segunda-feira, janeiro 29, 2007

PÓVOA RM- 0 VITÓRIA DE SERNACHE- 0 (4-1 APÓS GP)


Oleh, Oleh, e quem não salta não é da Póvoa, Oleh, Oleh!

Campo da Póvoa de Rio de Moinhos
Árbitro- Ricardo Fontes, auxiliado por Jorge Fernandes e Rui Dias
Póvoa RM- Oleh Prokopets, Jeremias, Tó Zé, Bernardino, Mata, Hugo Inácio, Amaral, Carlitos, David, Bento e Hugo Louro
Treinador- Rui Melo e João Zarro
Vitória de Sernache- António Joaquim, Maçaroco, Tomás, Fernando Miguel, Pedro Figueiredo, Miguel Farinha, Velho, Dany, Paulo Lopes, Bruno Bastinho e João Viana
Treinador- António Joaquim
Substituições- Miguel Farinha por Fredy aos 63 e João Viana por Rogério aos 90+1
Disciplina- Amarelos a Tó Zé aos 83 e Mata aos 90+1; Bruno Bastinho aos 59, Tomás aos 62, Fernando Miguel aos 64 e Pedro Figueiredo aos 75
Marcadores- Nas grandes penalidades marcaram pela Póvoa RM: Tó Zé, Mata, Hugo Inácio e David. Pelo Vitória de Sernache marcou Rogério e falharam Maçaroco e Paulo Lopes

A Póvoa RM- Controlou muito bem o jogo no meio campo onde teve supremacia em quase toda a 1ª parte. Na segunda metade baralhou-se com algumas mexidas tácticas do adversário e, quando viu que estava mais perto de sofrer do que de marcar, apostou tudo na lotaria das grandes penalidades. E saiu-se bem, pois esta equipa fica na história do clube.

O Vitória de Sernache- António Joaquim tinha que fazer algo no intervalo porque a sua equipa não conseguia jogar como gosta, porque estava complicada a batalha do meio campo. Depois de ganhar vantagem nessa zona fulcral, dominou, criou oportunidades suficientes para ganhar, mas não marcou. Nos penalties encontrou um Oleh inspiradíssimo que o afastou da final.

Encontravam-se duas equipas que já se tinham defrontado no mesmo palco para o campeonato e onde uma vitória, desta vez valia passaporte para a final da Taça de Honra José Farromba. Mas tal como o tempo, também o jogo começou cinzento e frio.
Durante os primeiros 45 minutos foram escassas, para não dizer inexistentes, as oportunidades de golo junto de uma e outra baliza. Com um meio campo reforçado e com dois jogadores à espreita do contra-ataque, a equipa de Rui Melo e João Zarro começou por travar aí as intenções do adversário. O Vitória desde cedo que tentou impor o seu futebol, com um jogo apoiado, passes curtos, sempre com a bola rente ao solo, mas também cedo esbarrou numa muralha adversária que levava constantemente a melhor na zona onde se começam por decidir os jogos. Com este cenário desejava-se o intervalo para ver se alguma coisa poderia mudar no interior dos balneários, até porque as equipas sabiam que se tratava de um jogo a eliminar e que alguém tinha que marcar se quisesse chegar ao jogo decisivo.
E no descanso foi António Joaquim que, mesmo sem mexer no seu onze, alterou a equipa para melhor de forma a transmitir mais força e garra ao seu sector intermédio. Paulo Lopes subiu mais no terreno permitindo a João Viana ficar mais próximo de Dany para aí tirar vantagem. E em termos tácticos resultou, por que os vitorianos passaram a ter mais tempo de posse de bola, já raramente a Póvoa tinha a superioridade que havia conquistado nos primeiros 45 minutos, e o perigo, gradualmente, começou a aparecer mais perto da grande área de Oleh, onde Carlitos e o seu quarteto defensivo mostravam grande acerto. O domínio da equipa do Pinhal já era evidente, mas apesar de tudo a equipa da casa nunca descurou a possibilidade de chegar à baliza de António Joaquim, guarda-redes que acabou por ter uma segunda parte bem mais tranquila que a etapa inicial.
A certa altura parecia estar iminente o golo visitante, mas num jogo em que estava difícil chegar à baliza adversária não se podem desperdiçar as oportunidades que se criam. Quando aos 63 minutos saiu Miguel Farinha e entrou Fredy, a ideia era abrir mais as alas e carrilar o jogo pelos corredores laterais, o que de certa maneira até foi conseguido, mas os homens de Cernache que apareceram na cara do golo acabaram por mostrar sempre uma tremenda desinspiração na hora do toque final.
A Póvoa percebia que estava mais perto de sofrer do que de marcar e acabou, e bem, por apostar tudo no empate para depois contar com o guarda-redes ucraniano para ganhar nos penalties.
E a forma de desempatar acabou por ser um castigo que o Vitória mereceu, pela forma como se mostrou perdulário, e um prémio igualmente merecido pela atitude que uma equipa de outra dimensão como é a Póvoa levou o jogo até ao fim com o nulo no marcador.
Provou-se então que mais uma vez equipa que tem Oleh na baliza pode apostar na lotaria. Se é verdade que Tó Zé, Mata, Hugo Inácio e David cumpriram a missão de marcar, não é menos verdade, e igualmente relevante, que Oleh Prokopets foi enorme na baliza da equipa da casa e defendeu os pontapés da marca dos 11 metros de Maçaroco e Paulo Lopes.
Uma tarde em cheio para os poveiros que assim se estreiam em finais da Taça de Honra, depois de na última temporada terem saído nas meias-finais.

A arbitragem- Teve dois lances mais complicados dentro da área do Vitória em que, apesar dos protestos da equipa da casa, mandou sempre seguir o jogo. Se no segundo lance, na 2ª parte temos exactamente a mesma opinião que Ricardo Fontes, na primeira situação, ainda na 1ª parte, damos-lhe o benefício da dúvida, pois estava muito bem posicionado. Um trabalho em que soube utilizar um critério largo, e em que saiu beneficiado o futebol.

Discurso directo- João Zarro, técnico da Póvoa RM- “Dedico esta vitória ao meu colega Rui Melo que esta semana perdeu um ente querido. Quanto ao jogo, quero dizer que a equipa dos 300 ganhou à equipa dos milhões. Defendemos bem, cortámos todas as linhas de passe ao Sernache, que é uma boa equipa, mas sabíamos que tínhamos grandes hipóteses nos penalties porque temos o melhor guarda-redes do Distrital. Esta vitória não é só dele, é de todos, o ano passado fomos às meias-finais e este ano merecemos estar na final. Agora é com o Estreito. Não temos responsabilidade nenhuma de ganhar a final mas este é um feito histórico neste clube”.

Discurso directo- António Guerra, presidente do Vitória de Sernache- “O Vitória perdeu este jogo por dois motivos: por culpa própria, porque criou oportunidades para marcar e não o fez, e lamento que tenha havido tanto anti-jogo na segunda parte. O árbitro não se impôs como deveria. Havia bolas constantemente a entrar no campo, o banco da Póvoa fez muita pressão e o árbitro não foi rigoroso! Também me parece que há uma mão dentro da grande área da Póvoa que não foi assinalada”.

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