segunda-feira, outubro 09, 2006
UNHAIS DA SERRA- 1 VITÓRIA DE SERNACHE- 0
Mau demais para ser verdade…
Campo da Reboleirada, no Paúl
Árbitro- Márcio Lopes (0), auxiliado por Henrique Martins e Cláudio Santos
Unhais da Serra- Valezim (3), Tomás (3), Pedro Ferreira (3), Vasco Guerra (4), Bruno (3), Chasqueira (3), Toni (3), David (3), Carlitos (3), Brígida (3) e Caniço (3)
Treinador- Nando
Vitória de Sernache- Vilela (4), Maçaroco (3), Tomás (3), Fernando Miguel (3), Pedro Figueiredo (3), Velho (3), Dani (2), Velho (3), Bruno Bastinho (3), Filipe Barata (2) e Miguel Farinha (3)
Treinador- António Joaquim
Substituições- Chasqueira por Samuel (1) aos 69, Caniço por Gonçalo Ferraz (-) aos 75 e Bruno por Fábio (-) aos 87; Filipe Amaro por M´Passo (1) aos 64 e Miguel Farinha por Fredy (-) aos 67
Disciplina- Amarelos a Tomás aos 9, Brígida aos 32, Carlitos aos 45+2, Gonçalo Ferraz aos 86 e Valezim aos 90+8; Filipe Barata aos 44 e 90, Dany aos 46 e 66, Tomás aos 58, Velho aos 71 e Maçaroco aos 90+4. Vermelhos por acumulação a Dani aos 66 e Filipe Barata aos 90. Vermelhos directos a Toni aos 80 e Fredy aos 80
Marcadores- Carlitos aos 90+2
A figura do jogo- Vasco Guerra (Unhais da Serra)- É um central completo na sua posição e que aparece de forma oportuna no auxílio ao ataque fazendo valer a sua elevada estatura. Foi providencial num corte na hora certa quando um adversário já dentro da pequena área se aprestava para marcar.
O Unhais da Serra- Lutou muito, atacou mais que o Vitória de Sernache, teve mais tempo de posse de bola mas, se compararmos as oportunidades claras de golo acabam por ser idênticas para as duas equipas. Teve a sorte pelo seu lado porque marcou de grande penalidade, na segunda tentativa, já em períodos de compensações.
O Vitória de Sernache- Foi à equipa do Pinhal que couberam as primeiras oportunidades para marcar, não o conseguiu, e depois soube reagir bem nos períodos de maior ascendente do adversário. Tem muitas razões de queixa da arbitragem de Márcio Lopes, várias no capítulo disciplinar e particularmente da decisão de mandar repetir a grande penalidade que acabou por ditar o resultado final.
Foi pena que o jogo tenha sido estragado por factores alheios às equipas e que tenha durado apenas 80 minutos.
No início foi o Vitória que entrou para tentar surpreender o adversário e logo aos 2 minutos Miguel Farinha teve o golo a escassos centímetros, mas o seu cabeceamento acabou por sair ao lado do poste esquerdo da baliza de Paulo Valezim. E aos 9 minutos o golo só não surgiu porque quando Bastinho se preparava para ficar isolado Tomás cometeu falta que poderia ter sido penalizada com cartão vermelho, em vez do amarelo mostrado por Márcio Lopes. Na sequência do livre, Dany atirou forte e ainda assustou o guarda-redes do Unhais.
A resposta da equipa da casa surgiu por volta do minuto 15 quando gradualmente foi tomando o domínio do jogo e jogando mais tempo instalada no meio reduto adversário. Até aos 40 minutos, altura em que a pressão da equipa de Nando foi mais evidente, David de cabeça, Chasqueira num remate à meia volta que ainda raspou no poste e Carlitos com um remate cruzado do lado direito criaram as maiores situações de apuro para a baliza de Vilela.
Na resposta e poucos minutos antes do intervalo, num contra-ataque rápido, o Vitória também cheirou o golo mas Vasco Guerra apareceu no lugar certo, na hora exacta para cortar uma bola que poderia terminar no fundo das suas redes.
Na segunda parte a intensidade do jogo manteve-se até à altura em que Dany viu o segundo cartão amarelo e consequente vermelho. A jogar com 10, António Joaquim tirou Miguel Farinha e lançou Fredy que passou a ser o jogador mais adiantado da sua equipa, recuando Bastinho para as funções que até aí estavam destinadas a Dany.
Evidentemente que, com menos um e com o jogo a caminhar para o final o Vitória começou naturalmente a pensar mais em não perder o jogo e só esporadicamente espreitava o contra-ataque. O Unhais mandava no jogo mas o Vitória ia conseguindo segurar o pontinho, até que ao minuto 80 aconteceu uma daquelas cenas tristes que nada tem a ver com futebol. Fredy envolve-se com Pedro Ferreira, o que dá origem a uma confusão generalizada que acabou por envolver vários jogadores e os elementos dos bancos de ambas as equipas. Cinco minutos depois, e quando os ânimos já estavam mais calmos, o jogo foi reatado com mais dois vermelhos. Para Fredy e para Toni, esquecendo-se o árbitro que Pedro Ferreira também esteve na origem da confusão.
Estava tudo estragado e já decorriam as compensações quando Márcio Lopes assinala grande penalidade a punir falta de Filipe Barata sobre um homem do Unhais. Ficamos com a sensação que houve toque para castigo máximo mas o que temos a certeza é que continuamos sem perceber porque é que o penalty que Carlitos bateu e Vilela defendeu foi mandado repetir. É certo que Vilela se mexeu, mas tanto quanto sabemos, os guarda-redes podem fazê-lo ao longo da linha de golo. Cláudio Santos, o auxiliar do lado do peão, chamou o seu chefe de equipa e mandou repetir a marcação. Desta vez o capitão Carlitos não desperdiçou e acabou por dar os 3 pontos à sua equipa.
Vitória do Unhais da Serra num jogo em que o Vitória de Sernache tem muitas razões de queixa da actuação do árbitro.
A arbitragem- Por vezes complica-se o que podia ser fácil, e Márcio Lopes utilizou sempre uma dualidade de critérios que prejudicou claramente o Vitória de Sernache. Logo aos 9 minutos mostrou amarelo a Tomás, o do Unhais, por carga sobre Bruno Bastinho quando este se aprestava para ficar isolado em posição frontal à baliza do Unhais. Era carga para vermelho porque já só estava Valezim atrás de Tomás. No lance da expulsão de Dany ficou por mostrar amarelo a Bruno, na confusão do minuto 80 expulsou, e bem, Fredy e Toni mas deixou dentro de campo Pedro Ferreira, o jogador que esteve juntamente do Fredy na origem do lance que depois provocou o burburinho. No penalty assinalado já em período de compensações damos-lhe o benefício da dúvida porque estamos longe e não conseguimos analisar se Filipe Barata toca ou não no adversário, mas a decisão de mandar repetir o castigo máximo depois de Vilela ter defendido o primeiro não tem justificação porque não vimos nenhuma razão que o justificasse. O guarda-redes do Vitória mexeu-se sempre ao longo da linha, o que é permitido, mas o auxiliar Cláudio Santos entendeu, por razões que só ele saberá, mandar repetir um castigo máximo que acabou por definir o resultado final. Erros a mais para um só jogo.
Discurso directo- Nando, técnico do Unhais da Serra- “Foi um jogo muito intenso, sobretudo nos primeiros 45 minutos, onde houve espectáculo. O Vitória é uma excelente equipa, procurou jogar taco a taco connosco e o futebol foi bonito. Na segunda parte já sabíamos que as coisas iriam ser diferentes. Não era possível para jogadores deste nível manter a intensidade e a qualidade de jogo, e o Sernache, na segunda parte também abdicou de jogar o jogo pelo jogo e o espectáculo acabou. Penso que ganhámos com toda a justiça e no cômputo geral a minha equipa foi aquela que ao longo dos 90 minutos teve sempre a intenção de ganhar o jogo. Quanto à arbitragem, eu prometi a mim mesmo no início da época que não iria comentar mais o trabalho dos árbitros, mesmo quando sinta que fui prejudicado”.
Discurso directo- António Guerra, presidente do Vitória de Sernache- “Eu dou sempre o benefício da dúvida aos árbitros mas acho que devem ter uma actuação isenta, e o de hoje não a teve. Nós jogamos o jogo pelo jogo e já vamos no 3º jogo em que somos prejudicados pelas arbitragens. Não estou para andar a gastar dinheiro e esforço humano para isto! Não sei o que é que o árbitro tem contra o Vitória de Sernache, o que é certo é que o resultado é injusto e o penalty é repetido para haver golo do Unhais da Serra! Não tenho nada contra o Unhais, prezo muito o Unhais, clube que conheço há muito tempo, mas o que é certo é que foi defraudada a verdade do jogo. Estamos na república das bananas ou quê? Isto é uma ditadura do árbitro?”.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário