segunda-feira, julho 09, 2007

ENTREVISTA PAULA ESPÍRITO SANTO, TREINADORA CASA DO BENFICA CB


“O clube tem que elaborar o seu Projecto Desportivo”

Paula Espírito Santo faz o balanço de uma temporada em que o clube não atingiu os objectivos a que se propôs. Fala “num plantel curto que apenas treinava uma vez por semana”, e diz que “neste momento é importante a Casa do Benfica em Castelo Branco definir o seu Projecto Desportivo”. Quanto ao futuro, Paula Espírito Santo faz depender a sua continuidade no clube da elaboração do Projecto de que fala.

“O plantel era muito curto e a gestão era praticamente aleatória”

Tribuna Desportiva- Qual o balanço que faz da temporada terminada?
Paula Espírito Santo- Os objectivos que traçámos no início não foram claramente atingidos. Faltaram-nos treinos com todo o plantel, normalmente só era possível trabalhar com todo o grupo uma vez por semana, e isto por razões várias, que se prendem com compromissos profissionais e por termos atletas fora da cidade.
TD- Num grupo onde havia 3 candidatos para apenas 2 lugares de acesso à fase final, a Casa do Benfica acabou por ficar de fora. As outras duas equipas demonstraram sempre superioridade… O que faltou para ultrapassar esses adversários?
PES- Faltou discernimento numa primeira fase. Nos jogos em casa, a equipa esteve sempre a ganhar até perto do final... Nos últimos minutos, em vez de acalmar o jogo, a equipa comportou-se como se estivesse a perder, permitindo a aproximação dos adversários. Claramente não soube gerir a pressão, acumulando em ambos os casos vários erros. Numa segunda fase, e muito especialmente com o Colégio João de Barros, a equipa não demonstrou condição física para aguentar o jogo. Por outras palavras, aguentou-se na 1ª parte com 11-11 e depois... Isto encaixa exactamente naquilo que já referi. As equipas têm que treinar em simultâneo com um plantel que permita copiar as situações de jogo. Como é sabido, com as características deste plantel, isso era impossível.
TD- O plantel também era limitado, pelo menos em quantidade…
PES- Era um plantel muito curto, e como tal com poucas soluções de banco o que implicou uma gestão quase aleatória.
TD- Quanto ao calendário do andebol feminino em Portugal… Poucos meses de competição e também muita falta de qualidade, muito desequilíbrio entre as equipas mais fortes e as outras…
PES- A Federação terá as suas razões para ter elaborado um campeonato com este perfil, mas pessoalmente não vejo resultados práticos. Pode dizer-se que isso se deve ao facto de ter ficado em 3ºlugar. Será uma perspectiva. Pessoalmente não acho que o andebol feminino tenha ganho nada com este perfil. Foi um campeonato, na minha perspectiva, desinteressante e desequilibrado em que a maioria das jornadas tiveram intervalos de uma e duas semanas entre elas. Mesmo não alcançando os nossos objectivos, houve uma diferença abissal dos 3 primeiros para os 4º,5º e 6º lugares a que sempre a quem ganhámos sempre por diferenças de 12 a 18 golos.
TD- Com os objectivos falhados nesta temporada como está a preparar a próxima, e que objectivos pode traçar?
PES- Ter-se-ão que definir linhas claras de trabalho. E, com isto, quero dizer que o clube tem que elaborar com todas as partes o seu Projecto Desportivo.

“Na Formação o trabalho tem sido excelente”

TD- Vai continuar como treinadora? A Paula está disposta a continuar este trabalho?
PES- Há necessidade de se clarificarem determinados pré-requisitos, nomeadamente aqueles que dizem respeito à equipa sénior. Esta questão deve ser colocada à direcção da Casa do Benfica em Castelo Branco.
TD- Em termos de formação, o clube continua a trabalhar muito e bem…
PES- Foi realizado um bom trabalho em termos de captação inicial. Hoje o clube tem 30 atletas infantis, que se distribuem por duas equipas distintas, mais uma equipa Juvenil. Para 2007/08 temos capacidade de ocupar o escalão que falta com uma equipa de iniciadas. As nossas equipas da formação competiram no campeonato da Zona, e organizámos mais três eventos em Castelo Branco, trazendo equipas de várias zonas do país. As técnicas também fizeram formação, o que permite que para o ano estejam ainda mais habilitadas. A época terminou com a ida da equipa de juvenis ao “Andebol de Praia de Pedrógão” e com um encontro de infantis no Crato. Em minha opinião, penso ter sido um segundo ano de actividade muito bom em termos de formação.
TD- Mas a equipa sénior não pode estar à espera que a formação comece a fornecer jogadoras para a equipa principal…
PES- Não querendo fugir ao assunto, penso que é óbvio que o tempo é imenso. Naturalmente também acho que esta questão tem que ser levantada junto de quem tem capacidade de gestão do Clube e da definição de um Projecto Desportivo.
TD- Relativamente aos torneios que têm sido organizados, são para ter continuidade?
PES- Estes eventos, na minha opinião, devem ser mantidos e se possível aumentados em quantidade e qualidade, correndo o risco, assumido, da equipa da casa não ser a vencedora. Penso que nestes escalões a única forma de termos evolução ou termos de comparação será obrigatoriamente sair da zona para competir em esferas mais fortes que permitam aprendizagem.
Paula Espírito Santo em discurso directo, num ano em que falhou os objectivos traçados no início da época. No que toca à próxima temporada, pouco ou nada está definido em termos da sua continuidade. Isto porque segundo a técnica “falta o Projecto Desportivo”.

segunda-feira, julho 02, 2007

12º RALLYCROSS DE CASTELO BRANCO


Luís Prazeres foi segundo no regresso do Rallycross a Castelo Branco

Três anos depois da última prova de Rallycross ter visitado o Parque de Desportos Motorizados de Castelo Branco, as emoções voltaram no último domingo com João Tabaio, Paulo Barros e António Sousa a conseguirem sair da prova de Castelo Branco com vitórias nas provas integradas no Campeonato Nacional da modalidade.
O 12º Rallycross de Castelo Branco, que mais uma vez teve uma excelente organização da Escuderia Castelo Branco, contou com 33 pilotos espalhados pelas 3 divisões do campeonato nacional e 2 da taça.
Na divisão rainha do Campeonato Nacional, João Tabaio, num Ford Focus RS, acabou por beneficiar dos problemas logo no arranque de Joaquim Santos, com um Opel Astra OPC, que tinha conseguido a pole nas mangas de classificação. Apesar dos problemas que também registou ao longo da prova, João Tabaio controlou bem a corrida e acabou por deixar atrás de si, o seu filho, Ruben Tabaio (Ford Escort), e na 3ª posição classificou-se Eduardo Veiga (Saab 9-3 Turbo). Após esta prova o campeonato continua a ser liderado por Veiga, com 85 pontos, mas João Tabaio conseguiu saltar para o 2º lugar, agora com menos 11 pontos que o piloto do Saab.
Na Divisão 2 não houve surpresas e Paulo Barros (Opel Astra), que liderou durante as sete voltas da final, acabou, com esta vitória, por reforçar a sua posição de líder no campeonato agora com 91 pontos contra 59 de Marco António que não concluiu a prova albicastrense. Luís Prazeres voltou a marcar presença com uma boa classificação. O piloto de Castelo Branco do Citroen Saxo cortou a meta na 2ª posição e José Polónio (Peugeot 206), que apenas cumpriu uma volta, ainda ficou com o 3º lugar, beneficiando de uma onda de avarias que afectou muitos participantes nesta Divisão 2. O outro piloto da casa, Francisco Grilo (Fiat Punto), foi um dos azarados do dia, já que acabou por sofrer uma avaria irremediável logo nos primeiros treinos do dia.
Na Divisão 3, também o líder do campeonato aproveitou a prova de Castelo Branco para reforçar a sua condição de líder. António Sousa (Citroen Saxo) venceu, deixando atrás de si Hélder Ribeiro (Saxo), a pouco mais de 2 segundos, e Mário Barbosa, também num Saxo, ocupou o último lugar do pódio, ao cortar a meta 6 segundos depois do vencedor.
Na Taça Nacional, Paulo Caçoilo (Renault Clio) ganhou a Divisão 2 e o único piloto albicastrense, António Esteves, ao volante de um VW Golf GTI, quedou-se pela 4ª posição. Na Divisão 1, António Dias (BMW 325 IX) ganhou com grande à vontade, deixando o 2º classificado, Joaquim Frade (Lancia Delta), a mais de 9 segundos.A próxima organização da Escuderia de Castelo Branco vai acontecer no fim-de-semana de 7 e 8 de Setembro com o Rally de Automóveis Antigos.

V TORNEIO DE FUTSAL VITOR CORREIA


Porto ganha em final animada com Viana do Castelo

A cidade de Castelo Branco recebeu no último domingo a Final-four da V edição do Torneio de Futsal Vítor Correia da Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol.
Pedro Henriques, Rui Costa e os irmãos Pedro e Paulo Paraty acabaram por ser os cabeças de cartaz de um domingo animado e que mostrou que alguns dos homens que estamos habituados a ver com o apito na boca também têm alguma habilidade com a bola nos pés.
Durante a manhã decorreram os jogos das meias-finais. Nesta fase, o Núcleo Francisco Guerra, do Porto, levou a melhor sobre os juízes de Lisboa, treinados por Pedro Henriques, por apenas 1-0, e Viana do Castelo bateu os homens do apito da Linha de Sintra por escassos 4-3.
A parte da tarde teve início com o jogo de atribuição do 3º e 4º lugar, e entre a Linha de Sintra e Lisboa nunca houve grandes dúvidas em relação à melhor equipa. Sintra chegou com relativa facilidade ao 2-0, mas um golo de Lisboa já na recta final quase que dava para animar os instantes finais, não fosse a Linha de Sintra fechar o placard praticamente na resposta ao golo sofrido.

Pavilhão Municipal de Castelo Branco
Árbitros- Izaldo Barata e Rui Pedro (Castelo Branco)
Núcleo de Árbitros de Futebol da Linha de Sintra- Miguel Castilho, Nuno Fernandes, Ricardo Luz, David Afonso, Pedro Pereira, André Oliveira, Pedro Lemos, Rafael Figueira, Mário Soares, Miguel Silva e Bruno Pedro
Treinador- Armando Branco
Núcleo de Árbitros de Lisboa- Paulo Justo, Pedro Vieira, Hélder Malheiro, Pedro Silva, Vítor Pereira, José Gomes, Bruno Cunha, Rogério Correia, Fernando Botelho, Gueorgui Ivanov e João Bermejo
Treinador- Pedro Henriques

Na grande final, estavam frente a frente as duas equipas do norte que marcaram presença nesta final a quatro. O Núcleo Francisco Guerra da invicta cidade do Porto, que tinha eliminado o Núcleo de Árbitros de Futebol Albicastrenses nos quartos-de-final, fez muito cedo o 2-0, mas depois foi obrigado a passar por minutos de muito sufoco, já que Viana do Castelo Branco mostrou sempre mais conjunto e mais futsal que apenas falhava no capítulo da finalização. Os comandados de Paulo Paraty, que no jogo decisivo não chegou a entrar nas quatro linhas, fecharam-se bem e acabaram por sofrer o 2-1 já nos últimos minutos. Este golo acabou por animar Viana do Castelo que ainda conseguiu criar algumas situações muito perigosas mas continuou sempre a falhar na hora do toque fatal. Desta forma, acabaram por ser os portuenses a fazer a festa no final, conquistando o Núcleo Francisco Guerra a V edição do torneio de futsal para a classe dos árbitros.

Pavilhão Municipal de Castelo Branco
Árbitros- Paulo Teixeira (Lisboa) e José Gaspar (Coimbra)
Núcleo de Árbitros Francisco Guerra (Porto)- Carlos Reis, Montenegro, Rui Licínio, Pedro Maia, Marco Pereira, José Pedro, Bruno Ferreira, Pedro Paraty, Pedro Aleixo, Paulo Paraty e Pedro Barbosa
Treinador- Paulo Paraty
Núcleo de Árbitros de Viana do Castelo- Sérgio Malheiro, José Carlos Rio, Jorge Brito, António Brito, Paulo Nobre, Luís Peixoto e Nuno Parente
Treinador- José Luís
No final, Ricardo Alexandre, presidente do NAFA, Núcleo que organizou esta fase final, declarava-se “satisfeito porque acabou por ser um dia do agrado de todos”. A equipa que vinha apontada como favorita acabou por ganhar mesmo, e o juiz de Castelo Branco lembra que “este foi o terceiro ano consecutivo que o NAFA foi eliminado nos quartos-de-final, e o curioso é que a equipa que nos elimina acaba sempre por ser a vencedora do Torneio…”. Para fechar, Ricardo Alexandre lembra todo o processo que trouxe esta Final-four até à cidade de Castelo Branco: “o NAFA propôs-se à ANAF para organizar esta fase final da prova com base, não só no Pavilhão que nos foi disponibilizado, mas também em toda a logística. Os pressupostos foram aceites e deixamos um agradecimento ao Conselho de Arbitragem da Associação de Futebol de Castelo Branco, à Câmara Municipal e à Junta de Freguesia da cidade”.

INAUGURAÇÃO DA SEDE SOCIAL DA ACD CARAPALHA


Do sonho à realidade

A Associação Cultural e Desportiva da Carapalha já está na sua casa nova desde a última quinta-feira. Na cerimónia de inauguração, onde estiveram presentes, para além do presidente da Associação, António Nascimento, o presidente da Câmara Municipal de Castelo Branco, Joaquim Morão e o presidente da Junta de Freguesia de Castelo Branco, Jorge Neves, foi destacado por todos que se cumpriu um desejo com alguns anos, já que a ACDC, fundada em 1998 e que conta praticamente com um milhar de sócios, dispõe agora de uma nova infra-estrutura, um edifício novo, com óptimas condições para albergar esta Associação que muito tem feito pelo desporto e pela cultura, não só da cidade, mas também da própria região.
Joaquim Morão, destacou que “finalmente conseguimos terminar uma ideia e um projecto do falecido Tó Pina, que é efectivamente o grande mentor desta sede, que estaria com certeza muito feliz no dia de hoje, se estivesse entre nós”. O ex-presidente da ACDC, falecido em 2006, António Pina Fernandes, foi de resto lembrado por todos os presentes e na ocasião foi também destapada pela viúva e pelo seu filho, uma placa alusiva ao ex-presidente.Voltando à nova sede, o presidente da autarquia desejou aos corpos sociais e a todos os moradores do Bairro “que façam o melhor uso da nova sede e que a aproveitem da melhor forma para continuar a crescer e a dignificar, não só a Carapalha, como a própria cidade. A sede tem hoje excelentes condições para que a Carapalha continue na rota do desenvolvimento”. Mais genericamente, referindo-se a todo o raio de acção da autarquia, o presidente salientou que “estamos atentos a tudo o que nos rodeia para continuar a apoiar quem precisa de ser apoiado. As avenidas aparecem, as obras fazem-se mas é preciso notar que não é só isso… também o emprego vai aumentando o que nos permite, apesar dos tempos difíceis que vivemos, encarar o futuro com optimismo. Nunca se deu tanto apoio a quem mostrou capacidade de iniciativa”. Já António Nascimento, sempre acompanhado no acto pelo secretário José Afonso Perquilhas, acabou por resumir numa só frase aquilo que lhe ia na alma naquele momento: “O povo costuma dizer que, para endireitar o país eram necessários 10 salazares, pois aqui ficou provado que basta um Joaquim Morão para se concluir mais uma obra”.