domingo, abril 15, 2007

CD ALCAINS- 1 VILARREGENSE- 3


Vilarregenses aproveitam bem defesa de papel

Estádio Trigueiros de Aragão, Alcains
Árbitro- Marco Lopes (3), auxiliado por Henrique Martins e Nuno Farinha
CD Alcains- Daniel Mendonça (2), Ricardo Trindade (2), Samuel (2), Jorge Dinis (2), Nuno Gonçalo (2), David José (1), Luís Amaro (2), Ivo Gonçalves (2), Rui Paulo (2), Quinzinho (2) e Nuno Carreiro (2)
Treinador- João Daniel
Vilarregense- Matos (4), China (3), Chalita (3), Renato (3), Telmo (3), Álvaro (4), Amunike (3), Tereso (3), Samuel (3), Marco (3) e David (4)
Treinador- Isidro Santos
Substituições- David José por Carlos Filipe (2) aos 22, Jorge Dinis por Nogueira (2) aos 38 e Nuno Carreiro por Nuno Vicente (2) aos 62; David por Vidros (2) aos 60, Marco por Rui (2) aos 72 e Amunike por Paulo César (-) aos 90+1
Disciplina- Amarelos a Jorge Dinis aos 21, Carlos Filipe aos 65 e 90+6, Rui Paulo aos 72 e Nuno Vicente aos 87; Zé Pedro aos 29, Vidros aos 29, China aos 67, Matos aos 81 e Renato aos 87 e 87. Vermelho por acumulação de amarelos a Carlos Filipe aos 90+6; Renato aos 87
Marcadores- Nuno Vicente aos 89; David aos 6 e 35 e Samuel (pb) aos 79

A figura do jogo- David (Vilarregense)- Numa equipa muito jovem, este extremo direito acabou por ser o que mais se destacou pelos dois golos que marcou, praticamente a papel químico. Muito activo durante a hora em que esteve em campo. Saiu numa altura em que estava esgotado e em que a sua equipa já tinha dado a iniciativa de jogo ao adversário.

O CD Alcains- Não conseguiu esquecer a goleada sofrida na jornada anterior no Estreito e, principalmente o sector defensivo nunca se encontrou, permitindo ao adversário trocar a bola muito próximo da área acabando por consentir os dois primeiros golos da mesma forma. É certo que não contou com alguns habituais titulares mas isso não pode servir de desculpa para ter perdido com o lanterna vermelha.

O Vilarregense- Surpreendeu pela positiva. A equipa de Isidro Santos jogou o jogo pelo jogo, teve momentos de domínio, especialmente na 1ª parte, em que jogou bom futebol e soube tirar proveito das “borlas” dadas pelo último reduto contrário. Ganhou o jogo na 1ª parte e segurou bem a vantagem na etapa complementar.

Depois da goleada sofrida no Estreito na última jornada, o Desportivo de Alcains tinha uma excelente oportunidade para repor a normalidade só que, pela frente encontrou uma equipa que, apesar do último lugar, não se mostrou nada disposta a facilitar.
A jogar em casa, os canarinhos até entraram melhor, tentando impor o seu domínio logo desde início, mas a resposta do Vilarregense acabou por ser aquela que poucos pensariam. A equipa de Isidro Santos apostou no taco-a-taco, sem extremas preocupações defensivas e com muito veneno nos lances ofensivos.
E foi assim que acabou por chegar ao primeiro golo logo aos 6 minutos. Num lance de ataque desenhado pelo seu lado direito, foi David que apareceu já dentro da grande área a rematar cruzado perante a passividade da defensiva da casa. Um remate rasteiro bateu Daniel Mendonça pela primeira vez, mas este golo nada alterou o desenrolar do jogo. Os alcainenses estavam demasiado convencidos que a reviravolta iria acontecer mais cedo ou mais tarde mas nunca conseguiram ser dominadores o suficiente para preocupar em demasia a defesa adversária que se mostrava muito concentrada e a jogar o longe quanto baste da baliza de Matos.
Por isso nem foi de estranhar aparecer o segundo golo aos 35 minutos. O mais estranho é que o Alcains voltou a ser batido exactamente da mesma forma que sofreu o primeiro golo. De novo pelo lado direito, de novo David, e de novo um remate cruzado e rente ao solo a fazer o 2-0.
Ao intervalo João Daniel sabia que a sua equipa não estava bem e que era preciso fazer muita coisa para alterar o rumo dos acontecimentos. Ainda na primeira metade já tinham saído David José e Jorge Dinis para dar os seus lugares a Carlos Filipe e a Nogueira mas também estas alterações poucas ou nenhumas melhorias trouxeram à equipa.
Tal como se previa, a ganhar por 2-0, e sem ter sofrido grande pressão, o Vilarregense entregou o controlo do jogo ao adversário, que era agora a quem competia correr e inverter a marcha do marcador.
Com muito tempo de posse de bola e quase sempre próximo da área adversária o Alcains dominava, criava situações de perigo, mas a tarde revelava uma tremenda desinspiração. Umas vezes os remates terminavam ao lado ou por cima da baliza, outras vezes nas mãos de Matos, mas invariavelmente o golo não acontecia. Até que aos 79 minutos, numa das poucas vezes que os do Pinhal subiram no terreno na segunda parte, eis que Samuel e Daniel Mendonça contribuem para a festa dos de Vila de Rei. Samuel toca a bola de cabeça na tentativa de atrasar para o seu número um, o problema é que este já vinha a caminho e acabou por ver a bola passar-lhe por cima. Uma clara falta de comunicação que acabou por pôr um ponto final no jogo.
Até final o melhor que os alcainenses conseguiram fazer foi marcar o tento de honra quando já só faltava um minuto para os 90.
Vitória justa da equipa que melhor aproveitou os falhanços adversários, num jogo em que o Alcains mostrou muito pouco daquilo que já lhe vimos fazer esta época.

A arbitragem- O capítulo disciplinar acabou por prejudicar um trabalho que tecnicamente, sem ser perfeito, não contou com erros de monta. Nuno Vicente, com os nervos à flor da pele, próprio de quem está a perder em casa, teve algumas atitudes que deveriam ter sido punidas disciplinarmente e o 2º amarelo a Carlos Filipe foi exagerado, já que a falta por ele cometida foi normalíssima e no círculo central.

Discurso directo- João Daniel, técnico do CD Alcains- “Foi um jogo que não nos correu nada bem. Uma equipa que quer ganhar é impossível sofrer golos da maneira que sofre. Fomos uma equipa apática, mas houve vários factores como a determinação, predisposição para o jogo e a concentração. Estar concentrado não é estar apenas a olhar para o jogo, é muito mais que isso. Falhou muita coisa e assim é impossível vencer um jogo. O árbitro não tem nada a ver com o resultado”.

Discurso directo- Chalita, capitão do Vilarregense- “Nós já vínhamos justificando o facto de não termos vindo a sofrer tantas derrotas, hoje a primeira parte correu-nos bem, defendemos muito bem, criámos oportunidades e conseguimos marcar dois golos. Na segunda parte gerimos a vantagem mas eu sempre disse que não estávamos à espera do jogo com a Lardosa para deixar a lanterna vermelha. Parabéns ao árbitro que esteve muito bem”.

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