quarta-feira, outubro 12, 2005

ANDEBOL FEMININO DA CASA DO BENFICA EM CASTELO BRANCO


A caminho da 1ª Divisão?

A equipa de andebol feminino da Casa do Benfica em Castelo Branco estreia-se na presente temporada nas provas nacionais da categoria. O grupo de trabalho é o mesmo que na última época representou o Benfica e Castelo Branco na 1ª divisão e por isso pode pensar-se que é possível fazer regressar estas jogadoras e treinadora ao escalão maior do andebol feminino português.
Depois de um verão quente em que o Benfica e Castelo Branco decidiu suspender a modalidade, o grupo uniu-se e desenvolveu todos os esforços para continuar em competição, apesar de já saberem que teriam que baixar à 2ª divisão e que representariam, necessariamente outro clube.
Curiosamente o emblema e as cores acabaram por nem mudar muito. Continuam de águia ao peito mas agora em representação da Casa do Sport Lisboa e Benfica de Castelo Branco. A colectividade albicastrense interessou-se pelo projecto, desenvolveu negociações com a Câmara Municipal e com as atletas e o resultado aí está: participação no Nacional da 2ª Divisão. Saíram Daniela Jacinto, Cláudia Nunes, Élia Dias e Dulcineia Ramos mas assinala-se o regresso de Inês Martins e Catarina Mata.
Até ao início do campeonato, que vai acontecer já no próximo dia 23 na deslocação ao pavilhão do Liceu Camões, a treinadora Paula Espírito Santo vai ainda poder observar duas atletas cabo-verdianas que se encontram a estudar em Castelo Branco ao abrigo dos protocolos de inter-câmbio com os PALOP. Louisete é uma das atletas que se vai mostrar a Paula Espírito Santo. Tem experiência na modalidade e chegou a ser federada no seu país de origem. Inalda é o nome da outra jovem que corre para o plantel encarnado. Inalda tem apenas experiência de competições escolares mas tem agora oportunidade de subir mais um degrau na sua curta carreira desportiva. Por outro lado Leia Valente só deve regressar à competição no início do próximo ano. Leia deu à luz há pouco tempo e deve ainda ter mais três meses de paragem.

Paula Espírito Santo, treinadora da Casa do Benfica em Castelo Branco

“Quero levar esta equipa à 1ª divisão”

Tribuna Desportiva- Um projecto novo onde praticamente só muda o nome do clube, porque toda a estrutura é igual…
Paula Espírito Santo- O plantel é o mesmo, para já, é um clube novo e que começa assim um pouco aos “trambolhões”, porque foi tudo muito rápido, pela sequência dos acontecimentos. Agora há que ter alguma calma mas vai haver, com certeza, alguns tropeções pelo caminho. Em termos das atletas, se o ano passado era complicado pela aproximação das equipas, este ano também será porque eu desconheço totalmente o que é a 2ª Divisão. Sei que há algumas equipas da 2ª divisão que podiam estar perfeitamente na 1ª. Ficar numa 1ª divisão e depois, por questões de ordem administrativa ou pessoal, remeter todo um grupo à 2ª divisão, pode provocar uma época complicada. Se calhar não em termos físicos mas em termos psicológicos. Ainda ninguém me pôs nenhum objectivo, o facto é que as pessoas, quando entram, entram para ganhar. Se me perguntarem qual é o meu objectivo, é óbvio que é levar esta equipa à 1ª divisão. Ainda não falei sobre isso com as jogadoras mas penso que esse também será o objectivo delas. Mas também penso que vai ser complicado… Temo que as derrotas possam accionar processos de queda. Houve aqui muitos anos de luta, de muito cansaço… e depois penso que há alguma injustiça no meio de tudo isto.
TD- Como é que acompanhou este verão quente, com o Benfica e Castelo Branco a suspender a modalidade e depois a transição para a Casa do Benfica?
PES- Todo o processo é muito suis generis.
TD- O facto de recomeçarem num clube que não tem futebol poderá ser uma vantagem?
PES- É sempre. Eu penso que qualquer modalidade dita amadora tem sempre a ganhar estando sozinha ou associando-se a outra modalidade que não seja o futebol. Normalmente o futebol tem tendência a elevadas verbas, e toda a gente sabe disso.
TD- Em termos de plantel, vai ser exactamente o mesmo, ou vai haver ainda algum reforço?
PES- É o que temos. Os nossos dirigentes ainda estão à procura. Tudo está a ser tratado muito rapidamente. Este campeonato começa dia 23, ao contrário da 1ª divisão que dava muito mais tempo. Para já estamos a ver o que existe, o que não existe, e se há alguma possibilidade de arranjar alguma coisa, como são os PALOP, por exemplo. Alunas que tenham entrado na ESE é uma possibilidade, saber se têm andebol, se jogaram, se não jogaram… Para já, procuram-se reforços.
TD- Como é que está a ser o contacto com o novo clube?
PES- Já conheci o presidente da Casa do Benfica e outros dirigentes, mas os nossos directores têm estado presentes. Aparecem regularmente, até porque há ainda muitas coisas a tratar.
TD- Para terminar, o que é que correu mal o ano passado no Benfica e Castelo Branco?
PES- Para mim nada. Elas mantiveram-se, e esse era o objectivo.
TD- E na ligação entre o grupo e o clube?
PES- Aconteceu alguma coisa, eu é que ainda não percebi o quê, tendo em conta que o objectivo pedido foi conseguido.

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