quinta-feira, dezembro 08, 2005
ATALAIA DO CAMPO- 1 VITÓRIA DE SERNACHE- 4
A tarde dos golos espectáculo
Campo 23 de Maio, Atalaia do Campo
Árbitro- Ricardo Alexandre (4), auxiliado por Paulo Antunes e Délio Rolo
Atalaia do Campo- Rui Pedro (2), Sérgio (3), Dénis (3), Roque (3), Emanuel (3), Pina (3), Agostinho (3), Brito (3), Fábio (3), José Carlos (3) e Bruno (3)
Treinador- Mário Pereira
Vitória de Sernache- António Joaquim (4), Carlos Gil (3), Tomás (4), Fernando Miguel (3), Pedro Caldeira (3), Dany (4), Tiago (4), Leandro (3), Rogério (3), Paulo Lopes (4) e Nuno Alves (4)
Treinador- António Joaquim
Substituições- Agostinho por Márcio (2) aos 55, Fábio por Filipe Mouro (2) aos 55 e José Carlos por Ednilson (-) aos 85; Rogério por M´Passo (2) aos 50, Paulo Lopes por Filipe Barata (2) aos 68 e Pedro Caldeira por Luís António (-) aos 80
Disciplina- Amarelos a Emanuel aos 60; Tiago aos 24 e Nuno Alves aos 42
Marcadores- José Carlos aos 25; Tiago aos 32, Paulo Lopes aos 43, Tomás aos 46 e Dany aos 47
A figura do jogo- Tomás (Vitória de Sernache)- Imaculado a defender e com muito sentido de oportunidade no golo que apontou logo aos 40 segundos da 2ª parte. Um central com lugar em qualquer equipa do nosso distrito, até mesmo naquelas que disputam campeonatos nacionais…
A Atalaia do Campo- Entrou muito bem no jogo e durante 20 minutos não deixou o Vitória de Sernache sair de dentro do seu meio campo. Adiantou-se no marcador na sequência de uma grande penalidade mas depois nada mais lhe correu bem. Acabou por perder por números muito pesados.
O Vitória de Sernache- Foi essencialmente uma equipa pragmática. Defendeu dentro do seu meio campo quando o domínio estava do lado do adversário e começou a sair para o ataque quando conseguiu equilibrar. Deu a volta ao marcador ainda antes do intervalo e depois matou o jogo com um início de segunda parte demolidor. Na parte final, quando a Atalaia já tentava o tudo por tudo, teve ainda duas oportunidades por Nuno Alves para engordar o marcador.
Era um jogo aguardado com alguma expectativa, não só para se saber como é que o Vitória de Sernache iria reagir à primeira derrota sofrida no campeonato, mas principalmente para se ver uma Atalaia do Campo que tem estado a fazer um campeonato abaixo daquilo que se esperava no início, e que tem estado longe do que foi apontado no arranque da temporada.
No domingo foi a equipa da casa que entrou melhor no jogo. Jogando em velocidade e sempre com a baliza de António Joaquim na mira, os pupilos de Mário Pereira entraram a dominar e sem dar grande tempo ao Vitória para respirar.
Os de Sernache de Bonjardim acabaram por ter que aceitar e suportar o domínio adversário, controlando o jogo dentro do seu meio campo evitando ao máximo que o perigo chegasse com muita frequência junto das suas redes.
Este figurino do jogo durou pouco mais de 20 minutos, mas a Atalaia, apesar de mais dominadora e com muito mais tempo de posse de bola, não conseguia daí tirar os devidos proveitos. E foi numa altura em que os vitorianos já tinham chegado ao equilíbrio que surgiu o primeiro golo do jogo. O único dos da casa. Ricardo Alexandre não teve qualquer dúvida em apontar para a marca de castigo máximo depois de Tiago ter derrubado um adversário dentro da sua área de rigor. José Carlos atirou para a direita de António Joaquim, o keeper do Sernache tinha optado por se atirar para o lado oposto.
Depois, e até ao final da primeira parte, o Vitória foi uma equipa pragmática, aproveitando ao máximo as oportunidades que criou. Primeiro foi Tiago com um pontapé espectacular que estabeleceu o empate, e a dois minutos do descanso foi o inevitável Paulo Lopes que aproveitou uma defesa para a frente de Rui Pedro para operar a reviravolta no marcador.
Com a cambalhota consumada, o pior para a equipa da casa estava ainda por vir. Se sofrer um golo a dois minutos do descanso não é nada animador, sofrer mais dois nos primeiros 90 segundos da 2ª parte pode deitar a moral de qualquer equipa abaixo. Não será com certeza inédito, mas o Vitória de Sernache definiu a questão dos três pontos em minuto e meio. Primeiro foi Tomás ao primeiro poste a desviar para dentro da baliza uma bola que veio da marcação de um canto do lado direito e onde Rui Pedro poderia ter feito mais, e depois foi Dany que, com um pontapé de mais de 30 metros, fez mais um golo fantástico.
O 4-1 deixava tudo definido, mas realce-se a boa resposta da Atalaia do Campo que, mesmo sem hipóteses de discutir o resultado, continuou a jogar de igual para igual frente a um Vitória de Sernache que ainda poderia ter feito mais um ou outro golo na sequência de lances de contra-ataque, o que já seria tremendamente injusto para uma equipa que até tinha entrado a ganhar mas que no espaço de poucos minutos se viu a ser goleada. Nuno Alves ainda proporcionou a defesa da tarde a Rui Pedro e numa outra ocasião, desviou a bola do alcance do guarda-redes mas esta viria a passar a escassos centímetros do poste.
A arbitragem- Ricardo Alexandre sai da Atalaia do Campo com um trabalho muito positivo. Apitou o que tinha que apitar, incluindo a grande penalidade que deu o golo da Atalaia, ficando-nos apenas dúvidas no lance já perto do final em que invalidou um golo a Bruno por suposto fora de jogo.
Discurso directo- Mário Pereira, técnico da Atalaia do Campo- “Quem não viu o jogo fica com a sensação que fomos cilindrados, mas não foi isso que aconteceu. A equipa teve uma boa postura, fez o 1-0 e o Sernache não fez nada na 1ª parte para merecer os dois golos que marcou. O 2º golo é precedido de uma falta sobre o nosso lateral direito. Depois levámos dois golos a frio, mas a equipa reagiu bem e jogámos muito bem. Não é fácil estar a perder por 4-1 e os jogadores manterem a mesma atitude. Depois não há explicação para o golo anulado ao Bruno. O árbitro no final disse-me que se equivocou, mas é com os equívocos que têm acontecido ao longo destas jornadas que os pontos vão ficando com o adversário. O Sernache não precisa dos favores de ninguém porque é uma belíssima equipa, que apostou para subir de divisão. Independentemente de quererem ou não que a Atalaia esteja na 1ª Divisão, vão ter que levar connosco até ao final”.Discurso directo- Nuno Alves, jogador do Vitória de Sernache- “Foi um jogo num campo muito difícil, contra uma bela equipa, só que o Sernache tem uma equipa excelente, com muito espírito de grupo. Conseguimos dar a volta ao marcador e ainda podíamos ter marcado mais no final em contra-ataque. O Ricardo Alexandre é um bom árbitro, há um penalty sobre mim que não marcou, mas ele também erra, como eu errei.”.
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