segunda-feira, dezembro 11, 2006

ATALAIA DO CAMPO- 3 VITÓRIA DE SERNACHE- 4


Vitória verga Atalaia à 1ª derrota

Campo 23 de Maio, Atalaia do Campo
Árbitro- Paulo Abrantes (4), auxiliado por Alexandre Rato e Flávio Nunes
Atalaia do Campo- Rui Pedro (3), Élio (3), Sérgio Garcia (3), Rui Faria (3), Hugo Brito (3), Costa (3), Gelson (3), Ednilson (3), Emanuel (3), Filipe Mouro (3) e Luisinho (3)
Treinador- Mário Pereira
Vitória de Sernache- Vilela (3), Bruno Bastinho (3), Tomás (4), Fernando Miguel (4), Pedro Figueiredo (3), João Viana (3), Velho (3), Dany (4), Maçaroco (3), Miguel Farinha (3) e M´Passo (4)
Treinador- António Joaquim
Substituições- Filipe Mouro por Bruno Torres (1) aos 64, Élio por Patrick (-) aos 87 e Luisinho por Cristophe Bernardo (-) aos 90+1; Miguel Farinha por Fredy (3) aos 65, Maçaroco por Rogério (2) aos 75 e M´Passo por Filipe Amaro (-) aos 90+4
Disciplina- Amarelos a Sérgio Garcia aos 35 e Élio aos 77; Miguel Farinha aos 35, Pedro Figueiredo aos 70, Dany aos 90+1 e Fredy aos 90+3
Marcadores- Rui Faria aos 22, Ednilson aos 40 e Hugo Brito aos 43; M´Passo aos 40 segundos, Fernando Miguel aos 39, Dany aos 78 e Bruno Bastinho aos 84

A figura do jogo- M´Passo (Vitória de Sernache)- De jogo para jogo tem vindo a subir de rendimento e, nesta altura, constitui um quebra cabeças para as defensivas contrárias, principalmente pela sua rapidez e pelos bons pormenores técnicos que mostra. Marcou um golo logo a abrir e saiu completamente esgotado.

A Atalaia do Campo- Não tremeu com o golo que sofreu logo nos primeiros segundos nem depois quando sofreu o segundo, e acabou sempre por dar a volta por cima e chegar ao descanso já em vantagem. Na 2ª parte entrou melhor, teve oportunidades para fazer o 4º golo mas, estranhamente, recuou nos últimos 20 minutos e convidou o adversário a subir. Perdeu porque começou a pensar nos 3 pontos demasiado cedo.

O Vitória de Sernache- Entrou com a sorte do jogo mas teve sempre o mérito de jogar olhos nos olhos com o líder que ainda não tinha cedido pontos no seu terreno. Nos segundos 45 minutos soube suportar a pressão da Atalaia que durou 20 minutos, e depois aceitou o convite para subir no terreno e chegou de forma merecida aos 3 pontos.

Foi um jogo empolgante em todos os sentidos. Dos melhores que já se viu neste Distrital. Mexidas constantes no marcador, indefinição até ao final e muitos e bons golos para todos os gostos.
Ainda não estava jogado um minuto e já o Vitória estava em vantagem. Logo aos 40 segundos M´Passo aproveitou uma desatenção na área adversária e abriu as contas para a sua equipa. A Atalaia sofria um golo a frio, entrava a perder no jogo, mas nunca deu mostras de ter acusado o que não esperava.
A equipa de Mário Pereira reagiu bem, mas encontrava pela frente um Vitória de Sernache que vinha disposto a jogar olhos nos olhos com o adversário com o único pensamento nos 3 pontos, de forma a continuar a boa série de resultados que já levava.
O sinal mais não pertencia a nenhuma das equipas porque a bola estava sempre muito próxima das duas áreas e o golo podia surgir a qualquer momento, para qualquer um dos lados. Acabou por surgir para a Atalaia quando estavam jogados 22 minutos e Rui Faria aproveitou bem uma bola à entrada da área adversária para atirar forte e colocado sem hipóteses para Vilela.
Mas via-se que, neste jogo, os ataques levavam quase sempre vantagem sobre as defesas e os golos iriam com certeza acontecer mais vezes. Bem dito, melhor feito. Ainda antes do intervalo, e já depois de Paulo Abrantes por termo a uma fase do jogo em que os jogadores teimavam em desentender-se, ao mostrar amarelo a Sérgio Garcia e Miguel Farinha, eis que surgem mais 3 golos no curto espaço de 4 minutos. Era um jogo de loucos! Primeiro foi Fernando Miguel que voltou a dar vantagem à sua equipa na transformação de um castigo máximo a punir falta sobre Miguel Farinha e, na resposta, chegou de novo o empate por Ednilson, a aproveitar a lentidão da defensiva do Sernache em aliviar a bola.
Mas ainda antes do intervalo os líderes invictos do campeonato haviam de chegar à primeira situação de vantagem no jogo quando Hugo Brito voltou a aproveitar uma bola à entrada da área adversária para bater Vilela. Ao intervalo o 3-2 era justo, como também o seria qualquer outro resultado, porque as equipas tinham-se equivalido, mas ficava a promessa de que o jogo não estava decidido.
E não. A Atalaia entrou melhor para a segunda parte e conseguiu o domínio durante 20 minutos. Nessa altura a equipa de Mário Pereira podia ter matado o jogo, mas a viragem no controlo das operações começou sensivelmente quando na equipa da casa Bruno Torres rendeu o capitão Filipe Mouro.
Os vitorianos sentiram que ainda tinham uma palavra a dizer e começaram a mandar no jogo. Ficamos no entanto sem perceber se a Atalaia recuou pela pressão feita pelo adversário ou apenas por uma questão estratégica. Mas deve ter acontecido um misto das duas. Aos 78 minutos Dany voltou a restabelecer a igualdade e aos 84 minutos Bruno Bastinho concluiu o que já se vinha adivinhando.
Depois de operada a reviravolta, o Vitória de Sernache ainda teve oportunidade de dilatar o marcador mas M´Passo, isolado frente a Rui Pedro, acabou por adiantar em demasia a bola, permitindo a intervenção do guarda-redes.
Uma vitória justa dos de Cernache de Bonjardim que viram assim premiada a forma como sempre acreditaram que o jogo não estava decidido ao intervalo. A Atalaia perdeu pela primeira vez mas não deixou de mostrar uma equipa que certamente estará na luta até final do campeonato.

A arbitragem- Teve um jogo extremamente difícil de dirigir, muito por culpa dos muitos contactos físicos que existiram, mas conseguiu levá-lo até ao fim da melhor forma. Tem 3 situações de mão dentro das grande-áreas, duas na área da Atalaia e uma na do Vitória, mas nas 3 seguiu o mesmo critério, considerou sempre bola na mão e não o contrário. Disciplinarmente, quando o jogo parecia endurecer, os dois amarelos mostrados ao minuto 35 resolveram o problema.

Discurso directo- João Torres, presidente da Atalaia do Campo- “Foi um excelente jogo, nós já sabíamos que o Sernache tem uma das melhores equipas do Distrital e veio aqui proporcionar um bom espectáculo e ganhar o jogo. Também já sabíamos que um dia tínhamos que perder e, se calhar, até era bom que nós não estivéssemos lá em cima. Se andássemos no meio da tabela talvez o nosso capitão de equipa no domingo não tivesse sido expulso, e talvez eu não estivesse castigado. Há muitas condicionantes que ajudam as equipas do nosso distrito a subir de divisão. O que se passou aqui foi futebol. Não é por acaso que nós hoje estávamos privados de dois dos melhores jogadores da equipa. Quanto a mim, faltou coragem ao senhor árbitro para marcar uma penalidade a nosso favor. É a tal falta de estatuto, mas isto não retira em nada o mérito à equipa do Sernache, porque veio aqui jogar lealmente. Mas de um lado está uma equipa com estatuto no nosso distrito e do outro lado está uma atalaiazita, que anda agora a fazer pela vida. Somos uns coitadinhos que aqui andamos… Por exemplo, hoje tivemos aqui o mesmo fiscal de linha que esteve no nosso jogo no domingo em Valverde. As asneiras repetiram-se! Eu não sei se há falta de fiscais de linha ou se tem sempre que vir este senhor!”.
Discurso directo- António Joaquim, técnico do Vitória de Sernache- “É uma vitória que vale 3 pontos e que nós queríamos muito. A Atalaia tem uma boa equipa, que pratica bom futebol, sabíamos que estava 100% vitoriosa em casa, mas também sabemos o nosso valor. Entrámos bem e podíamos ter feito o 2º golo ainda antes de sofrermos o primeiro. Disse sempre aos jogadores que não estávamos a ser inferiores ao líder e foi uma questão de esperar, também contando com alguma sorte na maneira que fizemos o 3º golo, mas penso que, nessa altura, já o merecíamos. Depois de fazer o 4-3 ainda pudemos fazer o 5º mas não o conseguimos. Mas quero realçar que este deve ter sido dos melhores jogos deste distrital. O Paulo Abrantes é um excelente árbitro e fez um bom trabalho”.

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