segunda-feira, outubro 16, 2006

TRABALHO ANDEBOL FEMININO DA CASA DO BENFICA EM CASTELO BRANCO


Encarnadas querem 1ª Divisão

Depois de falhado o título nacional da 2ª Divisão na última temporada e de criada este ano, de forma transitória, uma divisão única no andebol feminino português, a Casa do Benfica em Castelo Branco arrancou para esta época com o firme objectivo de estar no próximo ano na 1ª divisão. Para isso Paula Espírito Santo conta com todo o plantel do último ano à excepção de Vera Gorjão. A técnica das albicastrenses sabe que a tarefa não vai ser nada fácil, não só porque o plantel é curto, mas também porque na série da sua equipa estão outros dois potenciais candidatos, o Colégio João de Barros, equipa que na última época “roubou” o título à Casa do Benfica e o Juve Lis, outra equipa fortíssima.
Estão como que 3 galos para dois poleiros. Este ano apenas o 1º lugar dá subida directa à 1ª divisão da próxima época e acesso à fase final da luta pelo título, dando o 2º lugar passagem a uma segunda fase que, posteriormente, também pode permitir atingir o escalão maior do andebol feminino português.
E a temporada não começou da melhor forma para as meninas de Paula Espírito Santo. Depois de cilindrarem o 1º de Maio na jornada inaugural, as encarnadas receberam um potencial adversário, precisamente o Colégio João de Barros, e perderam pela margem mínima. Num campeonato tão curto como é este na 1ª fase, uma derrota não significa que o 1º lugar está definitivamente fora dos horizontes do clube, mas os jogos frente ao Juve Lis, em Leiria e em Castelo Branco, e a deslocação ao Colégio João de Barros, passam agora a ter um cariz decisivo. Partindo do princípio que as 3 equipas candidatas vencem todos os outros jogos, a Casa do Benfica, para atingir a subida directa e conseguir a participação na discussão do título, está quase obrigada a vencer fora o Colégio e a não perder nenhum dos dois confrontos com a equipa de Leiria. Não é impossível, mas a derrota caseira complicou. Por outro lado, sempre sobra a luta pela 2ª posição que numa 2ª fase também pode dar a subida. Mas com tantas organizações, ajustes e reajustes, este campeonato já sofre de um mal incurável. É que as equipas que não terminarem esta fase nos primeiros dois lugares vão terminar a temporada no dia 4 de Fevereiro…
O campeonato sofre agora uma interrupção regressando no dia 29 de Outubro com a deslocação da Casa do Benfica em Castelo Branco ao pavilhão do Cister, em Alcobaça.

Paula Espírito Santo, treinadora da Casa do Benfica em Castelo Branco

“Vai ser um campeonato extremamente complicado”

Tribuna Desportiva- O mesmo plantel do ano passado, sem a Vera Gorjão, para tentar a subida de imediato com o 1º lugar ou 2º para continuar a lutar pela subida?
Paula Espírito Santo- Eu acho que o desporto em Castelo Branco, seja em que modalidade for, tem que lutar sempre para estar em primeiro, ou então termina. Ou a nossa equipa de seniores se mantém a um nível elevado ou então dificilmente se aguenta mais. Tendo em conta que a Casa do Benfica começou o ano passado e neste momento estamos a fazer uma aposta forte na formação, temos juvenis e infantis mas temos uma diferença muito grande. É óbvio que a aposta tem que ser sempre para isso. Este campeonato é muito complicado, perde-se um jogo e têm que se começar logo a fazer contas e se no dia 4 de Fevereiro nós não tivermos ficado em 1º ou em 2º lugar a época terminou. O plantel é pior que o do ano passado, no sentido numérico, mas é óbvio que vou lutar sempre para ganhar. Mas ao contrário do ano passado em que eu assumi que ia lutar pelo campeonato porque sabia que podia, este é o que eu desejo… não sei é se consigo assumir.
TD- Este ano há 3 equipas para lutar pelos primeiros 2 lugares…
PES- Há três equipas extremamente competitivas, que somos nós, o João de Barros e o Juve Lis e também sabemos que os Empregados do Comércio têm algumas jogadoras que se mudaram do Assomada porque estão a estudar em Santarém, portanto, se calhar, em vez de 3 passamos a ser 4. Com este plantel é só nós fazermos contas. E se acontece uma lesão?
TD- O ano passado no final da época a Paula disse que precisava descansar. Foi um desabafo de final de época ou ponderou mesmo não fazer este ano?PES- O final da época passada foi muito complicado. Nós entramos no play-off, ganhámos os primeiros 3 jogos e depois, com alguns comportamentos desajustados, acabámos por perder os outros 3 jogos quando nos bastava ganhar 2. Foi um desgaste enorme para mim e acabou por ser também para as atletas porque ir ao norte e perder por um quando posso ganhar… Foi muito cansativo. Eu saí daqui profundamente aborrecida porque achava que podia ter subido à 1ª divisão e acho que estas jogadoras perderam a grande oportunidade da vida delas de serem campeãs de alguma coisa. Este ano… eu não tenho receio porque eu fui uma jogadora ensinada para ganhar mas se perder, perco. Agora, analisando tudo, estas equipas do interior têm que lutar para se manter à tona, futebol, andebol e todas as modalidades, e no andebol isso ainda é mais claro.

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