segunda-feira, junho 18, 2007

VITÓRIA DOS OLIVAIS- 4 BOA ESPERANÇA- 9


A cereja no cimo do bolo

Pavilhão da Escola Secundária D. Dinis, Chelas
Árbitros- Vítor Clemente e Agostinho Jorge, de Setúbal
Vitória dos Olivais- José Belo, Vítor, Zé Daniel, Sérgio, João, Feliciano, Kali, Dani e Capela
Treinador- José António
Boa Esperança- Hugo Nunes, Ricardo Machado, Theres Oliveira, André Gonçalves, Daniel Ascensão, Vasco Antunes, Francisco Aragonês, Bruno Barata, Hugo Silveira, Marco Borronha, Valter Borronha e Bruno Neves
Treinador- Humberto Cadete
Disciplina- Cartão amarelo a José Belo aos 26, Dani aos 28, Feliciano aos 38 e Sérgio aos 39; Marco Borronha aos 11, André Gonçalves aos 26 e Theres Oliveira aos 34
Marcadores- Vítor no 1º minuto, Kali aos 7, João aos 17 e Dani aos 19; Theres Oliveira aos 12, 14, 28 e 30, Valter Borronha aos 16 e 34, André Gonçalves aos 23, Ricardo Machado aos 34 e Francisco Aragonês aos 37

Valeu a pena esperar. Não apenas pelo desfecho da partida, mas, ainda antes, pelo acesso ao recinto do jogo, que esteve fechado até poucos minutos antes da hora agendada para esta partida decisiva, visto que, para além do desafio entre lisboetas e albicastrenses, o pavilhão da Escola Secundária D. Dinis estava marcado em simultâneo para outro jogo, mas de carácter não oficial.
No que diz respeito ao encontro, que começou com vinte minutos de atraso, a Boa Esperança, que estava a um passo de se sagrar campeã nacional da 3ª divisão de futsal, denotou alguma ansiedade, sobretudo nos primeiros minutos. O Olivais soube aproveitar, e, logo no minuto inicial adiantou-se, através de Vítor, dilatando a vantagem no decorrer do sétimo minuto, por intermédio de Kali.
Neste período do jogo, a arma utilizada com sucesso pelos homens de Castelo Branco foi o temível pontapé de Theres. Em dois livres, aos 12 e aos 14 minutos, o brasileiro repôs a igualdade, aproveitando muito bem o facto da turma da casa ter atingido as 5 faltas muito cedo, mais exactamente aos 13 minutos. O segundo destes tentos foi já obtido na transformação de um livre de 10 metros.
Com mais confiança, a Boa Esperança deu a volta ao marcador aos 16 minutos, através de Valter Borronha, mas o jogo estava imprevisível nesta fase, e o Olivais passou de novo para a frente, com golos de João, no minuto seguinte, e Dani, quando faltavam apenas 11 segundos para o descanso, na conversão de uma grande penalidade.
Na segunda parte, veio ao de cima a diferença dos dois plantéis. O técnico Humberto Cadete foi gerindo habilmente os jogadores disponíveis, enquanto os índices físicos do Olivais se foram deteriorando, tendo em consideração que tinham um atleta castigado, e alguns lesionados, diminuindo assim o lote de disponíveis ao dispor do treinador José António.
O início da etapa complementar foi ainda equilibrado, mas os albicastrenses conseguiram o empate aos 23 minutos, através de André Gonçalves, dando nova e definitiva reviravolta no marcador ao minuto 28, por Theres, que, inspirado, marcaria o seu quarto golo dois minutos depois.
Começava aqui a desenhar-se uma vitória mais expressiva da Boa Esperança e, mais que isso, definitivamente sentia-se o título cada vez mais perto.
Na mó de cima, a equipa laranja foi engordando as contas, através de um jogo mais tranquilo e confiante. Chegou o minuto 34, e foram Valter Borronha e Ricardo Machado a fazer o gosto ao pé, com diferença de escassos segundos. A partir deste momento, parecia consumada a vitória, faltando apenas saber quantos mais golos conseguiriam marcar os beirões. Faltava o nono, por Francisco Aragonês, aos 37 minutos. A notável página da história desportiva da nossa região estava escrita. O campeão estava encontrado, numa vitória que mereceu a especial atenção de Mário Minhós, presidente da Associação de Futebol de Castelo Branco, espectador atento desta partida.
Nota final para a dupla de arbitragem, que viajou de Setúbal, e cuja actuação foi positiva, quer em termos técnicos, quer no aspecto disciplinar. Ficam algumas dúvidas no lance da grande penalidade assinalada a favor dos visitados, mas, em termos gerais, não teve qualquer influência no resultado final.

Humberto Cadete, treinador da Boa Esperança

“Título traduz o trabalho de toda a época”

No final do encontro, Humberto Cadete estava orgulhoso do seu grupo de trabalho, e fez questão de destacar que sempre acreditou no “talento e condições do grupo para chegar ao título nacional” salientando que o “valor do plantel está à vista”. Reconhece, não obstante, que para se ser campeão é muitas vezes necessária “a estrelinha, que a equipa teve, mas que soube sempre fazer por merecer”.
Para a próxima temporada, o técnico albicastrense sabe que “o nível competitivo aumenta, e a responsabilidade também”. Ciente da realidade financeira do clube, referiu saber que “a equipa não tem recursos económicos, mas dentro das suas possibilidades vamos tentar fazer uma época de adaptação à 2ª divisão, e alcançar a manutenção”.

César Amaro, presidente da Boa Esperança

“Era o que todos esperávamos”

Outro rosto da felicidade era o do presidente da ARC da Boa Esperança, que realçou o facto de “tudo ter corrido de feição para alcançar o grande objectivo, que era a subida à 2ª divisão”, sendo esta conquista um grande feito e uma referência “para a cidade, para o concelho e para o distrito”. César Amaro considerou ainda que a Boa Esperança está agora “no lugar onde deve estar”.
Para o futuro, o presidente refere que vai procurar reforçar a equipa com vista à próxima época, sendo para isso essencial um diálogo com a autarquia e a Junta de Freguesia, no sentido de se obterem apoios compatíveis com os desafios que se avizinham, ou seja, da participação num escalão superior.

Theres Oliveira, jogador da Boa Esperança

“Vitória da humildade”

Uma das grandes figuras do encontro foi o brasileiro Theres Oliveira, autor de 4 golos. Uma mão quase cheia que, decididamente muito contribuiu para o triunfo dos visitantes. No fim do jogo, era o espelho da alegria de um grande desafio alcançado, considerando que esta foi “uma vitória merecida, para a qual todos contribuíram”, salientando ”a união do grupo ao longo da prova”. Para Theres, a chave do sucesso foi “a humildade com que a equipa sempre encarou a competição”, destacando também a evolução positiva da modalidade no distrito de Castelo Branco.Para a próxima época, Theres não quis adiantar se iria ou não continuar a vestir a camisola laranja da Boa Esperança.

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