terça-feira, março 06, 2007

BENFICA CB- 1 SERTANENSE- 2


Sertanense ganha derby nos primeiros 45 minutos

Estádio Municipal de Castelo Branco
Árbitro- Pedro Mansinho, auxiliado por José Robalo e Joaquim Rabasqueiro (Évora)
Benfica CB- Hélder Cruz (3), Cascavél (3), Miguel Vaz (3), João Peixe (3), Ricardo Viola (3), Trindade (3), Renato (3), Milton (2), Gervásio (2), Ricardo António (3) e Alex (3)
Treinador- António Jesus
Sertanense- Fábio (3), Pedro Miguel (3), Salgueiro (3), Leandro (3), André (3), Rodri (3), Ibraime (4), Bruno Costa (4), Tiago (3), Marquitos (3) e Barata (3)
Treinador- Francisco Barão
Substituições- Milton por Tiago Marques (3) aos 33, Gervásio por Senra (3) aos 53 e João Peixe por Salcedas (2) aos 71; Rodri por Dany (2) aos 69, Leandro por Gladyston (-) aos 90+2 e Marquitos por Rabat (-) aos 90+2
Disciplina- Amarelos a Gervásio aos 5 e Tiago Marques aos 76; Ibraime aos 22, Leandro aos 55, Barata aos 57 e Fábio aos 74
Marcadores- João Peixe aos 85; Ibraime aos 16 e Bruno Costa aos 35

A figura do jogo- Ibraime (Sertanense) – Abriu as contas com um golo muito oportuno, porque acreditou sempre, e foi um lutador incansável quando a sua equipa passou por maior aperto defensivo na 2ª parte.

O Benfica CB- Desperdiçou os primeiros 45 minutos, quando consentiu 2 golos, e não conseguiu recuperar na segunda metade, apesar do nível exibicional da equipa ter melhorado. Sofreu a primeira derrota na era Jesus, ao 12º jogo.

O Sertanense- Conseguiu tirar proveito da superioridade no meio campo que conquistou na 1ª parte e depois aproveitou bem dois lances de bola parada para definir o jogo. Primeiro num lance a seu favor e depois num livre perigoso para o Benfica mas que resultou num contra-ataque para os do Pinhal. Na 2ª parte escolheu o timing certo para segurar os 3 pontos.

Num derby disputado sob condições atmosféricas nada fáceis, a equipa de Francisco Barão foi a Castelo Branco derrotar os encarnados pela primeira vez desde que António Jesus tomou conta da equipa, há 12 jogos.
Numa primeira parte sem grande nível técnico, até porque o relvado molhado não o permitia, foi o Sertanense quem melhor se adaptou ao jogo e começou por ganhar a batalha do meio campo. O quarteto de centro-campistas dos visitantes era mais operário e mais rápido sobre a bola, o que provocava muitas dificuldades aos encarnados na transposição de bola da defesa para o ataque. Depois de segurar o adversário e de prender os seus movimentos ofensivos, o Sertanense arrancou para a 2ª fase do seu plano que tinha por objectivo chegar, sempre que tinha a bola em seu poder, o mais rápido possível à área adversária.
Mas durante os primeiros 45 minutos apenas se registaram 3 situações de golo e aconteceram todas para a baliza de Hélder Cruz. É curioso que o Sertanense consegue marcar dois golos na sequência de lances de bola parada, sendo que um deles, o segundo, o livre era para o Benfica e praticamente frontal às redes de Fábio.
No primeiro, aos 16 minutos, e depois de um livre levantado para a área encarnada, Hélder Cruz ainda impediu a bola de entrar em duas ocasiões, mas com a sua defesa lenta e a não sair de forma rápida em seu auxílio, acabou por ser Ibraime que apareceu a concluir a dois metros da linha de golo.
O 2-0 nasce de um livre para o Benfica em que Miguel Vaz tentou surpreender lançando em corrida um colega pelo lado direito da barreira adversária. O defesa do Sertanense adivinhou o lance, interceptou o passe e em poucos segundos a bola estava na área contrária onde Bruno Costa bateu pela 2ª vez Hélder Cruz.
Com 2-0 ao intervalo António Jesus tinha 45 minutos para evitar experimentar pela primeira vez o amargo sabor da derrota e a sua equipa entrou com outra disposição, com os jogadores a serem mais rápidos sobre a bola e gradualmente a fazer recuar o adversário que também não tinha muito que atacar, porque o 2-0 era uma almofada confortável que permitia ainda mais atacar só pela certa também de forma a gerir a posse de bola. O Benfica ainda conseguiu em duas ocasiões acertar nos ferros da baliza de Fábio e pode também queixar-se de uma(s) mão(zinhas) marota(s) de André dentro da grande área que não foi devidamente sancionada com o respectivo castigo máximo pelo árbitro da partida.
O golo que há muito os encarnados procuravam e já mereciam surgiu a cinco minutos do final e saiu da cabeça de João Peixe. Já não faltava muito mas os encarnados ainda insistiram no ataque e só nesta fase os visitantes perderam o controlo do jogo. Só que o tempo esgotou-se e o golo que daria o empate, e que o Benfica justificou, acabou por não acontecer.
É uma frase feita mas aplica-se na perfeição a este derby: num jogo, ganha sempre quem marca mais golos. Foi o que aconteceu.

A arbitragem- Muito fraco o trabalho do árbitro alentejano e com maior prejuízo para os albicastrenses. Num rol de erros, a maioria sem grande influência no próprio jogo, destaque para uma grande penalidade que deixou por marcar quando André tirou a bola com as mãos dentro da sua área depois de cabeceamento de Ricardo António. Sem nível.

Discurso directo- António Jesus, treinador do Benfica CB- “Concedemos uma boa vantagem na 1ª parte a uma equipa muito boa. Este Sertanense se tivesse começado o campeonato quando entrou este treinador, também estaria a lutar pela subida. Na 1ª parte não jogámos o que está ao nosso alcance e na 2ª parte arriscámos tudo o que tínhamos que arriscar, fizemos um golo, tivemos duas bolas no poste, mas isso não justifica que a 1ª parte não tenha sido conseguida. Sofremos dois golos de bola parada, o primeiro num lance que é trabalhado pelas equipas, e o segundo num livre a nosso favor que dá um contra-ataque e o segundo golo do Sertanense. Eu só conhecia a minha equipa a ganhar e agora vou ver como é que ela reage a perder. Temos que encarar isto com tranquilidade e perceber que faltam 12 jogos e temos tudo ainda para chegar ao objectivo que eu tracei. No lance em que se pediu penalty eu estou muito longe. Aceito que não tenha sido marcado mas já vi marcarem grandes penalidades destas. Na arbitragem só pego pelos descontos que deu no final, mas mais minuto menos minuto, não foi pela arbitragem que perdemos”.

Discurso directo- Francisco Barão, treinador do Sertanense- “Podemos dizer que tivemos Sertanense num jogo completo. A 2ª parte da semana passada e a primeira desta. Sabíamos que, a perder, o Benfica nos ia pressionar, mas acho que esta 2ª parte foi, acima de tudo, de uma entrega muito grande. Penso que, pelo que aconteceu durante os 90 minutos, não há dúvida nenhuma que esta vitória nos assenta muito bem. É de todo merecida pela grande 1ª parte que fizemos. Não me lembro de um remate à baliza do Castelo Branco na 1ª parte e lembro-me na 2ª parte de muitas bolas bombeadas com muita gente dentro da nossa área. Vamos fazer o resto do campeonato da mesma forma que fizemos este jogo, com muita entrega e querer e tentar jogar bem. Tenho pena de não estar com esta equipa desde o início do campeonato. Com esta qualidade que temos no plantel tenho quase a certeza que o Sertanense neste momento ocuparia um dos dois primeiros lugares”.

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