segunda-feira, dezembro 17, 2007

PEDRÓGÃO SP- 3 VITÓRIA DE SERNACHE- 4


Vitória da eficácia do costume…

Campo Tenente Manuel Morais, em Pedrógão de São Pedro
Árbitro- Bruno Nave, auxiliado por Hélder Ferreira e Flávio Nunes
Pedrógão SP- Pedro Raposo, Filipe, Roque, Paulinho, João Filipe, Fábio Portugal, Velho, Mário Pina, Mikael, Gonçalo e Carronda
Treinador- Xana
Vitória de Sernache- Belmiro, Tomás, Paulo Lopes, Filipe Amaro, Rui Domingues, Fredy, Fernando Miguel, Dany, Miguel Farinha, Nuno Alves e Filipe Santos
Treinador- António Joaquim
Substituições- Carronda por Vítor aos 57 e João Filipe por Manuel aos 76; Rui Domingues por Hugo Louro aos 82, Filipe Santos por Dário aos 87 e Fredy por Décio aos 90
Disciplina- Amarelos a Fábio Portugal aos 79 e Manuel aos 81; Fredy aos 49, Tomás aos 66, Rui Domingues aos 68, Fernando Miguel aos 72 e Miguel Farinha aos 90+2
Marcadores- João Filipe aos 44, Gonçalo aos 73 e Vítor aos 77; Nuno Alves aos 19, 63 e 70 e Fredy aos 41

O Pedrógão SP- Uma equipa joga sempre em função do que a outra deixa jogar e, a forma de actuar do Vitória não facilitou em nada que o Pedrógão jogasse como gosta. Pelos flancos nem sempre foi fácil, mas os jogadores de nada podem ser acusados porque lutaram, correram muito, e andaram sempre atrás do prejuízo, mesmo quando estavam com 3 golos de desvantagem. Foi no sector mais recuado que se começou por desenhar a eliminação da equipa de Xana.

O Vitória de Sernache- O plantel é limitado, Maçaroco cumpriu castigo, e António Joaquim põe a equipa a jogar da maneira que pode. Quando não se pode jogar olhos nos olhos tapam-se os caminhos dos adversários e tira-se proveito das capacidades de mobilidade dos jogadores da frente. Se juntarmos a isto a eficácia, que continua em alta, aí está a receita para uma vitória que acabou por ser mais sofrida do que se pensou a certa altura.

Quem não tem cão caça com gato! Pode ser uma forma de resumir o jogo, olhando na perspectiva do Vitória. Pelo lado do Pedrógão, foram os erros defensivos somados ao escasso aproveitamento das oportunidades criadas, que acabaram por estar na base desta eliminação da Taça.
O jogo não começou bonito, as equipas demoraram mais que o habitual a encaixar uma na outra e, mesmo sendo o Pedrógão a ter o domínio do jogo, faltando saber se por mérito ou porque o Vitória assim o preferiu, a bola parava pouco no chão, ou até mesmo dentro do campo. Umas vezes porque os da casa não conseguiam descobrir o melhor caminho para chegar à área adversária, outras porque o Vitória fechava-se muito bem dentro do seu meio campo, dando poucos espaços ao adversário para jogar, especialmente pelos corredores laterais.
Só que os vitorianos, que já tinham sido actores principais num filme muito parecido com este na última semana em Valverde, voltaram a repetir algumas cenas e fizeram do elevado índice de aproveitamento a sua arma secreta.
Aos 19 minutos Nuno Alves ganhou em velocidade ao adversário que o acompanhou pelo corredor esquerdo do seu ataque, e que falhou o corte quando tinha tudo para o fazer e, já dentro da área, rematou cruzado para o fundo das redes de Pedro Raposo. Era a primeira vez que a equipa de António Joaquim descia à área adversária e conseguiu, logo à primeira, o que o Pedrógão não tinha conseguido até então.
A toada não se alterou, porque o Pedrógão nem mostrou ter acusado o golo sofrido e porque o Vitória, tivesse ou não marcado, não iria alterar a sua forma de jogar. E pouco depois dos 40 minutos, um lance muito parecido com o que deu o golo de Nuno Alves, voltou a ser desenhado pelo mesmo flanco. Só que desta vez, o 31 de Sernache cruzou tenso para cima da linha de golo onde estava Fredy à espera para empurrar. Era um aproveitamento de 100% e um duro revés para o Pedrógão que, mesmo assim, reagiu de imediato com um grande golo de João Filipe, a mais de 30 metros da baliza, num lance em que Belmiro acabou por ter algumas responsabilidades.
Com este golo mesmo ao cair do pano, os da casa animaram, e entraram para a segunda metade a mostrar muita vontade de dar a volta aos acontecimentos. Os jogadores lutavam por cada posse de bola, corriam muito, mas jogavam por vezes mais com o coração do que com a cabeça na tentativa de rapidamente inverter o rumo dos acontecimentos, mas entre os 15 e os 25 minutos da segunda parte Nuno Alves voltou a fazer das suas ao aproveitar mais dois brindes adversários para, pensava-se, decidir tudo ali. O Pedrógão mais uma vez, e agora com um resultado já pesado, voltou a correr atrás do prejuízo, e os golos de Gonçalo aos 73 minutos e de Vítor aos 77 acabaram por relançar um jogo que parecia acabado.
Nos últimos 15 minutos o Pedrógão carregou, tentou tudo, mas o Vitória mostrou que também sabe defender bem, e conseguiu mesmo segurar a vantagem mínima até ao final.
Uma vitória que vale pela eficácia, porque os que contam são mesmo os que entram.

A arbitragem- Só nos últimos minutos o seu trabalho merece alguns reparos. É certo que o jogo estava propício a muitos contactos físicos, mas acabou por usar em demasia o apito e exibir alguns amarelos que não se justificavam.

Discurso directo- Xana, técnico do Pedrógão SP- “Fizemos um jogo como se deve ver muito pouco. Foi um jogo excelente. Quem não esteve hoje aqui, vai ter muitas dificuldades em perceber o que aqui se passou. A equipa do Sernache foi quatro vezes à nossa baliza, mas quatro vezes mal! Nós tivemos várias situações de golo, fizemos uns primeiros 25 minutos excelentes. O resultado foi 4-3 para o Sernache mas, mesmo dando estas abébias, o resultado deveria ter sido 9-4 a nosso favor”.

Discurso directo- Nuno Alves, jogador do Vitória de Sernache- “Depois de ter passado uma fase má, em que estive um mês sem treinar devido a um problema de saúde, felizmente já regressei e voltei aos golos. Isso consegue-se com trabalho e com a ajuda de toda a equipa. A vitória vale pelo conjunto que nós temos, fomos mais fortes, e merecemos a vitória. Agora, nas meias-finais, só peço um jogo em casa e, venha quem vier, porque nós jogamos sempre para ganhar”.

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