domingo, janeiro 25, 2009

OLEIROS- 2 VITÓRIA DE SERNACHE- 2


Fontes de problemas

Estádio Municipal de Oleiros
Árbitro- Ricardo Fontes (1), auxiliado por Pedro Tomás e Alexandre Paralta
Oleiros- João Luís (3), Paulinho (3), Tiago Ventura (3), Carlitos (3), Fiel (3), Quim Garcia (4), João André (3), Norberto (3), Joel (3), Zé Bernardo (3) e Ludovico (3)
Treinador- José Ramalho
Vitória de Sernache- Jorge Correia (3), Filipe Barata (3), Paulo Lopes (3), Fernando Miguel (4), Toni (3), Luís Filipe (3), Dany (3), Tiago Farinha (3), Dário (3), Miguel Farinha (3) e Diogo Simão (3)
Treinador- António Joaquim
Substituições- Joel por Laranjo (2) aos 54 e Zé Bernardo por Marcelo (1) aos 81; Miguel Farinha por Likas (2) aos 62 e Toni por Ricardo André (2) aos 74
Disciplina- Amarelos a Joel aos 52 e Carlitos aos 79; Miguel Farinha aos 43, Ricardo André aos 89, Likas aos 90+1 e Tiago Farinha aos 90+5. Vermelho directo a Tiago Ventura aos 79
Marcadores- João André aos 35 e Ludovico aos 90+5; Paulo Lopes aos 23 e Dany aos 87

A figura do jogo- Fernando Miguel (Vitória de Sernache)- Um central com um grande sentido posicional, muito bem na marcação que moveu ao seu adversário directo, e exemplar na forma como definiu os lances que passaram por ele.

O Oleiros- Esteve uns furos abaixo do que mostrou em Alcains mas mesmo assim mostrou que apenas a vitória lhe interessava. Mesmo sofrendo o segundo golo quando já estava com menos uma unidade, acreditou sempre que era possível evitar a derrota.

O Vitória de Sernache- Entrou melhor, a mandar no jogo, para tentar marcar cedo, porque a vitória também era o único resultado que interessava. Na segunda parte não se adaptou bem à superioridade numérica e, mesmo marcando nesse período, ainda se deixou empatar no último minuto dos descontos.

Tinha tudo para ser um grande derby. Jogo entre vizinhos, equipas empatadas na classificação, e ainda a tentar chegar perto dos quatro primeiros, mas os últimos minutos acabaram por estragar o que estava a correr de forma exemplar até essa altura.
Entrou melhor o Vitória, que começou por mandar no jogo e mostrou intenções de marcar cedo, como forma de pressionar o adversário que jogava perante o seu público e, por isso, com responsabilidades acrescidas. Mas foi já numa fase em que o Oleiros tinha chegado ao ponto de equilíbrio que os vitorianos inauguraram o marcador quando Paulo Lopes aproveitou bem o facto de João Luís não ter segurado uma bola que chegou a ter nas mãos.
Até ao intervalo, e sempre com um jogo muito disputado e por vezes bem jogado, especialmente se tivermos em atenção o frio e o estado muito pesado do sintético, o Oleiros ainda arranjou tempo para desenhar a sua melhor jogada de ataque, que culminou com um centro do lado esquerdo que João André, solto já dentro da área, aproveitou para restabelecer a igualdade.
Na segunda parte os pressupostos não se alteraram… até ao minuto 79. Depois de assinalar uma falta cometida por Carlitos, bem punida com amarelo, mostrou o vermelho directo a Tiago Ventura, provavelmente por palavras proferidas menos próprias. A partir daqui, e mesmo apresentando algumas dificuldades iniciais em lidar com a superioridade numérica, o Vitória chegou de novo à vantagem, mas deixou-a fugir já no último minuto de compensações num lance muito contestado pelos forasteiros e que motivou fortes protestos junto do auxiliar do lado da bancada. Foi pena, porque o jogo tinha todos os condimentos para terminar sem polémicas e sem queixas de ambos os lados.

A arbitragem- Tornou-se, de forma inexplicável, o protagonista do jogo a partir do minuto 79, porque até então, com erros de pequena monta, estava a fazer um trabalho regular, até ajudado pela correcção das duas equipas. Só que a expulsão, com vermelho directo, de Tiago Ventura inverteu o rumo dos acontecimentos. Numa falta normalíssima, e bem assinalada e punida com amarelo a Carlitos, exibiu igualmente o vermelho ao central oleirense, provavelmente por palavras que ouviu. Por vezes, os árbitros têm que fazer ouvidos de “mercador” àquilo que escutam dentro do campo. Já no final da primeira parte tinha mostrado amarelo a Miguel Farinha, aqui por indicação de Pedro Tomás, pelos mesmos motivos. Ora não será verdade que, com este rigor todo, seria muito raro o jogo que chegava ao fim? Todos os dias vemos, e muitas vezes até ouvimos, ou percebemos através dos lábios dos jogadores, nos campos, ou mesmo através da televisão, palavras pouco agradáveis dirigidas aos árbitros ou até mesmo aos adversários. Mas o que mais há por aí, por esse mundo fora, são árbitros “surdos”. Ou seja, às vezes, é melhor para o espectáculo, não ouvir certas coisas. O problema é quando numas circunstâncias se ouve e se pune, e noutras não se age da mesma maneira. Ora, acabou por ser a expulsão do central do Oleiros que desencadeou tudo o resto que se passou, e que obrigou Ricardo Fontes, num primeiro momento a ter que se deslocar quase até à linha de meio campo sempre rodeado por toda a equipa da casa. Estava o caldo entornado. Ricardo Fontes deveria ter o bom senso de perceber que se tratava de um derby, que estava a correr com extrema correcção. Depois disso veio o golo do Vitória e o empate do Oleiros, com nova contestação, agora do outro lado. Os vitorianos queixam-se que o lançamento que está na origem do lance do golo do empate era a seu favor, e depois questionam a posição de Ludovico aquando da obtenção do empate, também aqui rodeando e protestando de forma veemente, agora com o auxiliar do lado da bancada. Já antes o Oleiros tinha “pedido” um penalty, alegadamente cometido sobre o mesmo jogador. São situações que, do local onde nos encontramos, não temos condições de analisar com clareza. Mas fica-nos a certeza que, depois do fatídico minuto 79, o discernimento da equipa de arbitragem nunca mais foi o mesmo e que estas situações, já nos descontos, não aconteceriam se não fosse o tal minuto 79. Por outro lado, e sem nunca pôr em causa a idoneidade ou a honestidade de quem quer que seja, deixamos uma questão ao Conselho de Arbitragem da AFCB: Será de bom tom nomear um árbitro auxiliar para este jogo, quando no dia anterior, como árbitro, esteve num jogo de futsal de um dos clubes intervenientes? Ou será melhor, para não alimentar qualquer tipo de especulações ou de desconfianças, evitar estas situações? Se no distrito temos árbitros para “emprestar” a Leiria, é mesmo necessário ser o mesmo árbitro a dirigir dois jogos do mesmo clube em dias consecutivos, mesmo que em campeonatos e até modalidades diferentes? A resposta parece-nos óbvia…

Discurso directo- José Ramalho, técnico do Oleiros- “O resultado acaba por não ser bom para nenhuma das equipas. Sabíamos que uma vitória hoje permitia uma aproximação às equipas da frente. Os jogadores deram tudo o que tinham. O Sernache entrou melhor, mas aos poucos fomos equilibrando. Na segunda metade queríamos passar para a frente no marcador, e a meio da segunda parte o jogo estava muito repartido e qualquer equipa podia chegar à vitória. Depois o Sernache aproveitou a superioridade numérica e fez o segundo golo. Nós acreditámos até ao fim e valeu isso mesmo para chegar ao empate. O resultado é justo. Em relação à arbitragem, penso que hoje foi o árbitro que estragou o jogo. Qualquer encosto nosso marcava sempre falta contra nós, foi-nos empurrando, o meu jogador é expulso não sei porquê, penso que por palavras mas, se foi por isso, com toda a certeza que, nesta parte final os jogadores do Sernache também não foram muito simpáticos para o árbitro. Esta é a arbitragem que nós temos… Trabalhámos durante a semana, com neve, com frio, e depois chegamos ao domingo e os árbitros estragam os jogos. Já aconteceu em Alcains e hoje aqui. Será que estas pessoas que estavam na bancada não percebem nada de futebol? Só o árbitro é que percebe? Hoje houve falta de humildade por parte do árbitro. Eu ando no futebol há muitos anos e, por vezes, dá-me vontade de ir embora, porque há árbitros que não merecessem que eu aqui esteja. Há uns árbitros que têm mais jeito que outros, os que não têm jeito que fiquem em casa! Estas coisas têm que ser ditas para que o futebol distrital chame pessoas aos estádios. Só desejo é que este árbitro melhore muito e que tire um curso de reciclagem para ver se aprende mais alguma coisa”.

Discurso directo- António Joaquim, técnico do Vitória de Sernache- “O resultado foi o possível e é extremamente injusto para o futebol praticado dentro de campo. Penso que a única equipa que quis ganhar o jogo e que criou situações de golo foi o Vitória de Sernache. Tivemos seis ou sete situações de golo, mas faltou-nos aparecer na área de concretização. O Oleiros fez um golo na primeira parte na primeira vez que foi à nossa baliza, numa falha de marcação. Eu penso que o jogo devia ter terminado na altura da expulsão do jogador do Oleiros por falta de elementos da equipa adversária porque o árbitro foi agredido e não devia ter continuado o jogo porque não havia elementos suficientes. Depois fizemos o segundo golo e apareceu aquele que já estava a ser um grande protagonista. Em relação há arbitragem queria referir que o Fontes fez a arbitragem tecnicamente possível e não teve influência no desenrolar do jogo, mas o fiscal de linha do lado bancada… foi o mesmo que me expulsou ontem (sábado) no jogo de futsal, além de mandar identificar um adepto na bancada não viu que o lançamento que dá o segundo golo do Oleiros era para nós e depois “não teve tomates”, como se diz na gíria, para tirar o fora de jogo ao jogador que faz o golo. Pela primeira vez no futebol, que estive do outro lado do varão, dirigi-me sempre aos meus jogadores incentivando-os, e fui agredido. A GNR viu e lamento ter sido agredido em Oleiros. Provavelmente para o ano a Associação irá fazer aquele campeonatozinho de 6 equipas a 4 voltas, porque não há capacidade, não há equipas, e isto não tem jeito nenhum. Reparem que os outros campeonatos estão a dobrar a 1ª volta e nós estamos a 6 jornadas de acabar o campeonato. É uma vergonha porque os clubes gastam dinheiro, pagam um balúrdio pelas inscrições, para as pessoas andarem de gravata e a fazer grandes chamadas de telemóvel. Pergunto aqui porque é que o Sernache está a ser tão prejudicado e porque é que o presidente do Conselho de Arbitragem não vai ver um jogo do Sernache? Ele vai ver tantos jogos de futebol, mas há dois anos que não vê o Sernache, seja em casa ou fora! Desta forma, este futebol é uma merda…”.

1 comentário:

antónio antunes joaquim disse...
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