“O clube tem que elaborar o seu Projecto Desportivo”
Paula Espírito Santo faz o balanço de uma temporada em que o clube não atingiu os objectivos a que se propôs. Fala “num plantel curto que apenas treinava uma vez por semana”, e diz que “neste momento é importante a Casa do Benfica em Castelo Branco definir o seu Projecto Desportivo”. Quanto ao futuro, Paula Espírito Santo faz depender a sua continuidade no clube da elaboração do Projecto de que fala.
“O plantel era muito curto e a gestão era praticamente aleatória”
Tribuna Desportiva- Qual o balanço que faz da temporada terminada?
Paula Espírito Santo- Os objectivos que traçámos no início não foram claramente atingidos. Faltaram-nos treinos com todo o plantel, normalmente só era possível trabalhar com todo o grupo uma vez por semana, e isto por razões várias, que se prendem com compromissos profissionais e por termos atletas fora da cidade.
TD- Num grupo onde havia 3 candidatos para apenas 2 lugares de acesso à fase final, a Casa do Benfica acabou por ficar de fora. As outras duas equipas demonstraram sempre superioridade… O que faltou para ultrapassar esses adversários?
PES- Faltou discernimento numa primeira fase. Nos jogos em casa, a equipa esteve sempre a ganhar até perto do final... Nos últimos minutos, em vez de acalmar o jogo, a equipa comportou-se como se estivesse a perder, permitindo a aproximação dos adversários. Claramente não soube gerir a pressão, acumulando em ambos os casos vários erros. Numa segunda fase, e muito especialmente com o Colégio João de Barros, a equipa não demonstrou condição física para aguentar o jogo. Por outras palavras, aguentou-se na 1ª parte com 11-11 e depois... Isto encaixa exactamente naquilo que já referi. As equipas têm que treinar em simultâneo com um plantel que permita copiar as situações de jogo. Como é sabido, com as características deste plantel, isso era impossível.
TD- O plantel também era limitado, pelo menos em quantidade…
PES- Era um plantel muito curto, e como tal com poucas soluções de banco o que implicou uma gestão quase aleatória.
TD- Quanto ao calendário do andebol feminino em Portugal… Poucos meses de competição e também muita falta de qualidade, muito desequilíbrio entre as equipas mais fortes e as outras…
PES- A Federação terá as suas razões para ter elaborado um campeonato com este perfil, mas pessoalmente não vejo resultados práticos. Pode dizer-se que isso se deve ao facto de ter ficado em 3ºlugar. Será uma perspectiva. Pessoalmente não acho que o andebol feminino tenha ganho nada com este perfil. Foi um campeonato, na minha perspectiva, desinteressante e desequilibrado em que a maioria das jornadas tiveram intervalos de uma e duas semanas entre elas. Mesmo não alcançando os nossos objectivos, houve uma diferença abissal dos 3 primeiros para os 4º,5º e 6º lugares a que sempre a quem ganhámos sempre por diferenças de 12 a 18 golos.
TD- Com os objectivos falhados nesta temporada como está a preparar a próxima, e que objectivos pode traçar?
PES- Ter-se-ão que definir linhas claras de trabalho. E, com isto, quero dizer que o clube tem que elaborar com todas as partes o seu Projecto Desportivo.
“Na Formação o trabalho tem sido excelente”
TD- Vai continuar como treinadora? A Paula está disposta a continuar este trabalho?
PES- Há necessidade de se clarificarem determinados pré-requisitos, nomeadamente aqueles que dizem respeito à equipa sénior. Esta questão deve ser colocada à direcção da Casa do Benfica em Castelo Branco.
TD- Em termos de formação, o clube continua a trabalhar muito e bem…
PES- Foi realizado um bom trabalho em termos de captação inicial. Hoje o clube tem 30 atletas infantis, que se distribuem por duas equipas distintas, mais uma equipa Juvenil. Para 2007/08 temos capacidade de ocupar o escalão que falta com uma equipa de iniciadas. As nossas equipas da formação competiram no campeonato da Zona, e organizámos mais três eventos em Castelo Branco, trazendo equipas de várias zonas do país. As técnicas também fizeram formação, o que permite que para o ano estejam ainda mais habilitadas. A época terminou com a ida da equipa de juvenis ao “Andebol de Praia de Pedrógão” e com um encontro de infantis no Crato. Em minha opinião, penso ter sido um segundo ano de actividade muito bom em termos de formação.
TD- Mas a equipa sénior não pode estar à espera que a formação comece a fornecer jogadoras para a equipa principal…
PES- Não querendo fugir ao assunto, penso que é óbvio que o tempo é imenso. Naturalmente também acho que esta questão tem que ser levantada junto de quem tem capacidade de gestão do Clube e da definição de um Projecto Desportivo.
TD- Relativamente aos torneios que têm sido organizados, são para ter continuidade?
PES- Estes eventos, na minha opinião, devem ser mantidos e se possível aumentados em quantidade e qualidade, correndo o risco, assumido, da equipa da casa não ser a vencedora. Penso que nestes escalões a única forma de termos evolução ou termos de comparação será obrigatoriamente sair da zona para competir em esferas mais fortes que permitam aprendizagem.
Paula Espírito Santo em discurso directo, num ano em que falhou os objectivos traçados no início da época. No que toca à próxima temporada, pouco ou nada está definido em termos da sua continuidade. Isto porque segundo a técnica “falta o Projecto Desportivo”.
Paula Espírito Santo faz o balanço de uma temporada em que o clube não atingiu os objectivos a que se propôs. Fala “num plantel curto que apenas treinava uma vez por semana”, e diz que “neste momento é importante a Casa do Benfica em Castelo Branco definir o seu Projecto Desportivo”. Quanto ao futuro, Paula Espírito Santo faz depender a sua continuidade no clube da elaboração do Projecto de que fala.
“O plantel era muito curto e a gestão era praticamente aleatória”
Tribuna Desportiva- Qual o balanço que faz da temporada terminada?
Paula Espírito Santo- Os objectivos que traçámos no início não foram claramente atingidos. Faltaram-nos treinos com todo o plantel, normalmente só era possível trabalhar com todo o grupo uma vez por semana, e isto por razões várias, que se prendem com compromissos profissionais e por termos atletas fora da cidade.
TD- Num grupo onde havia 3 candidatos para apenas 2 lugares de acesso à fase final, a Casa do Benfica acabou por ficar de fora. As outras duas equipas demonstraram sempre superioridade… O que faltou para ultrapassar esses adversários?
PES- Faltou discernimento numa primeira fase. Nos jogos em casa, a equipa esteve sempre a ganhar até perto do final... Nos últimos minutos, em vez de acalmar o jogo, a equipa comportou-se como se estivesse a perder, permitindo a aproximação dos adversários. Claramente não soube gerir a pressão, acumulando em ambos os casos vários erros. Numa segunda fase, e muito especialmente com o Colégio João de Barros, a equipa não demonstrou condição física para aguentar o jogo. Por outras palavras, aguentou-se na 1ª parte com 11-11 e depois... Isto encaixa exactamente naquilo que já referi. As equipas têm que treinar em simultâneo com um plantel que permita copiar as situações de jogo. Como é sabido, com as características deste plantel, isso era impossível.
TD- O plantel também era limitado, pelo menos em quantidade…
PES- Era um plantel muito curto, e como tal com poucas soluções de banco o que implicou uma gestão quase aleatória.
TD- Quanto ao calendário do andebol feminino em Portugal… Poucos meses de competição e também muita falta de qualidade, muito desequilíbrio entre as equipas mais fortes e as outras…
PES- A Federação terá as suas razões para ter elaborado um campeonato com este perfil, mas pessoalmente não vejo resultados práticos. Pode dizer-se que isso se deve ao facto de ter ficado em 3ºlugar. Será uma perspectiva. Pessoalmente não acho que o andebol feminino tenha ganho nada com este perfil. Foi um campeonato, na minha perspectiva, desinteressante e desequilibrado em que a maioria das jornadas tiveram intervalos de uma e duas semanas entre elas. Mesmo não alcançando os nossos objectivos, houve uma diferença abissal dos 3 primeiros para os 4º,5º e 6º lugares a que sempre a quem ganhámos sempre por diferenças de 12 a 18 golos.
TD- Com os objectivos falhados nesta temporada como está a preparar a próxima, e que objectivos pode traçar?
PES- Ter-se-ão que definir linhas claras de trabalho. E, com isto, quero dizer que o clube tem que elaborar com todas as partes o seu Projecto Desportivo.
“Na Formação o trabalho tem sido excelente”
TD- Vai continuar como treinadora? A Paula está disposta a continuar este trabalho?
PES- Há necessidade de se clarificarem determinados pré-requisitos, nomeadamente aqueles que dizem respeito à equipa sénior. Esta questão deve ser colocada à direcção da Casa do Benfica em Castelo Branco.
TD- Em termos de formação, o clube continua a trabalhar muito e bem…
PES- Foi realizado um bom trabalho em termos de captação inicial. Hoje o clube tem 30 atletas infantis, que se distribuem por duas equipas distintas, mais uma equipa Juvenil. Para 2007/08 temos capacidade de ocupar o escalão que falta com uma equipa de iniciadas. As nossas equipas da formação competiram no campeonato da Zona, e organizámos mais três eventos em Castelo Branco, trazendo equipas de várias zonas do país. As técnicas também fizeram formação, o que permite que para o ano estejam ainda mais habilitadas. A época terminou com a ida da equipa de juvenis ao “Andebol de Praia de Pedrógão” e com um encontro de infantis no Crato. Em minha opinião, penso ter sido um segundo ano de actividade muito bom em termos de formação.
TD- Mas a equipa sénior não pode estar à espera que a formação comece a fornecer jogadoras para a equipa principal…
PES- Não querendo fugir ao assunto, penso que é óbvio que o tempo é imenso. Naturalmente também acho que esta questão tem que ser levantada junto de quem tem capacidade de gestão do Clube e da definição de um Projecto Desportivo.
TD- Relativamente aos torneios que têm sido organizados, são para ter continuidade?
PES- Estes eventos, na minha opinião, devem ser mantidos e se possível aumentados em quantidade e qualidade, correndo o risco, assumido, da equipa da casa não ser a vencedora. Penso que nestes escalões a única forma de termos evolução ou termos de comparação será obrigatoriamente sair da zona para competir em esferas mais fortes que permitam aprendizagem.
Paula Espírito Santo em discurso directo, num ano em que falhou os objectivos traçados no início da época. No que toca à próxima temporada, pouco ou nada está definido em termos da sua continuidade. Isto porque segundo a técnica “falta o Projecto Desportivo”.