domingo, fevereiro 17, 2008

CD ALCAINS- 2 ÁGUIAS DO MORADAL- 1


Bolas paradas valem 3 pontos

Estádio Trigueiros de Aragão, Alcains
Árbitro- Márcio Lopes (3), auxiliado por Henrique Martins e Cláudio Santos
CD Alcains- Manuel Silva (3), Edgar (3), Betinho (3), Tito (3), Samuel (3), Quinzinho (4), Bruno Vieira (4), Patriarca (2), Tabarra (3), Horácio (3) e Manoel (3)
Treinador- Nuno Fonseca
Águias do Moradal- Rui Pedro (3), Rui Reis (3), Emanuel (3), Acácio (3), David (3), Hélder Mário (3), Aíldo (3), Edmilson (3), Pira (3), Paulo Rato (3) e Valadas (3)
Treinador- António Belo
Substituições- Patriarca por David André (0) aos 62, Horácio por Nogueira (-) aos 86 e Tito por Luís Amaro (-) aos 90+4; Acácio por Zé Tó (2) aos 72, Emanuel por Rui Paulo (1) aos 73 e Pira por Pacheco (-) aos 87
Disciplina- Amarelos a Horácio aos 48, Samuel aos 62, David André aos 76 e 83 e Bruno Vieira aos 90+2 e 90+5; Edmilson aos 12, Rui Reis aos 26, Acácio aos 31, Hélder Mário aos 90+4 e Valadas aos 90+5. Vermelhos por acumulação de amarelos a David André aos 83 e Bruno Vieira aos 90+4
Marcadores- Bruno Vieira aos 27 e 90+4; Aíldo aos 35

A figura do jogo- Bruno Vieira (CD Alcains)- Foi levado pela emoção do golo e comemorou pendurado na rede com o colega, lesionado, Ricardo Costa. Viu segundo amarelo por um acto instintivo, mas foi ele o grande responsável pela vitória dos canarinhos, com dois pontapés certeiros na sequência de livres directos.

O CD Alcains- Entrou melhor no jogo, marcou primeiro e depois acusou muito o golo do empate do adversário. Foi perdendo gás e na segunda parte nunca mais conseguiu ser uma equipa dominadora a jogar com a bola pelo chão. Teve estrelinha de campeão ao tirar proveito de mais um lance de bola parada. Está embalado para o título.

O Águias do Moradal- Jogou sem receios, suportou bem a melhor entrada em campo do adversário, equilibrou e chegou mesmo a ser superior durante grande parte da segunda metade. Esta derrota afasta a equipa do Pinhal da luta mas não merecia sair derrotada do Trigueiros de Aragão.

Era o jogo do tudo ou nada para o Águias do Moradal, já que apenas a vitória interessava para promover uma aproximação ao líder, e uma partida que, em caso de vitória, permitia aos canarinhos continuarem tranquilos no topo da tabela, ao mesmo tempo que atiravam o adversário para fora da luta pelo título.
E de início foram os donos do terreno, tal como lhes competia, que entraram a mandar no jogo, e aos 10 minutos já tinham construído duas boas situações para abrir o marcador. A primeira logo no 2º minuto quando Horácio, ao segundo poste, depois de um canto do lado esquerdo desviado ao primeiro poste por Tito, cabeceou às malhas laterais da baliza contrária. Em cima do 10º minuto foi Tabarra que falhou o remate já bem no interior da área do Águias quando se encontrava em posição privilegiada para fazer bem melhor.
O Águias criou a sua primeira situação de perigo numa boa combinação entre David e Valadas aos 17 minutos, mas o auxiliar do lado do peão acabou por invalidar o lance assinalando um fora de jogo inexistente.
O jogo estava animado, mas nem sempre bem jogado. As equipas tinham muitas cautelas defensivas, mostravam medo de sofrer um golo e sentia-se que só mesmo esse tal primeiro golo poderia alterar o rumo dos acontecimentos. E assim foi. Com o golo de Vieira, de livre, aos 27 minutos, onde também foram intervenientes Horácio e Manoel, o jogo animou. Era o sal e a pimenta que faltavam a um jogo que tinha tudo para ser melhor do que até então. A reacção dos forasteiros não demorou e aos 35 minutos, na sequência de um canto do lado direito levantado por Valadas, Manuel Silva veio até à linha limite da sua pequena área socar a bola para a frente. No caminho estava Aíldo. O brasileiro acabou por servir de tabela para o tento do empate.
Até ao descanso, a melhor situação ainda pertenceu aos da casa, que mesmo assim pareceram acusar em demasia o golo sofrido. Manuel Silva bateu longo uma reposição de bola em jogo, Emanuel foi traído pelo bater da bola à sua frente e pela corrida de Manoel, mas valeu Rui Pedro para se opor sem medo ao potente remate do brasileiro.
Na segunda parte, foi quase sempre o Águias do Moradal que conseguiu jogar melhor com a bola pelo chão, mas o jogo esteve sempre aberto, com as duas equipas apostadas em vencer e agora sem demasiadas precauções defensivas. Do lado dos da casa, o empate até seria um mal menor, mas uma bola parada, já em período de compensações, e quando já jogavam com menos uma unidade por expulsão de David André, acabou por valer 3 pontos. O livre era praticamente a meio do meio campo do Águias do Moradal, ligeiramente descaído para a direita. Parecia longe, mas o pé direito de Bruno Vieira voltou a ser preponderante. Numa trivela muito forte e melhor ainda colocada, a bola já levava o selo de golo quando saiu do pé de Vieira. Era o coroar de uma boa exibição, e mais uma prova da muita importância que os lances de bola parada têm cada vez mais no futebol actual. Pena foi que o excelente golo que valeu uma importante vitória aos canarinhos tivesse sido manchado com o segundo amarelo para o homem do jogo. A reacção foi instintiva e perfeitamente natural, quando Vieira veio comemorar o golo na rede envolvente do campo junto a Ricardo Costa, um colega que viu o jogo da bancada por estar lesionado. Esta situação, apesar de não concordarmos com ela, uma vez que Bruno Vieira apenas deu asas à sua alegria sem ofender ou prejudicar quem quer que fosse, está prevista no regulamento disciplinar e é punível com cartão amarelo. Márcio Lopes apenas se limitou a cumprir as leis de jogo ao exibir o segundo amarelo a Vieira. Uma situação a rever por quem tem o poder de alterar/corrigir os regulamentos disciplinares.
Vitória do Alcains com estrelinha de campeão, num jogo em que o empate também não seria um resultado desajustado.

A arbitragem- Tanto o árbitro como os auxiliares, especialmente o do lado do peão, cometeram erros que, no entanto, acabaram por não influenciar o resultado. Nas expulsões aceitam-se as suas decisões. Se ainda se pode questionar o primeiro amarelo a David André, já o vermelho por acumulação a Bruno Vieira tem que se aceitar, muito embora o “problema” esteja no regulamento disciplinar que pune cegamente um momento de alegria.

Discurso directo- Nuno Fonseca, técnico do CD Alcains- “Hoje foram, em termos reais, as bolas paradas que decidiram o jogo. Depois de uma primeira parte bem jogada, com a bola corrida, com qualidade, tivemos uma segunda metade menos conseguida, também por mérito do adversário. Foi um resultado muito importante, foi pena termos perdido dois jogadores, um deles é um jogador nuclear da nossa equipa. Estamos com um plantel curto e ainda mais limitados para a próxima jornada, onde vamos ter um jogo extremamente importante e difícil”.

Discurso directo- António Belo, técnico do Águias do Moradal- “Penso que agora estamos fora da luta. Estamos a 10 pontos, o Alcains está forte, e tem todas as condições para seguir em frente. Penso que, neste jogo, o resultado era o empate mais justo, mas o Alcains marcou na parte final e não há mais nada a dizer. Falhando, como falhámos, naqueles dois lances de bola parada, teremos que sofrer as consequências. Acho que o segundo golo é de bradar aos céus, mas pronto… aconteceu. O árbitro esteve bem, não tendo influência no resultado”.

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