quinta-feira, julho 06, 2006

ENTREVISTA A JOSÉ CURTO, TREINADOR AD ALBICASTRENSE


“Nunca esperei decidir a permanência no último jogo da época”

A conversa com o técnico da Associação Desportiva Albicastrense foi mantida depois do embate com o Liceu Camões que acabou por “dar” a permanência na 1ª Divisão Nacional. A ADA, ao longo da temporada 2005/06 foi sempre uma equipa muito irregular, tendo períodos bons, como a presença na final-four da Taça Presidente da República, e outros muito maus, obrigando a equipa a esperar pela última jornada da fase final para saber se conseguia ou não a manutenção.

“Uma equipa que não treina tem sempre muitas dificuldades”

Tribuna Desportiva- Esta foi uma época longa, difícil e decidida num jogo…
José Curto- Sim, mas eu nunca pensei que chegássemos a este ponto. Nós já sabíamos que uma equipa que não treina tem muitas dificuldades. Fomos uma equipa muito irregular que oscilou sempre entre o melhor e o pior. Tivemos jogos horríveis, em que ninguém se acertava, e depois fomos ganhar, tanto na 1ª fase como na 2ª, ao campo do 1º classificado. Isto quer dizer que a equipa tem qualidade, mas quando não se treina, acontecem épocas destas. O desporto é assim.
TD- Uma das fases negativas da ADA coincidiu com a presença na final-four da Taça Presidente da Républica. O desgaste da Taça pesou também nos jogos do campeonato?
JC- Não. Houve apenas um jogo em que nós talvez estivéssemos a pensar na final-four. De qualquer maneira nós temos jogadores com uma determinada estrutura que não pensam nisso. Eu penso que, quando nós oscilámos foi mesmo por falta de treino físico. Já não é com esta idade e com os jogadores que temos que se vai influenciar um jogo a pensar noutro.
TD- O início da 2ª fase foi igualmente muito mau e, curiosamente, veio depois de uma longa paragem…
JC- Esse é o problema do campeonato para equipas como a nossa que vão adquirindo a forma com o tempo. Tivemos duas paragens muito longas e, em dois meses, se não me engano, jogamos 2 jogos. Para uma equipa que pouco treina é difícil chegar à forma ideal.

“Temos as nossas responsabilidades e não vamos apear-nos delas”

TD- Em relação ao futuro o que é que já se pode adiantar?
JC- Em termos seniores vamos tentar ficar com a equipa que temos e melhorá-la, se possível. A direcção da ADA ficou também muito contente por termos uma equipa de iniciados que subiu para a 1ª divisão e temos os infantis, onde andam cerca de 20 miúdos a treinar, e portanto estamos a preparar o clube para o futuro.
TD- Neste momento não se põe se quer em causa a continuidade da Associação Desportiva Albicastrense…
JC- Não. Nós gostamos muito de ganhar mas, acima de tudo, gostamos muito de andebol. Temos as nossas responsabilidades e não vamos apear-nos delas.
TD- O Curto vai continuar como treinador?
JC- A porta por onde entrei é a mesma por onde poderei sair. Não ganho nada com isto, ando aqui por gosto e, em princípio, também não temos disponibilidade financeira para ir buscar um treinador. Nós, dentro das nossas limitações, vamos manter o grupo e, portanto, continua tudo na mesma.
TD- Com o final da Divisão de Elite a 1ª Divisão pode vir a ficar mais forte no próximo ano…
JC- Ou poderá acontecer como fizeram nos femininos em que fizeram uma série de fases. Neste momento não posso adiantar nada porque não tenho conhecimento absolutamente de nada.
TD- Qual é neste momento o ponto da situação em relação à situação do António Mata?
JC- A situação está em inquérito e vão ser apuradas as responsabilidades.
José Curto no balanço de uma época atribulada em termos de resultados que culminou com a manutenção na 1ª Divisão conseguida na última jornada. O objectivo é agora manter o mesmo grupo e, se possível, reforçá-lo.

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