segunda-feira, fevereiro 05, 2007
LARDOSA- 0 VITÓRIA DE SERNACHE- 6
A tarde do poker de Bastinho
Campo Domingos Silvares, na Lardosa
Árbitro- Marco Lopes (3), auxiliado por André Nunes e Nuno Farinha
Lardosa- Animal (3), Padre Mário (3), Roscas (2), Cuco (2), Praga (2), Mandioca (2), Roda (2), Tony Joy (2), Ajax (2), Et’chenko (3) e Ziros (2)
Treinador- Rui Mesquita
Vitória de Sernache- António Joaquim (3), João Paulo (2), Pedro Figueiredo (3), João Viana (3), Bruno Bastinho (5), Fernando Miguel (3), Rui Domingues (3), Dany (4), Maçaroco (3), Velho (3) e Tomás (3)
Treinador- António Joaquim
Substituições- Roda por Gatinho (3) aos 45, Tony Joy por Marrafa (2) aos 45 e Ziros por Bambas (1) aos 77; João Paulo por Miguel Farinha (2) aos 43, João Viana por Paulo Lopes (3) aos 45 e Rui Domingues por Filipe Amaro (2) aos 61
Disciplina- Amarelos a Cuco aos 31 e Roscas aos 41; Maçaroco aos 7 e João Viana aos 41
Marcadores- Fernando Miguel aos 31, Bruno Bastinho aos 39, 72, 82 e 90+3 e Paulo Lopes aos 70
A figura do jogo- Bruno Bastinho (Vitória de Sernache)- Independentemente do que jogou durante os 90 minutos só o facto de assinar um poker já é um feito raro na vida de qualquer jogador. Bastinho foi oportuno e pode ter sido o ponto de partida para uma segunda volta em grande.
A Lardosa- Cada um joga com as armas que tem e utiliza-as da forma que melhor entender. A equipa de Rui Mesquita entrou neste campeonato quando estava preparada para jogar a 2ª Divisão e os seus dirigentes e o próprio treinador nunca esconderam isso mesmo. Joga o que pode, como pode, e a mais não é obrigada.
O Vitória de Sernache- Vinha de uma derrota indigesta nas meias finais da Taça de Honra José Farromba e recuperou a moral com uma goleada da antigas. Não fez uma exibição deslumbrante mas jogou o quanto baste para ganhar com o à vontade que o resultado demonstra. Não teve grandes problemas defensivos, apesar de ter sido António Joaquim a fazer a defesa da tarde, e conseguiu transformar em golo seis das muitas oportunidades que criou.
O Vitória de Sernache aproveitou a deslocação ao reduto da Lardosa para assinalar o regresso às vitórias, depois de dois desaires consecutivos, um para o campeonato em Proença-a-Nova, e outro na Póvoa de Rio de Moinhos que afastou a equipa do Pinhal da final da Taça de Honra José Farromba. Por outro lado, a Lardosa, que tinha terminado a primeira volta com duas vitórias, um empate e uma derrota, conquistando então os 7 pontos que tem na pauta classificativa, voltou aos desaires pesados no seu reduto.
Sabendo que as armas de uma e outra equipa eram totalmente diferentes, a equipa de Rui Mesquita, entrou no jogo, apesar de tudo, com vontade de tentar surpreender de início e mostrou intenções de disputar o jogo olhos nos olhos mas o meio campo dos vitorianos rapidamente fez o adversário recuar nas suas ambições e recolher mais para dentro do seu meio campo defensivo.
O penalty que Marco Lopes não assinalou logo no início, e que favorecia os vitorianos, podia ter pesado numa equipa que não estava com a moral propriamente em alta, mas esse facto só acabou por retardar a abertura do marcador. Por coincidência, e não queremos se quer pensar que tenha havido compensações, ou consciência pesada, foi mesmo de penalty que o marcador foi inaugurado, mas desta vez a castigar uma falta que não existiu. Coube ao central Fernando Miguel abrir o caminho da vitória e acabar com a extenuante resistência da Lardosa.
O 2-0 chegou ainda antes do intervalo, por Bruno Bastinho, e o jogo estava praticamente sentenciado por alturas do descanso.
Na etapa complementar a equipa da casa fez o que pôde para combater a avalanche ofensiva dos de Cernache mas, curiosamente, foi António Joaquim que foi obrigado a efectuar a defesa da tarde ao estirar-se em grande estilo evitando o golo de Et’chenko.
Até final são os golos que acabam por contar o resto da história do jogo. Os visitantes acentuaram o seu domínio minuto após minuto, também aproveitando a quebra física e anímica do adversário, e foi então a vez de Bruno Bastinho brilhar. Paulo Lopes que tinha entrado ao intervalo para o lugar de João Viana ainda assinou o ponto aos 70 minutos mas, a partir daí só deu Vitória e… Bruno Bastinho. O sete dos visitantes atirou a contar em mais 3 ocasiões, sempre pleno de oportunidade e evidenciando as suas características técnicas, mas fica a nota especial para o último golo, já em períodos de compensações. Bastinho marca depois de se isolar, mas o pormenor fica no autor da desmarcação… o guarda-redes António Joaquim.
Vitória justa, com números a condizer.
A arbitragem- Não foi um jogo fácil de comandar porque houve muito contacto físico mas sempre sem maldade de ambos os lados. Tem erros menores na análise de alguns lances mas os lapsos de maior destaque, e que não permitem que a nota vá mais além, são um penalty que deixou por marcar a favorecer o Vitória logo nos instantes iniciais e o castigo máximo que valeu o primeiro golo dos visitantes que simplesmente não existiu.
Discurso directo- Rui Mesquita, técnico da Lardosa- “Jogámos contra um adversário muito forte e sabemos que vamos ter um início de segunda volta muito complicado, porque vamos defrontar as equipas do topo da tabela. Só tenho pena que o árbitro tenha feito aquelas palhaçadas na primeira parte, porque o Sernache mostrou que é muito melhor que nós. O árbitro estragou o jogo, amarelou-nos a equipa, marcou um penalty inventado, assinalou foras de jogo que não existiram, mas com 6-0 ninguém vai acreditar que a culpa foi do árbitro”.
Discurso directo- António Joaquim, técnico do Vitória de Sernache- “Foi uma vitória justíssima, marcámos 6 golos mas podíamos ter feito mais, dado o número de ocasiões que desperdiçámos. Fiz algumas alterações, porque o plantel tem 20 elementos e todos têm as suas oportunidades. Não percebo como é que em, 4 anos que sou treinador do Vitória apanhei este árbitro 4 vezes e sempre fora de casa. Parece que há árbitros para nos apitar em casa e outros para nos apitar fora. O penalty que assinalou parece-me que não existiu, mas houve um lance no início que é claramente passível de grande penalidade”.
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