, Bastiaan Gheysen por Jeremy Brougriez aos 64 e Jelle Cherlet por Simon Donche aos 77
Disciplina- Amarelos a Fábio Paim aos 87; Bastiaan Gheysen aos 58 e Ritchie Kitoko aos 72
Marcadores- Marcelo Santiago aos 60; Jelle Cherlet aos 13 e Bastiaan Gheysen aos 90+2

Na sexta-feira, frente à Dinamarca, apenas a vitória interessava ao seleccionado luso para continuar a manter aspirações à vitória no Torneio de Castelo Branco. Mas agora no Trigueiros de Aragão, e perante uma casa bem composta, a equipa de Edgar Borges voltou a decepcionar, registando no entanto algumas melhoras nos processos de jogo em relação ao jogo da véspera. Em Alcains, o jogo foi praticamente de sentido único e Portugal, sem ter criado muitas situações de golo, conseguiu as necessárias para somar os três pontos, mas as dificuldades principais residiam no ataque onde os jovens mais avançados não mostravam estar de pontaria acertada. Portugal mais uma vez não vencia e restava apenas esperar que a Bélgica não vencesse a Roménia no outro jogo que se realizou em Idanha-a-Nova. Só que a equipa onde joga o luso-belga Mário Matos voltou a repetir os números que aplicou a Portugal e ao segundo dia já tinham assegurado a vitória no Torneio, deixando para domingo apenas a questão do segundo lugar, que ainda podia ser alcançado por Portugal, Dinamarca e Roménia.

Estádio Trigueiros de Aragão, Alcains
Árbitros- Jerome Efong Nzolo (Bélgica), auxiliado por Paulo Carrilho e Vítor Silva (Portugal)
Portugal- Hugo Guedes, André Santos, Simão Coutinho, Daniel Carriço, Carlos Freitas, João Martins, André Castro, Pereirinha, Fábio Paim, Daniel Candeias e Fábio Pereira
Treinador- Edgar Borges
Dinamarca- Jesper Christensen, Kristian Andersen, Andreas Bjelland, Frederik Krabbe, Niels Kristensen, Michael Lumb, Nicki Nielsen, Theis Pedersen, Christian Sivebaek, Joakim Steiness e Mike Jensen
Treinador- Per Andersen
Substituições- Fábio Pereira por Marcelo Santiago aos 45, Fábio Paim por Lino Gonçalves aos 68, André Castro por Rui Pedro aos 73 e Pereirinha por Jorge Monteiro aos 84; Mike Jensen por Matti Nielsen aos 55, Andreas Bjelland por Alexander Vorobjov aos 77 e Nicki Nielsen por Casper Johansen aos 89
Disciplina- Amarelos a Simão Coutinho aos 54 e Jorge Monteiro aos 90; Kristian Andersen aos 51 e Theis Pedersen aos 60
Marcadores- -

E apesar de já não poder sair vencedor deste Torneio foi bonito de ver o Municipal de Castelo Branco com uma moldura humana que há muito não se via. As bandeiras eram muitas, os incentivos de apoio aos nossos sub-18 também, e desta vez os miúdos dentro de campo retribuíram com a melhor exibição dos três jogos que realizaram. Com dois golos na primeira parte e outros dois na segunda Portugal despachou os romenos com 4 golos sem resposta, que foram, no entanto insuficientes para chegar ao segundo lugar, uma vez que no Complexo Desportivo do Valongo a Bélgica cedeu diante da Dinamarca por 2-1.
Com estes resultados, os nórdicos fecharam o quadrangular imediatamente atrás da Bélgica, deixando Portugal no 3º lugar, tendo os romenos que se contentar com a última posição. Apesar de tudo fica o destaque para o capitão luso Daniel Carriço, eleito o melhor jogador do Torneio, para Rui Pedro, o melhor marcador, e para a Taça Fair-Play que também ficou em Portugal. Simon Mignolet, guarda-redes da Bélgica, foi considerado o melhor da prova.
Quatro dias em grande numa excelente organização da Associação de Futebol de Castelo Branco com a colaboração da Câmara Municipal albicastrense.

Estádio Municipal de Castelo Branco
Árbitros- Lars Christoffersen (Dinamarca), auxiliado por Vítor Silva e Sérgio Pedro (Portugal)
Portugal- Hugo Guedes, André Santos, Simão Coutinho, Daniel Carriço, Carlos Freitas, João Martins, Fábio Paim, André Castro, Pereirinha, Fábio Pereira e Marcelo Santiago
Treinador- Edgar Borges
Roménia- Costin Oginciuc, Armando Mihai, Catalins Paun, Raul Crisan, Ionut Mihai, Liviu Mihai, Alexandru Popovici, Georgian Marcu, Cristian Iancu, Liviu Ganea e Cristian Cristea
Treinador- Florin Cheran
Substituições- André Castro por Daniel Candeias aos 45, Fábio Pereira por Rui Pedro aos 45, Fábio Paim por Lino Gonçalves, Marcelo Santiago por Jorge Monteiro aos 74 e Carlos Freitas por Carlos Alves aos 83; Liviu Mihai por Andrei Mutulescu aos 43, Raul Crisan por George Negura aos 43, Alexandru Popovici por Dan Bozedan aos 56, Georgian Marcu por Rares Sagau aos 56 e Cristian Cristea por Florin Neagu aos 72
Disciplina- Amarelos a Andrei Mutulescu aos 54 e Armando Mihai aos 60
Marcadores- André Castro aos 15, Fábio Pereira aos 33 e Rui Pedro aos 78 e 90+3

Luciano de Almeida, Secretário-geral da AFCB

“Foi uma excelente propaganda para o distrito”

Tribuna Desportiva- Uma organização que correu muito bem, apenas com o senão de Portugal ter ficado na 3ª posição…?
Luciano de Almeida- Houve uma grande preocupação nossa na organização deste Torneio em que tivemos a colaboração da Federação Portuguesa de Futebol. Quero salientar o apoio dado pela Câmara Municipal de Castelo Branco, porque sem ele não seria possível organizar este evento. As coisas correram bem porque foram planeadas a tempo e horas.
TD- Apesar de não parecer este é um Torneio que envolve muita logística…
LA- Evidentemente. Quem está por fora nem se apercebe do envolvimento duma coisa destas. As pessoas que envolve, o material… os meios humanos que é necessário reunir para que se consiga o êxito alcançado. Eu penso que foi uma excelente propaganda para o futebol nacional e para o futebol do nosso distrito. Penso que saímos dignificados com a organização que a Federação nos confiou.
TD- E no último jogo de Portugal estava uma moldura humana excelente…
LA- Nós tudo fizemos para que isso acontecesse, muito embora no primeiro jogo no Valongo também tenha estado bastante público, apesar de ser num dia de semana e da parte da tarde, o que é sempre mais complicado. Em Alcains também esteve muito público, e no domingo já prevíamos esta enchente.
TD- Esta é a primeira de outras edições deste Torneio?
LA- Penso que sim. Nós já referimos diversas vezes o excelente relacionamento que temos com a Federação Portuguesa de Futebol que nos proporciona a organização de eventos destes. Por vezes, com as infra-estruturas de que dispomos, não conseguimos ultrapassar determinadas exigências que nos são feitas pela FPF e pela UEFA, mas tudo faremos para trazer eventos desta envergadura para o nosso distrito.
TD- A nível financeiro, este é um Torneio pesado para a AFCB?
LA- É, e como eu já referi, se não fosse o apoio da Câmara Municipal era-nos impossível organizar um Torneio destes.
TD- Está pensada mais alguma candidatura a curto prazo?
LA- Vamos tentar trazer o Torneio Inter-Associações de sub-13 que vai ser feito por fases. Isto é uma ideia minha, ainda não está falado em Direcção, mas tudo farei para que uma dessas fases venha para a nossa zona. Este Torneio envolve verbas que a Federação habitualmente disponibiliza, este ano houve algumas dificuldades nesse aspecto, mas estamos à espera que a FPF decida o apoio a dar às Associações para preparar esse Torneio.

Edgar Borges, treinador de Portugal

“Demos provas que somos uma equipa forte”

“As ideias que não conseguimos implementar com a Bélgica e com a Dinamarca, tiveram haver com a consistência defensiva do adversário e com o pouco atrevimento ofensivo, e nós não conseguimos ultrapassar essas barreiras. Em termos de saldo global, só a 1ª parte do jogo com a Bélgica é que me desgostou bastante, de resto, a equipa, apesar de jogar mal nesse jogo, até teve oportunidades para o ganhar. Fomos conversando, e frente à Roménia penso que demos uma prova que somos uma equipa a ter em conta. Temos que ser mais regulares em termos de prestação colectiva porque não podemos estar a sofrer golos da maneira que sofremos. Mas também tenho que ser honesto e dizer que, apesar de termos ganho 4-0 à Roménia, isto parece um contra-censo, mostrámos muita ineficácia na finalização, porque podiam ser 9 ou 10. Mas estou satisfeito com o comportamento destes jovens, porque foram subindo e assimilando as ideias que lhes foram passadas. Terminamos bem, e estando num processo de formação é importante ver que as mensagens que lhes passamos vão sendo assimiladas e que a equipa vai evoluindo. Esperamos que no Torneio de apuramento para o Campeonato da Europa na Noruega, já estejamos no nível que nós queremos para darmos mais uma alegria ao povo português e a todos que gostam de futebol”.

Mário Matos, guarda-redes da Bélgica

“O grande sonho é representar Portugal”

Mário de Matos é um alentejano, nascido em Seda (Portalegre), que desde muito novo vive na Bélgica, onde mora com os pais. Apesar de ser Português, o jovem guarda-redes foi chamado para representar a selecção da Bélgica, uma vez que também tem nacionalidade belga. No final do torneio estava naturalmente feliz mas confidenciou à nossa reportagem que “o grande sonho é representar Portugal, porque foi aqui que eu nasci”. Por agora diz que está “bem, mas não escondo que o objectivo é jogar com a camisola de Portugal”.Um português que veio da Bélgica para conquistar o Torneio Internacional sub-18 de Castelo Branco.

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