quarta-feira, janeiro 04, 2006

ENTREVISTA A VALTER COSTA, TREINADOR DO SERTANENSE


“Ainda podemos chegar aos lugares da frente”

Valter Costa reconhece que o Sertanense não virou o ano na posição que desejava mas, e apesar de todos os problemas surgidos no que já passou de campeonato, com destaque para as muitas lesões e os castigos, diz que ainda vai a tempo de terminar o campeonato no lugar que tinha como objectivo no início. Nesta conversa que mantivemos com o técnico sertaginense depois do último jogo de 2005, ficámos ainda a saber que Ricardo Costa não volta a representar o clube nesta temporada e que o Sertanense vai inscrever mais um jogador porque não há verba para mais.

“Não contava com esta classificação nem com tantos problemas
em termos de lesões”

Tribuna Desportiva- No final do ano de 2005 não contava certamente estar nesta posição incómoda…
Valter Costa- A posição não é muito incómoda porque ainda há ali muitas equipas todas juntas. Temos uma segunda volta pela frente e um bom calendário. Mas é evidente que não contava com este lugar e também não contava ter tantos problemas em termos de lesões. O plantel é extremamente escasso e depois também foi um ano que, em termos de sorte, ela não quis nada connosco. Na paragem vamos tentar recuperar a equipa, os jogadores que estão lesionados, e entrar na próxima fase do campeonato com todos recuperados, em melhor forma, e também com um pouco mais de sorte. Têm faltado soluções mas, em termos de jogo jogado, o que tem faltado é a sorte. A equipa joga bem, domina os jogos, cria mais oportunidades que os adversários, mas não tem conseguido concretizar. O futebol é isto… Há anos que são assim… Mas nós ainda não baixamos os braços e não estamos muito longe dos primeiros lugares. Nós, com um pouquinho mais de sorte e sem tantos problemas, ainda podemos chegar aos lugares da frente. Esta posição não é incómoda porque com a vitória a valer 3 pontos, basta 2 ou 3 jogos a ganhar para chegar lá acima. Agora é evidente que, analisando o que já se disputou, contava estar um pouco melhor.
TD- O Valter tinha dito no início que ia apostar num plantel curto mas com qualidade, e que esta aposta só seria má se aparecessem as lesões e os castigos… foi precisamente o que aconteceu…
VC- Mais em termos de uma ou outra lesão. Houve jogadores que já jogaram limitados mas têm que jogar porque, apesar de terem alguns problemas, ainda são superiores aos miúdos que vão ao banco. Nós arriscámos nesta situação e o que programámos foi um campeonato tranquilo e, se houvesse possibilidades de chegar lá à frente nós chegaríamos. Penso que o campeonato tranquilo nós vamos fazer, não tenho dúvidas nenhumas, chegar à frente as coisas estão mais complicadas, mas quando ainda faltam 3 jornadas para o fim da 1ª volta, ter 8 ou 10 pontos de atraso pode não ser nada.

“Continuo a achar que as decisões tomadas no início foram acertadas”

TD- Nesta altura se voltasse a tomar decisões como o fez no início da temporada fazia a mesma aposta?
VC- Há algumas situações extra-futebol com que não estava a contar, mas eu penso que, da minha parte as coisas foram bem programadas e continuo a acreditar que, no final do campeonato vamos colher os frutos disso.
TD- O plantel vai ser reforçado?
VC- Há lugar para mais um jogador e vamos ver se inscrevemos mais um atleta porque não há verba para mais ninguém. No final é que se faz o resumo de todas as decisões tomadas e eu continuo a acreditar que as decisões foram bem tomadas e que nós no fim do campeonato vamos provar isso mesmo.

“O Ricardo Costa já não vai representar o Sertanense esta época”

TD- O que se passa com o Ricardo Costa?
VC- O Ricardo fez a última época toda, apareceu com uma lesão que depois, com o decorrer dos treinos, foi agravando. Possivelmente mais cedo ou mais tarde vai ter que ser operado. Fizemos um tempo de pausa e de repouso para tentar recuperar, mas o Ricardo já não vai representar mais o Sertanense este ano.
TD- Sabe-se que ele está a treinar em Penamacor…
VC- Está mais tranquilo, está com gente que ele conhece bem, mas tem uma lesão que exige descanso. Mesmo que comece a jogar não pode jogar o tempo todo e é natural que ele procure um clube que lhe proporcione essa situação. Se ele estivesse connosco era para jogar mais, era uma mais valia.
TD- O Valter é normalmente um treinador que não se cala quando se sente prejudicado pelas arbitragens. Das jornadas que já passaram que balanço faz das arbitragens dos jogos do Sertanense?
VC- Eu estou farto de me bater por isso. Toda a gente sabe que, antes do Apito Dourado, fui uma das pessoas que se revoltou com algumas situações e até apontei nomes sem problema nenhum. Nesta altura não vale a pena falar. Repare que toda a gente que foi afastada com o processo Apito Dourado já está a apitar. Eu não quero mal nenhum a essa gente, mas pelo menos que sejam afastados do futebol. Nem que não fossem condenados, mas os Sanhudos e toda essa gente devia ser afastada do futebol. Já estão todos a apitar! Estar a falar é chover no molhado. Isto é uma luta inglória, e este ano temos sido muito prejudicados em alguns jogos mas as atitudes de revolta comigo acabaram.
Mesmo com muitos problemas e com um plantel extremamente curto Valter Costa diz que “é no final que se fazem as contas e estou convencido que ainda vamos colher os frutos das apostas que fizemos no início”. Para já vai entrar mais um jogador e o técnico espera também para 2006 que a sorte o acompanhe mais que no ano que terminou.

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