domingo, fevereiro 17, 2008
ATALAIA DO CAMPO- 0 VITÓRIA DE SERNACHE- 1
A felicidade na cabeça de Paulo Lopes
Campo 23 de Maio, Atalaia do Campo
Árbitro- Paulo Abrantes, auxiliado por José Bicho e Nuno Silva
Atalaia do Campo- Hugo Pereira, David Nogueira, Sérgio Garcia, Nuno Antunes, Gelson, Ednilson, João Mateus, Spranger, Filipe Mouro, Carvalheira e Hélder Morais
Treinador- Paulo Serra
Vitória de Sernache- Belmiro, Tomás, Paulo Lopes, Filipe Amaro, Fredy, Fernando Miguel, Hugo Louro, Maçaroco, Dany, Filipe Santos e M’Passo
Treinador- António Joaquim
Substituições- João Mateus por Luisinho aos 69, Filipe Mouro por Bruno aos 76 e Hélder Morais por Mateus aos 83; Filipe Santos por Diogo aos 61, Hugo Louro por Miguel Farinha aos 73 e Fredy por Dário aos 90+1
Disciplina- Amarelos a Hélder Morais aos 56; Tomás aos 61, Filipe Amaro aos 64 e Miguel Farinha aos 88
Marcador- Paulo Lopes aos 76
A Atalaia do Campo- Não conseguiu marcar nos primeiros 20 minutos de cada parte, altura em que dominou e obrigou o Vitória a defender muito atrás, e depois acabou por não saber lidar da melhor maneira com a desvantagem, atacando mais com o coração do que com a razão.
O Vitória de Sernache- Saber defender também é uma arte, e a equipa de Sernache provou que não é preciso atacar desalmadamente para se ganharem jogos. O que é preciso é aproveitar alguns dos poucos lances de golo que se constroem. António Joaquim montou uma estrutura irrepreensível que teve o ponto alto na cabeça de Paulo Lopes no minuto 76.
Não foi o jogo que se esperava. O terceiro e quarto classificado do nosso Distrital jogam mais do que o que mostraram no último domingo. Apesar de tudo, há algumas atenuantes que ajudam a explicar o jogo menos conseguido de Atalaia do Campo e Vitória de Sernache. Para além de se tratar de um jogo de “mata-mata” que dava direito a uma presença numa final da Taça de Honra José Farromba, as condições meteorológicas, aliadas às dimensões do terreno de jogo, podem servir de justificação. É que alturas houve em que a bola corria mais rápido que os jogadores, porque o relvado estava molhado, o que provocava um jogo bastante mais rápido.
Mesmo assim, foram os da casa que entraram melhor, isto apesar do primeiro sinal de perigo ter sido dado por M’Passo, quando atirou forte mas por cima das redes de Hugo Pereira, ainda não estava cumprido o primeiro minuto de jogo.
A Atalaia empurrou o adversário para o seu meio campo defensivo, o que obrigava o Sernache a defender-se fechado, tapando todas as linhas de passe ao adversário. Só depois dos 15 minutos o jogo equilibrou, mas sem contudo se verem grandes situações de perigo. A melhor oportunidade dos primeiros 45 minutos surgiu mesmo no último minuto, antes de Paulo Abrantes mandar toda a gente para o descanso. Num livre directo ainda longe da baliza de Belmiro, Spranger rematou forte, levando a bola a esbarrar na trave da baliza adversária.
Para os segundos 45 minutos a equipa de Paulo Serra veio ainda com maior vontade de aumentar a pressão e de fazer valer o factor casa. Só que o Vitória voltou a responder da mesma forma: com uma organização defensiva muito certinha, o que não permitia à Atalaia, mesmo dominadora, criar muitos lances de perigo.
Até que a certa altura se percebeu que, pela forma como corria o jogo, quem marcasse primeiro, muito provavelmente daria um passo decisivo para alcançar a final.
E foi o que aconteceu. Corria o minuto 76 quando um livre na linha de meio campo, quase na lateral direita, foi levantado por Dany para a grande área da Atalaia onde, uma falta de marcação permitiu a Paulo Lopes aparecer sozinho e, sem dificuldades, cabecear de cima para baixo, sem hipóteses para Hugo Pereira.
Até final assistiu-se ao que já se esperava. Um Sernache a defender a preciosa vantagem com unhas e dentes, e uma Atalaia pressionante, mas por vezes, na ânsia de chegar ao empate, a jogar mais com a coração do que com a razão. Era o cenário perfeito para levar os vitorianos à final. Não falhando, como não falharam, os pupilos de António Joaquim tinham tudo a seu favor para garantir o lugar no jogo decisivo.
E, em contra-ataque, o Vitória ainda criou dois lances de perigo para a baliza contrária, mesmo assim, estava escrito, desde o minuto 76, que seria o golo que saiu da cabeça de Paulo Lopes a garantir a presença na final da Taça de Honra José Farromba.
Vitória do Vitória, com algum sofrimento à mistura, é certo, que provou que nem sempre a maior posse de bola e o maior número de oportunidades são determinantes para se vencer um jogo de futebol.
A arbitragem- Foi muito contestado pela equipa da Atalaia mas não nos pareceu influenciar o resultado do jogo. Errou, porque mesmo chamando-se Paulo Abrantes, também é humano, mas para os dois lados, e em lances de pouco significado.
Discurso directo- Paulo Serra, técnico da Atalaia do Campo- “É um dia triste para nós porque acho que não merecemos perder este jogo. Fomos a única equipa que teve vontade de ganhar, o Sernache passou o jogo todo a perder tempo. Logo nos primeiros minutos parecia que queria ir a penalties. Fomos a única equipa com atitude de ganhar, e tivemos oportunidades para fazer golos, mas depois, na sequência de uma desatenção nossa, acabámos por sofrer um golo. Já no jogo em Alcains, quando ganhámos 3-1, o árbitro não viu 3 grandes penalidades e depois assumiu durante a semana que eram penalties. Hoje houve um lance em que um jogador do Sernache, em vez de jogar a bola com a cabeça, tirou-a com a mão quase no risco de golo, e o árbitro está de cima do lance e não vê… Será que o homem tem algum complexo em marcar grandes penalidades? Se calhar eu estou a ser prejudicado porque não falo mal dos árbitros! Tenho que fazer como muitos treinadores fazem, que passam a vida a falar mal dos árbitros… A minha postura não é essa mas, se calhar, vou ter que fazer o mesmo!”.
Discurso directo- António Joaquim, técnico do Vitória de Sernache- “Estes jogadores merecem esta vitória, porque têm trabalhado muito. É uma final que não nos dá acesso a nada, mas que poderá valer uma taçita. É um prémio para os jogadores. Deus compensa quem trabalha. Foi importante sairmos daqui hoje sem jogadores lesionados nem castigados, porque precisamos de todos os jogadores para a semana, porque temos um jogo muito complicado, contra um excelente adversário. Neste jogo soubemos sofrer. Depois de uma primeira parte muito equilibrada a Atalaia entrou muito forte para a 2ª parte, tivemos dificuldades em sair da nossa defensiva, mas aos poucos fomos sacudindo a pressão e acabámos por ser uns vencedores justos. Agora estamos na final, e as finais foram feitas para se ganharem. Quanto à arbitragem, o Paulo é um árbitro experiente, os jogadores também não complicaram, não houve casos, foi um jogo limpo, correcto, e dou também os parabéns à Atalaia, porque foi um digno vencido”.
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